Entrevista: Taken


A produção metaleira em Espanha neste ano de 2019 tem surpreendido pelo número de lançamaneos e pela qualidade dos mesmos. De Pamplona, os Taken assinam Unchained que é o seu segundo registo, três anos após a estreia homónima. O septeto conhecido por ter dois teclistas tem andado ocupado a mostrar este seu novo álbum em diversos festivais na nossa vizinha Espanha, mas mostra-se motivado para o vir mostrar a Portugal.

Olá Jon, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo vosso novo álbum. Em primeiro lugar, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá Pedro, obrigado pelo teu interesse nos Taken. Ora bem, somos uma banda de Espanha, de Power Metal, composta por sete membros: bateria, baixo, vocais, dois guitarristas e também dois teclistas. Sempre quisemos tocar todos os instrumentos ao vivo, sem samples, por isso é que somos tantos. Na nossa música tocamos um tipo de power metal da velha escola, mas explorando sons novos e diferentes. Na nossa curta carreira (o nosso primeiro álbum saiu em 2016) já nos apresentamos em muitos festivais aqui na Espanha, pelo que achamos que estamos na direção certa. No entanto, nesta tour também queremos tocar fora do nosso país, e porque não algum dia em Portugal?

Unchained é o vosso segundo álbum, três anos depois de Taken. Como foi a abordagem criativa desta vez?
Acho que houve uma evolução quando comparado com o primeiro álbum. Aprendemos muito sobre nós mesmos quando gravámos Taken e queríamos fazer o nosso melhor com Unchained. As composições e arranjos são muito meticulosos e foram feitos a pensar nos nossos pontos fortes. Há, também diferentes ambientes nas músicas, dependendo das letras, e também muitos refrões. A produção também melhorou, gravamos o álbum em Pamplona e masterizamos o álbum com o génio Jens Bogren.

Ora, começando, precisamente por aí, álbum foi masterizado nos Fascination Street Studios. Um álbum de topo merecia uma masterização de topo, certo?
Sim, nós queríamos que este álbum soasse o melhor possível. O trabalho com Iker Piedrafita aqui em Pamplona foi muito meticuloso pois queríamos que todos os elementos fossem facilmente ouvidos. Foi difícil porque temos muitas pistas de instrumentos em cada música, mas achamos que finalmente conseguimos e as músicas soam épicas. Jens Bogren deu o passo final da gravação e fez um ótimo trabalho. Achamos que este álbum pode competir em termos de músicas e produção com outras grandes bandas do género, por isso estamos muito orgulhosos.

Há três músicas sobre as quais gostaria de falar. A primeira é Sancho The Strong com uma boa abordagem folk. É baseado na história de D. Quixote e seu amigo Sancho Pança?
Na verdade não. Eu queria fazer a letra dessa música com um background histórico e contar a história do rei Sancho VII de Navarra, porque ele foi uma espécie de herói no nosso território. Ele lutou pela liberdade de Navarra no século XII e também participou na reconquista cristã. Achamos que essa abordagem folk poder-se-ia encaixar nesta história e é uma das minhas favoritas do álbum.

A segunda é aquele pequeno e completamente diferente Muse. Que musa te inspirou para criar algo tão emocional?
Primeiramente, esta música não foi feita para os Taken. Foi composta pelo David Arredondo e pelo DavidKBD há bastante tempo, mas pensámos que poderia fazer parte deste álbum. Como tem melodias lindas e é curto pensámos nele como um break para o álbum, uma música que servisse para descansar de todas as músicas rápidas.

Finalmente, o épico Rhylian. Uma incrível peça de arte e, como de costume, um longo tema no final. De onde veio essa inspiração?
Obrigado, realmente queríamos fazer uma música épica, com elementos clássicos que lembrassem os Rhapsody Of Fire, mas também com um background mais escuro. Além disso, as letras são compostas por um dos nossos teclistas, Diego, e conta a história de Rhylian, um guerreiro que lutou contra um mago nas terras do Rhylor. Provavelmente no futuro faremos mais músicas em relação a esse universo. A primeira música Worgen Slayer também acontece em Rhylor.

Primeira música essa que conta com a participação do Chris Bay. Como se proporcionou essa oportunidade?
Na nossa última tournée tocámos com os Freedom Call três vezes e o Chris Bay também veio a Pamplona para fazer um show acústico. Ficámos amigos desde então porque ele é muito boa pessoa e porque gosta da nossa música. Assim decidimos convidá-lo para cantar numa das nossas músicas e ele aceitou com um sorriso. Em Worgen Slayer há dois personagens principais e ele faz o papel de um guerreiro com a missão de recuperar as crianças de uma aldeia. Também tivemos a oportunidade de tê-lo como convidado no nosso último concerto no festival Rock The Coast em Fuengirola. Foi incrível!! Se estiveres a ler isto, um grande abraço para ti, Chris, és o maior!

Como definirias Unchained para os leitores que não vos conhecem?
É um álbum de Power Metal da velha guarda onde cada música tem um ambiente único, falando das letras e dos sons do teclado. A maioria das músicas é rápida e épica, com melodias vocais muito cativantes, riffs poderosos e solos impressionantes de guitarra/teclado. Pode lembrar bandas como Sonata Arctica, Dragonforce, Helloween, entre outras.

Obrigado, Jon! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Este verão estamos a tocar em alguns festivais aqui em Espanha, mas queremos também apresentar este álbum em Portugal, por isso esperamos que algum promotor nos leve até aí e nos dê a oportunidade de mostrar as nossas músicas ao público português.
 

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