Entrevista: The Manchesters


O que começou com um convite para um tributo aos Joy Division transformou-se numa nova banda. O teclista Alexandre Vermelho explica-nos como e porque nascem os The Manchesters que recentemente lançaram Seven Days, os segundo EP depois de Camouflage Hellicopters.

Obrigado pela disponibilidade! Quem são os The Manchesters? A génese deste projeto esteve num tributo aos Joy Division, não foi? Queres contar como tudo se passou?
Sim, esse convite da editora Zona 22 foi o primeiro passo para a formação dos The Manchesters. Nessa altura, julgamos que em meados de 2015, o Pedro Temporão recebeu um convite para fazer uma versão de uma música de Joy Division. Falou com o Francisco Florentino que já conhecia dos The Fishtails e com o Luís Ferreira dos DW Void e fizeram uma versão do Atmosphere. Ficaram com vontade de continuar e falaram com o Alexandre Vermelho para as teclas. Durante uns meses ensaiaram online cada um em sua casa, compondo músicas originais. Quando sentiram que já tinham o suficiente para formar uma banda e só lhes faltava um baterista, abordaram o Emanuel Ramalho, um dos melhores bateristas portugueses de sempre, que aceitou o desafio, e assim começaram os The Manchesters.

O som de Manchester marcou, definitivamente, uma época. O vosso nascimento também pode ser visto como uma espécie de tributo ou é apenas o vosso sentimento de revivalismo?
Os dois. Todos nós temos gostos musicais muito variados, mas a verdade é que a grande interseção dos nossos gostos é o som de Manchester, o brit-pop e o Mod Revival. Apesar disso não tocamos covers dessa altura, aliás de nenhuma, o nosso set é 100% original e julgamos que, apesar das claras influências britânicas do nosso som, já conseguimos imprimir uma identidade ao nosso som.

Em dois anos, dois EP’s. De que forma Seven Days é, ou não, uma continuação lógica de Camouflage Hellicopters?
Para nós, pelo menos, o Seven Days é uma evolução em relação ao Camouflage Hellicopters, apesar de algumas pessoas já nos terem dito que preferem o primeiro EP por ser mais cru. Julgamos que no Seven Days as músicas são melhores, a produção é melhor, as letras são melhores… se julgássemos que fossem piores ou da mesma qualidade que o anterior, não gravaríamos o Seven Days. Nesse sentido sim, é uma continuação lógica de uma banda que quer sempre fazer melhor.

Seven Days traz-nos mais quatro temas. Foram todos compostos apenas depois do lançamento do EP anterior ou não?
Dois temas foram compostos após o lançamento do Camouflage Helicopters: o Fooling Around e o Seven Days. Quando decidimos gravar o primeiro EP já tínhamos um set com cerca de 10 temas que tocávamos ao vivo. Em vez de gravar um álbum com esses 10 temas decidimos, pelo menos no início, ir lançando um EP de 4 temas por ano pois assim não esgotávamos os 10 temas de uma só vez e tínhamos tempo para ir compondo novos temas.

As gravações decorreram nos estúdios DW Void com o Emanuel Ramalho. Como correram as coisas?
Muito bem. Seguimos mais ou menos a fórmula do primeiro EP, melhorando onde julgámos que deveríamos melhorar e com muito trabalho de casa, para que não se perdesse tempo em estúdio. A produção, a mistura final e a masterização ficou a cargo do nosso baterista Emanuel Ramalho que é um músico muito batido e com muita qualidade, para além disso é um tipo porreiríssimo por isso correu tudo bem.

Como está a vossa agenda em termos de espetáculos ao vivo?
4 de maio estivemos na A Cerca em Almada no Mods Mayday, 11 de maio estaremos no Ponto de Encontro em Cacilhas e dia 15 de junho em Linares, Espanha, no festival Indies in Parkas.

Projetos para os próximos tempos, o que têm em vista ainda fazer?
Já falámos em começar a gravar outro EP depois do verão, ou então gravar 4 temas que juntando aos outros 8 dos anteriores EP’s fariam um álbum de 12 temas. Isso implicaria revisitar os temas antigos para que o tal álbum tivesse uma coerência sónica. Mas a verdade é que ainda não tomámos nenhuma decisão.

Obrigado Alex! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Não. Apenas agradecer o vosso interesse em nós e na música portuguesa. Um abraço.



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