Reviews: Julho 2018 (IV)


I Am Legion (WITCHERY)
(2017, Century Media)
Todos nós reconhecemos a importância que os Witchery tiveram na cena sueca e europeia do black/thrash metal e todos também reconhecemos que a banda originária de Linköping já conheceu melhores momentos. Álbuns como Restless & Dead e Dead, Hot & Ready, são marcos no género, mas I Am Legion (curiosamente agora sem o vocalista… Legion!), o seu sétimo trabalho é, claramente, um dos seus mais desinspirados da carreira. Aqui a banda procura cruzar as suas linhas caraterísticas dos anos 90 com algumas dinâmicas mais variadas, onde se incluem riffs mais simples e acordes black metal mais diretos. O resultado é uma aproximação aos Slayer dos anos 90 adicionado de uma dose de negritude nórdica capaz de criar ambientes maléficos. [68%]


Live Darkness (NIGHT DEMON)
(2018, Steamhammer/SPV)
Desde o lançamento do EP homónimo em 2012 que os Night Demon têm vindo a receber elogios de todos os quadrantes. Os álbuns Curse Of The Damned (2015) e Darkness Remains (2017) confirmaram o trio americano como uma das referências do old school heavy metal/NWOBHM da atualidade, verificando-se, inclusivamente a comunhão de opiniões entre os fãs e a crítica especializada. Depois de um ano cheio de atividade ao vivo, a 2 de dezembro de 2017 a banda deu um espetáculo especial em Cleveland, Ohio, naquela que é sua cidade de adoção. Aqui, os Night Demon apresentaram um set-list que cobriu a totalidade do mais recente disco e do EP de estreia e praticamente a totalidade de Curse Of The Damned, adicionando, ainda uma versão de Evil Like A Knife, dos Midnight, com a participação do próprio Athenar. Esse concerto foi gravado e aqui está ele agora disponibilizado, na íntegra, para os seus fãs e todos os fãs do bom metal tradicional. [92%]


Phantasmal Trinunity (NACHASH)
(2018, Shadow Kingdom Records)
Serão blackened death metal ou deathly black metal? O certo é que os Nachash apresentam credenciais com o seu primeiro álbum intitulado Phantasmal Trinunity. Depois de terem sido muito bem-recebidos com o seu EP de estreia, Conjuring The Red Death Eclipse, os noruegueses voltam a surpreender com um álbum composto por seis diabolicamente épicas canções mas ainda com alguns pontos a acertar, dois de cada lado. Do lado do black, nota-se falta de ambiências e de blastbeats e do lado do death os solos e as malhas são as principais ausências. Ainda assim Phantasmal Trinunity, até pela introdução de algum doom metal, é um álbum bastante competente. [78%]


Leaden (WOLFSHEAD)
(2017, Rockshot Records)
Depois de duas demos e um EP (Caput Lupinum, de 2015, com boa aceitação), Leaden é a estreia em formato longo dos Wolfshead. A banda vem da fria Finlândia, mas a sua sonoridade, a meio termo entre um heavy metal sujo e um doom, é orgânica e quente. O quarteto assina um conjunto de oito temas com um baixo muito cheio e monstruosos riffs sempre numa afinação muito grave. Mas não esquece alguns solos de muito bom efeito e linhas de surpreendente efeito melódico. Um disco que os fãs de Grand Magus, Black Sabbath ou COC deverão conferir. [83%]


Clarity In Three (PARAGNOSIS)
(2018, Independente)
Os Paragnosis apresentam uma nova versão de Clarity In Three, EP já tinha sido anteriormente lançado, sendo que a versão deste ano surge com uma nova imagem e ampliada da faixa Asthmatic, uma peça de mais de sete minutos a variar entre batidas hipnóticas e um trabalho thrash. Isto incluído num conjunto de temas prog rock/metal instrumental, facto que acaba por confundir um pouco, pois a inexistência de vocais associado à criação de paisagens sonoras, acaba por refletir uma ligeira tendência para o post-rock. Acabam por ser alguns solos bem metalizados, a esclarecer um pouco a dúvida existente. Apesar de algumas boas ideias, nota-se ainda alguma inexperiência, pelo que os Paragnosis têm muito trabalho à sua frente. [77%]

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