Reviews: Setembro (V)


Dunsinane (MIDNIGHT FORCE)
(2018, Iron Shield Records)
Uma demo, um EP e um single prepararam o caminho para Dunsinane, disco de estreia dos Midnight Force. A banda de Glasgow gravou este disco este ano, mas a produção vem diretamente dos anos 80, seguindo uma prática cada vez mais vulgar. Mas o principal problema de Dunsinane nem está na produção ou na sonoridade old school, que até se aceita bem, dada a sua vertente muito orgânica. O problema está que o quarteto demonstra que ainda tem muito que aprender e evoluir. Há falhas gritantes na execução destes temas que fazem abortar algumas das boas ideias existentes. [74%]


Escape From Paradise (NEGACY)
(2018, Massacre Records)
Os Negacy têm andado numa autêntica roda-viva! Mudaram-se da Itália para o Reino Unido, contam agora com o talentoso vocalista português, Leonel Silva e chegaram à Massacre Records. Escape From Paradise é o seu terceiro disco mantendo-se fiel à sua abordagem muito dark do metal contemporâneo. No entanto, a nova proposta parece ter uma maior dose de melodia e easy-listening, embora nunca perdendo aquela faceta de aspereza que os carateriza. Leonel Silva, por seu lado, também consegue ajudar a conjugar da melhor maneira as duas vertentes. [79%]


The Grind (ALPHASTATE)
(2018, Sliptrick Records)
Ao segundo álbum, os gregos Alphastate procuram uma abordagem mais moderna e agressiva à sua sonoridade. Por isso, The Grind, assume-se como um álbum de thrash metal com alguma técnica, baseado nos nomes dos anos 80 da Bay Area, mas sempre com uma dose de groove transmitido pela nova geração do metal e por uma produção que enfatiza o poder da bateria e puxa os vocais bem para cima. Os temas são, na sua maioria, curtos (pouco ultrapassam os quatro minutos), perdendo aí alguma coesão, pelo facto de não haver espaço para a exploração nem para a introdução de dinâmicas. [75%]


Abysmal (THRON)
(2018, Listenable Records)
Nascidos na Floresta Negra alemã, os Thron buscam para o seu black metal as mais maléficas influências nórdicas. Chegados à Listenable Records, depois de um álbum numa pequena editora, Abysmal é composto por melodias gélidas e atmosferas assombrosas e ásperas. São dez temas de sólido e marcante black metal, que nos parece mais coerente que a estreia. Talvez também devido a uma produção coesa e clara, mas sem perder a crueza que o género pede. Abysmal ameaça tornar-se um disco de culto, já que apenas 300 cópias foram disponibilizadas. [81%]


Bier Ernst (ONKEL TOM)
(2018, Steamhammer/SPV)
Não é fácil ver essa lenda do thrash metal teutónico que é Tom Angelripper, dos Sodom, neste seu projeto muito pessoal. Tão pessoal que até transporta parte do seu nome. Estes Onkel Tom são a parte mais divertida do músico alemão, tocando versões dos Schlagers, músicas de festas e cervejas e até alguns hinos de Natal. Doze destas músicas presentes neste duplo álbum são a pura celebração da vida e da alegria. As restantes nove, na opinião do lendário músico, são mais sérias e mostram a paixão pela música e, ao mesmo tempo, a raiva pela indiferença com a humanidade assiste à destruição do planeta. Assim, entre gargalhadas, copos de cerveja e temas curtos onde o que conta é a diversão, surge por vezes algo mais sério e mais thrashy. E é esta fase que, no final, acaba por valer a audição do disco. [79%]

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