Reviews - Outubro (II)



Corcel Kennedy (THE RAMBLERS)
(2018, Independente)
Cinco novos temas fazem parte de Corcel Kennedy, o quarto trabalho de estúdio dos The Ramblers. A banda lisboeta, liderada pela voz de Rosie, gravou estes temas durante a sua tour Ibérica que os levou por palcos de Portugal e Espanha. Corcel Kennedy foi captado, como de costume, ao vivo, ao primeiro take, sem overdubs nem truques. Ou seja, o seu blues rock é do mais puro que já ouvimos. Puro, cru e direto, onde guitarras e sopros se cruzam em cenários alucinantes. [86%]


In Tandem (JANN KLOSE)
(2018, Gallo Record Company)
Jann Klose teve experiências de vida em países tão díspares como o Quénia, a África do Sul, a Alemanha e os Estados Unidos, onde actualmente reside em Nova Iorque. Para o seu sétimo trabalho de originais, In Tandem, o compositor reuniu um conjunto de músicos de top da música sul-africana, num total de músicos oriundos de três diferentes continentes. Um disco feito de canções orgânicas, que têm como base a guitarra acústica e que, a espaços, são enriquecidas por emotivos arranjos de cordas, não faltando algumas incursões pelo funk. Em Don’t Give Up, original de Peter Gabriel, Jann surge num dueto com a vocalista dos Renaissance, Annie Haslam. [73%]


Monty (EMILIANO DEFERRARI)
(2018, Rattsburg Rrecords)
Monty é o mais recente disco do compositor italiano, radicado na Bélgica, desde 2015, Emiliano Deferrari. Da mesma forma que nos seus anteriores trabalhos, também aqui Deferrari toca todos os instrumentos que se ouvem ao longo do disco – desde o piano (fundamental na totalidade das faixas) até ao saxofone, aos violinos e às programações. De uma forma geral, Monty tem uma ambiência jazzística acentuada, fruto da sua génese em formato de improvisação. A mistura, a cargo de Matteo Nahum, faz sobressair alguns efeitos e reverbs, enquanto a posterior masterização, a cargo de Nate Wood, sublinha o balanço entre um baixo profundo e subtis címbalos. Tudo numa forma em que Emiliano Deferrari, mostrando o seu talento, cria um disco de difícil audição e perceção, estando apenas destinado a ouvidos especializados. [66%]


Suck It (SUPERSUCKERS)
(2018, Steamhammer/SPV)
Aquela que se autointitula como sendo a maior banda rock ‘n’ roll do mundo, os Supersuckers estão de regresso aos discos com Suck It, o seu 12º álbum de estúdio, numa longa carreira de 30 anos. É mais um conjunto de 10 temas ruidosos onde o rock cruza o country, como se os Motörhead viessem do sul dos EUA. E basicamente um conjunto de temas curtos, bem diretos e sem rodriguinhos, ou não tivessem sido captados em apenas 4 dias, cheios de sujidade, groove country e vocais rasgados. E um verdadeiro murro na mesa de alguém a quem é diagnosticado cancro. [79%]


An Alien Heat (SPIRITS BURNING & MICHAEL MOORCOCK)
(2018, Gonzo Multimedia)
Este novo álbum dos Spirits Burning pega na novela escrita por Michael Moorcock, An Alien Heat e transforma-a em música com a colaboração de Albert Bouchard (Blue Öyster Cult). E assim, este An Alien Heat, que já é o 14º álbum dos americanos, se transforma num disco de estreias, porque é a primeira vez que a banda de Don Falcone trabalha com os dois nomes citados. O resultado é um conjunto de 16 temas distribuídos por cerca de 70 minutos de música ecléctica, progressiva e com a utilização de recursos diversificados. E que, muitas vezes, consegue trazer associado o ambiente geral da obra original. [73%]

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