Reviews: Junho (VI)


Fingere di Essere (SINEZAMIA)
(2019, Sliptrick Records)
Fingere di Essereé o novo álbum dos Sinezamia, primeiro para a Sliptrick Records, e traz uma sonoridade fresca e moderna que recebe influências tão díspares como Joy Division, Black Sabbath, Alice In Chains e Heroes del Silencio. A utilização da língua italiana traz uma componente que encaixa na perfeição nas estruturas dark wave e Italian rock dos anos 80 que aqui são apresentadas em 10 canções pulsantes e enérgicas. Um trabalho em que é claro o processo de evolução e experimentação que a banda vivenciou no sentido de inovar ao nível das estruturas e sonoridades. Como resultado, aqui está um registo que mostra que o quinteto está no bom caminho. [74%]


Eros And Thanatos (EMPTY TREMOR)
(2019, Elevate Records)
É preciso recuar até 2010 para termos o último álbum de originais dos Empty Tremor, Eridium, lançado pela SG Records. Mas antes disso os italianos tinham lançado mais três álbuns, o segundo dos quais, Eros And Thanatos, de 2000, é agora alvo de reedição por parte da Elevate Records. Aliás, refira-se que os Empty Tremor têm quatro álbuns, cada um lançado por uma editora diferente. Não parar muito tempo em nenhum lado pode ser visto como um aspeto não muito positivo. Mas é certo que este Eros And Thanatos pode agradar a muita gente que tem saudade dos prog metal na linha de que os Dream Theater fizeram por alturas dos seus primórdios. Mesmo considerando que não é um disco indispensável numa coleção de prog metal, é um disco interessante e que se ouve com algum agrado, embora o exagerado tempo de duração acabe por ser um pouco contraproducente. [74%]


Levels Of Perception (SLEEPLORD)
(2019, Pure Steel Records)
Dêm as boas-vindas a mais coletivo de Ohio que assume o doom sem receios. Falamos dos Sleeplord, quarteto que se estreia pela Pure Steel Records com Levels Of Perception. E embora o doom, como dissemos, esteja muito presente, esta primeira proposta acaba por destacar outras nuances, como o US metal, o thrash e até se podem ouvir alguns arranjos mais arriscados que sugerem uma ténue aproximação a algo mais prog. As linhas vocais de Ted Anderson, em crescendos e com agressividade captura, por outro lado, um sentimento mais épico e melódico. Agora, o outro lado da moeda… acabado o álbum quantas melodias ficaram gravadas? Nenhuma! Quantos riffs apete replicar? Infelizmente, nenhum! [59%]


Cyclical Insight (LYKEN 21)
(2019, Sliptrick Records)
Com a ajuda de Kevin Antreassian (Dillinger Escape Plan) os Lyken 21 lançam o seu quinto álbum, primeiro para a Sliptrick Records. Chama-se Cyclical Insight e define o som da banda de Nova Jérsia num crossover entre diferentes estilos. Há canções como Shadows com atitude punk e há outras como Sanctified e Doomsday Deception guiadas e bem preenchidas por riffs. Mas também há temas influenciados pela escola do thrash e outros pelo NWOBHM, como são os casos de Assassin e American Zombie. Por outro lado, Ebb Of Humanity e Lost In My Head têm uma abordagem claramente mais mainstream. Destaque, ainda para a presença de Mike LePond (a verdade é que se começa a ver este baixista em tudo que é disco, sem grande critério no sentido da escolha da qualidade) no épico de 9 minutos Revelation Reality. O resultado que fica depois da audição de Cyclical Insight é que temos aqui uma verdadeira manta de retalhos onde a palavra coesão é pura demagogia. [62%]


Damage S. F. P. (DAMAGE S. F. P.)
(2019, Rockshots Records)
São onze os temas que os Damage S. F. P. apresentam na sua estreia homónima e que mostra uma amálgama do que estes finlandeses têm feito ao longo dos seus últimos 30 anos. Não deixa de ser estranho que todos estes temas de um criativo thrash metal tenham sido escritos entre 1991 e 1994 e nunca tenham sido gravados e publicados antes. O trio de Liminka acabaria por cessar funções em 1996, tendo renascido no ano passado por ação do vocalista e guitarrista Jarkko Nikkilä e do baterista Tero Lipsonen. Com o line up original de volta, a banda opta, então, por gravar os temas que tinham escrito no passado e que mostram um misto de influências do thrash e do death metal, num disco sólido e dinâmico, onde as linhas melódicas não são esquecidas. Damage S. F. P. termina de forma extrema com a curta Grain Brain, num registo a roçar o grindcore, sendo que no lado oposto, surge In Termination, uma canção épica com uma vibe Amorphis e Iron Maiden. [71%]

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