Open Wide (NITRATE)
(2019, AOR Heaven)
Depois do bem classificado Realworld de 2018,
os Nitrate não perderam tempo e aí estão eles com um novo disco
intitulado Open Wide. Inspirados pelas bandas rock dos finais dos
anos 80, como Def Leppard, Europe, Mötley Crüe e Bon
Jovi, os Nitrate são o projeto do baixista/teclista Nick Hogg,
aqui acompanhado, mais uma vez, por Rob Wylde que coproduziu o álbum e
toca guitarra ritmo e por Pete Newdeck na bateria. Novos na banda são o
guitarrista solo Marcus Thurston e o vocalista Philip Lindstrand.
Quando ao que estes Nitrate apresentam em Open Wide, é um pouco
mais do mesmo no que ao melodic rock/AOR diz respeito. São dez canções
arranjadinhas e certinhas, com as melodias típicas e os solos adequados, mas
sempre sem fugir um milímetro das regras estabelecidas para o género. Um disco
que se ouve bem – por isso os fãs deverão apreciar – mas a mostrar-se sempre
muito comedido e limitado. [67%]
Touching Your Infinity (SOUNDSCAPISM INC.)
(2019, Ethereal Sound Works)
Bruno A. mantém-se por Berlim e por lá continua a explorar diferentes
sonoridades de um passado marcante dos Vertigo Steps, com o seu projeto
atual, os Soundscapism Inc. Mas, começando a ouvir Touching Your
Infinity, o seu mais recente registo, parece que há alguma saudade de uma
sonoridade mais intensa. E afirmamos isto a partir do tema Kopfkino,
onde o rock progressivo está mais presente e se perde um pouco da
componente ambiental e contemplativa. Mesmo que esta sensação não volte a
surgir, a não ser na eletrizante Headspace, o que se nota em Touching
Your Infinity é um caminhar numa direção mais orientada para os post
rock com laivos de progressivo. Algo mais próximo de uns Antimatter,
por exemplo, embora sempre com a costela melancólica de uns Anathema
muito presente. [64%]
Soul Divider (DEEPSHADE)
(2019, WormHoleDeath Records)
Oriundos do norte da Inglaterra, os Deepshade
têm ganho reputação com o seu estilo descomprometido que assenta no grunge,
no alternativo e no psyche e que consegue congregar os fundamentos
existências de nomes como Nirvana, Soundgarden, Queens Of The
Stone Age, Led Zeppelin, Black Sabbath, U2 e Muse. Este trio formado em 2013 tem vindo a
acrescentar algo com uma genuína experiência sónica que, volta a confirmar-se
neste novo registo, muito por conta do teclista convidado Francis Lydiate
– os seus solos de Hammond são absolutamente essenciais numa faixa como City
Burns. Mas há outros momentos a destacar: a abertura Airwaves num
registo muito U2/Muse, o final em crescente apoteose de Ganzua e
os incríveis arranjos a um nível jazzístico de Lonley Man.
Infelizmente, o resto do disco acaba por ficar um pouco aquém destes momentos,
pelo que Soul Divider se revela, acima de tudo, um disco pouco coeso. [67%]
#9 (THE RAZ BAND)
(2019, Gonzo Multimedia)
Apesar dos seus trinta e cinco anos de carreira, os The
Raz Band continuam em força a criar o seu rock e a entreter
audiências de todas as idades. E 2019 ficará marcado como o ano de lançamento
de #9, novo disco de originais, com produção a cargo de Joey Molland
dos Badfinger, elemento que, neste álbum ajuda nas guitarras e ainda
empresta a voz a dois temas. Os primeiros 1000 exemplares vêm acompanhados com
um EP ao vivo, naquela que acaba por ser o primeiro lançamento ao vivo da
banda. #9, sucessor de Madison Park, não deixa de voltar a
apresentar uma adocicada costela rock diretamente ligada aos anos 70,
com a guitarra a ser proeminente na condução dos temas e a secção rítmica a marcar
os compassos de forma pouco exuberante, mas certinha. Um álbum para os mais saudosistas!
[65%]
Family (JOLLY)
(2019, Glassville Records)
Dez após a sua estreia discográfica para a Galileo
Records, os Jolly assinam o seu quarto disco e apresentam a sua
família musical. E nos nove temas que compõem Family surgem os avós Pink
Floyd, os tios Faith No More e Tears For Fears e os primos Muse
e Riverside. O coletivo americano já esteve na casa mais importante do prog,
a InsideOut Music, mas de lá saiu para apostar na independência. E é
isso mesmo que o novo disco do quarteto, agora pela GlassVille Records,
traz acima de tudo: uma assinalável independência sonora e artística que leva
os Jolly a dançar entre o alternativo, o progressivo e o art rock,
chegando a incorporar elementos de modern rock e post rock,
resultando num disco complexo e com arranjos elaborados. Mas mais importante –
independentemente dos obstáculos que têm surgido na vida dos Jolly, a
banda continua fiel a si própria e aos seus fãs. [67%]
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