Reviews: Dezembro (IV)


Tasty Nasty (WILSON)
(2018, Century Media Records)
Numa altura em que os nu-metal, os pop-punk e outras extravagâncias musicais andam por aí a tentar apresentar-se como música séria, dêm uma oportunidade aos Wilson. O seu terceiro álbum é tudo menos algo com pretensões ao que quer que seja. Chega a ser um álbum estúpido, mas a verdade é que traz energia e boa disposição. Dividir pouco mais de meia hora por onze temas, não dá para meter nada em cada canção. Mas os Wilson metem. E embora, depois de terminada a audição, nenhuma melodia tenha ficado na cabeça, ficou, pelo menos a atitude, o despretenciosismo e a certeza de que fizeram o que lhes deu na real gana. O resto que se lixe! [67%]


Spaceman (ACE FREHLEY)
(2018, eOne/SPV)
Ace Frehley – lendário cofundador e guitarrista dos KISS – tem construído uma carreira a solo nos intervalos entre as suas aparições nos gigantes americanos, ou seja entre 1983 e 1996 e desde 2002. Spaceman é o seu terceiro registo a solo nos últimos quatro anos o que mostra a sua entrega à composição. Em Spaceman nota-se um regresso às suas origens pré-KISS, bem visível, por exemplo no tema Bronx Boy. Aliás, em todo o álbum Spaceman se vive uma atmosfera autobiográfica, celebrando o rock ‘n’ roll de uma forma intensa, como sempre o viveu Ace, mas também, neste caso, longe do brilhantismo de outras eras. [78%]


Subterraanean Reality (DAGGERPLAY)
(2018, Independente)
Se misturarmos punk rock, rock ‘n’ roll e power pop o resultado é Daggerplay. A banda finlandesa lança o seu segundo álbum, Subterranean Reality, depois de um álbum (Urban Campfire Songs, em 2013) e de uma colação de singles e vídeos. Subterranean Reality vive uma realidade com os pés bem assentes no solo, com um conjunto de temas diretos, sem compromissos, enérgicos e com boa disposição. Apesar de tudo Subterranean Reality não soa muito coeso, como que se resultasse da junção aleatória de um conjunto de singles. Ainda assim, há material suficiente para uns agradáveis momentos de puro divertimento. [78%]


Love Equals War (CARE OF NIGHT)
(2018, AOR Heaven)
Os Care Of Night já existem desde 2009 e já passaram por tudo. Desde lançamentos com excelentes críticas até períodos de silêncio provocados questões internas. A estreia para a AOR Heaven aconteceu com Connected em 2015 e Love Equals War é a segunda proposta, com um line up renovado e remotivado. Na primeira metade do disco, um par de temas parece catapultar este trabalho para a posteridade, fruto da competência melódica associada a uma técnica assinalável. Mas, a repetição de fórmulas e o comprimento do disco acabam por fazer com que esse interesse inicial se vá desvanecendo. Ainda assim, os fãs do rock melódico e do AOR encontrarão aqui uma boa proposta que não desilude, mas que também não se mostra particularmente efusivo. [78%]


II (LAID BACK TOWNIES)
(2018, Inverse Records)
Como facilmente se percebe, II é o segundo longa-duração dos Laid Back Townies, coletivo finlandês nascido em 2013. A estreia aconteceu em 2015 com Watch Your Step e mostrou uma banda com as bases assentes num rock dinâmico, explosivo e progressivo. II é, ainda, mais progressivo que o seu antecessor, sempre com a costela old-school muito vincada. As partes instrumentais foram gravadas ao vivo o que lhe confere uma atmosfera de free jamming, onde uma produção pouco polida acentua uma vertente enérgica e agreste. [74%]

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