Entrevista: R. A. I. V. A.


“É chegada a hora de corrigirmos os erros da nossa ingenuidade”. Esta é uma das muitas frases do manifesto da R. A. I. V. A., novo projeto nacional que dá voz às classes social e economicamente mais desprotegidas. Frontais, sem papas na língua, os R. A. I. V. A. estão aí para desmascarar os corruptos da nação. Fernando Girão, o principal letrista, explicou-nos porque.

Olá pessoal, tudo bem? Os R. A. I. V. A. são um novo projeto nacional. O que vos motivou a juntarem-se?
O facto de estarmos todos f****** com o rumo das coisas. A forma como isto caminha só tem um sentido e quase nunca, ou nunca, é em favor das pessoas que tentam construir um presente e, consequentemente, um futuro com dignidade. O trabalhador “normal” nunca é recompensado com a justiça que merece. A sociedade elege os seus heróis entre os poderosos que nada têm a acrescentar, a não ser, a adoração por coisas, que a maioria da população não consegue alcançar.  

Qual é o vosso background musical?
O nosso caminho é longo e feito de muitas histórias. Muitas horas de palco, de estúdio e de vida. Gostamos do poder e acutilância com que construímos o nosso próprio som.

Como foi a escolha deste nome R. A. I. V. A.?
Surgiu tão naturalmente como estar aqui a responder à tua pergunta. Pensamos que na primeira resposta está explicado o porquê da escolha do nome. Exprime aquilo que sentimos em relação a esta palhaçada toda.

Precisamente, o nome está bem escolhido, quando se analisam as vossas letras. Este é um verdadeiro manifesto por uma sociedade mais justa e um ataque frontal a uma série de classes?
Totalmente. Quem quer que oiça o nosso disco ou leia o nosso manifesto (incluído no livreto) conclui isso.

Quem é o responsável pelo trabalho lírico?
O nosso vocalista, Fernando Girão.

A vossa estreia homónima tem lançamento pela Ethereal Sound Works. Como se proporcionou essa ligação?
Através de uma conversa com o Luís Lamelas, da Glam-O-Rama, que nos indicou a editora do Gonçalo João. Entendemo-nos logo à primeira e aqui estamos.

Como se processa o trabalho de criação nos 
R. A. I. V. A.?
O Fernando escreve os textos. A música é composta pelo Fernando e pelo Ricardo Mendonça. Depois juntamo-nos na sala de ensaios com o Renato Lourenço e o Ricardo Pinto e toca a trabalhar…

Obrigado! Querem deixar alguma mensagem?
Manifesto da Raiva
Os ditadores da atualidade não precisam usar armas para impor a sua força, basta ditarem as suas leis nos parlamentos das falsas democracias, e nós, os escravos da modernidade, cumprimos de cabeça baixa aquilo que não é justo cumprir... 
Esta é a realidade do povo, não a dos senhores da vergonha legalizada.
Terão que ser feitas muitas mudanças, para sairmos desta vida de não viver... o povo que trabalha só recebe sofrimento e salários de miséria.
Até quando vamos deixar que nos pisem sem respeito?
Os grandes visionários é que fazem o mundo avançar, não são os banqueiros ladrões ou os políticos corruptos eleitos pela nossa boa fé.
É chegada a hora de corrigirmos os erros da nossa ingenuidade. Os governantes da mentira, durante as campanhas eleitorais, dizem que tudo farão para melhorar a vida do povo, e depois de eleitos, nunca cumprem as suas promessas, escondem-se atrás de uma suposta impotência, e desculpam-se dizendo que é impossível solucionar os graves problemas que herdaram dos anteriores governos.
Ladrões da Nação, dos seus próprios irmãos…
Não falamos de esquerdas ou direitas, não falamos de partidarismos nem de “ismos” de nenhuma espécie, neste caso concreto, falamos de justiça igual para todos...
O amanhã nos espera com melhores dias se deixarmos de ter medo, sejamos guerreiros, utilizando todas as nossas armas a favor de um Bem Maior.

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