Entrevista: Alchemy


Para o seu segundo álbum, os Alchemy quiseram duas coisas – manter a sua imagem já estabilizada e, simultaneamente, projetar para um patamar superior a sua capacidade criativa. Ambos os desideratos foram plenamente atingidos com Dyadic, um album batizado com um termo que na matemática é usado na álgebra multilinear. Para nos falar destes avanços e de toda a multilinearidade dos italianos, estabelecemos contacto com o teclista Andrew Trabelsi.

Olá Andrew, obrigado pela disponibilidade. Depois de um ano de trabalho duro em estúdio, eis Dyadic - como definirias este vosso novo álbum?
Olá! Primeiro devo agradecer-te o convite, estou feliz por estar aqui para falar sobre o nosso último trabalho! Este novo álbum é o resultado de uma viagem fantástica, planeada em todas as frentes: escolhemos a direção, os papéis e, acima de tudo, os nossos companheiros de viagem. Ao contrário do primeiro álbum, a intenção não foi apenas reunir um conjunto de músicas, mas definir um som capaz de dar uma identidade à banda. Essa é a razão pela qual eu definiria esse novo álbum como uma revelação: encontramos um som, encontramo-nos a nós mesmos... talvez!

Este álbum tem um título um pouco enigmático. Podes explicar em que consiste Dyadic?
Bem, Dyadic é um adjetivo que se refere ao conceito de dualidade, a representação de dois pólos aparentemente em contraste, exatamente como nos sentimos quando nos discutimos este novo projeto! A intenção era empreender uma mudança radical, elevar o nível de qualidade e de som, sem, no entanto, negar tudo o que estava lá antes. Bem aqui surge Dyadic, os dois rostos da mesma banda!

Embora Dyadic seja um termo mais vulgarmente associado à matemática, a vossa música está mais relacionada com sentimento de que com o raciocínio, não concordas?
Absolutamente, não há nada de matemático na nossa música! Todas as nossas músicas foram concebidas com base nos nossos sentimentos, nós nunca escrevemos uma música só porque precisávamos. O nome do nosso álbum refere-se principalmente ao significado sociológico de Dyadic, ou seja, a interação entre dois indivíduos. Como expliquei anteriormente, no início deste projeto tivemos duas entidades muito poderosas para lidar: por um lado, o desejo de renovar o nosso som e por outro, a nossa identidade inicial. Neste registo, conseguimos fazê-las coexistir e preservar o seu relacionamento diádico.

Também podes explicar essa ligação ao romancista britânico Peter Darley? O que tentaram melhorar na vossa música com esta ligação?
Foi uma sorte poder colaborar com Peter Darley, e através dele, é claro, devemos agradecer a Pierpaolo “Zorro” Monti e toda a equipa da Burning Minds Music Group, que connosco trabalharam muito neste álbum! Um problema bem conhecido das bandas italianas que querem escrever em inglês é a gramática e a pronúncia. Zorro não queria deixar nada ao acaso, por isso colocou-nos em contato com Peter, que teve paciência e profissionalismo para analisar todas as nossas letras, não apenas gramaticalmente, mas também rítmica e musicalmente, trabalhando connosco mesmo nas demos gravadas! Verdadeiramente incrível.

Podes apresentar os convidados deste álbum? O que motivou a sua inclusão nestas músicas?
Foi fantástico ter convidados de tal alto nível no nosso album. Sem dúvida que o resultado ergueu-se a um plano superior. Começo por agradecer a Davide Dave Rox Barbieri (Wheels Of Fire) que, além de cantar no incrível dueto na balada Goodbye, tratou da gravação de todas as partes vocais do álbum! A mesma dedicação na supervisão, mas para as guitarras, veio de Stefano Zeni (Wheels of Fire), um convidado no solo central da outra balada, What It Takes. Talvez quando se trata de baladas, precisamos de um toque mágico: é por isso que chamamos outro gigante da cena para a versão acústica de Goodbye: Steve de Biasi (Room Experience) tocou um solo de guitarra acústica alternativo incrivelmente melódico nessa faixa. Aconselho todos a ouvir! Outros convidados invisíveis (ou inaudíveis) fazem parte de uma banda de referência do género: Tom Martin, James Martin e Nick Workman dos VEGA! Eles são a caneta que traçou os contornos de Hero, uma das minhas faixas favoritas! Um sincero agradecimento a todos.

Porque a criação de uma versão especial do Goodbye apenas para o lançamento europeu?
Como mencionado anteriormente, Davide Barbieri cantou as suas partes nesta faixa, mas nós nunca esperamos tal sinergia entre os dois vocalistas. Decidimos então propor uma versão despojada da música para obter a melhor expressão vocal para o ouvido dos ouvintes e definitivamente acho que valeu a pena.

E aquela fase de silêncio no meio da faixa bonus…
Isso ocorre porque as faixas bónus são praticamente duas, poderíamos chamar de bónus do bónus! Deixa-me explicar... Na sua forma original Goodbye teve um final mais longo não presente na faixa publicada, mas esse final "cortado" pode ser encontrado, sob a forma de reprise, após alguns segundos de silêncio da faixa bónus... que também é Goodbye. Como um famoso filme de Martin Scorsese, eu diria que existem diferentes níveis dessa música! Como curiosidade final, nessa reprise, o nosso guitarrista Cristiano gentilmente deu-me a possibilidade de gravar o solo final de guitarra, embora nos Alchemy eu toque teclados. Estou-lhe grato!

O que têm previsto para palco depois do lançamento do álbum?
Tivemos a oportunidade de lançar o álbum num evento especial em março passado, o Melodic Rock Night 3, sob a supervisão de nosso mentor Zorro e da companhia de alguns de nossos parceiros como Airbound e Dion Bayman. Depois, novamente com o apoio de Zorro e da recém-criada Burning Minds Music Agency, contribuímos para a grande noite que viu Kee Marcello de volta à Itália, dividindo o palco com Wheels Of Fire e X-Plicit. Continuaremos a promover o Dyadic fora das fronteiras italianas com espetáculos na Suíça e na França e algumas novidades que ainda não posso revelar!

Muito obrigado, Andrew! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Nós é que temos que agradecer por esta entrevista e o tempo que nos concedeste, sem esquecer todos aqueles que colaboraram nesta maravilhosa jornada! Muito obrigado a Stefano Gottardi, que trabalha incansavelmente nas sombras, a Antonella Astori pelos maravilhosos gráficos, a Roberto Priori pelo incrível trabalho no estúdio e a Roberto Del Piccolo, que conseguiu filmar magistralmente o videoclipe oficial de Endless Quest! A lista de agradecimentos aumenta a cada instante e a cada passo que damos e este é, definitivamente, um bom sinal para pensar já no futuro próximo! Para todos os leitores, se gostaram de Dyadic, liguem-se connosco nas nossas páginas sociais.
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