Entrevista: Frenzy


Nascidos a partir das cinzas dos Steel Horse, os Frenzy elevam o seu heavy metal a patamares únicos de imortalidade. Tendo como base a inspiração nas histórias de banda desenhada – Marvel e afins – Blind Justice mostra um coletivo muito competente, com talento e aplicação. Ángel Muñoz, Choco para os amigos, apresentou-nos o projeto e fala de um dos momentos mais altos da história do heavy metal ibérico – o tema Shred Or Die!

Olá Choco, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo álbum Blind Justice. Antes de mais, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá Daniel e a todos os leitores! Frenzy é uma banda de Heavy Metal de Madrid iniciada em 2016 após a dissolução da banda em que Anthony e eu estávamos, os Steel Horse. Frenzy é um double guitar shred attack, incluíndo Luis Pinedo e o acabado de chegar à banda, Alejandro Gabasa (Leather Heart), na bateria temos Pablo Bazan, Anthony Stephen nos vocais e eu no baixo.

Quais são as vossas principais influências?
O nosso objetivo é fazer um Heavy Metal novo enraizado no Heavy Metal e no Hard Rock dos anos 80, sem parecer datado. Nesse sentido, não somos grandes fãs de coisas mais antigas que a chamada de old-school. Algumas influências e bandas que tocamos incluem Racer X, M.A.R.S. Project, Dokken, Queensrÿche, Alcatrazz, Lizzy Borden, W.A.S.P., Ozzy Osbourne ou Judas Priest.

Como definirias Blind Justice para quem não vos conhece?
Onze faixas de heavy metal para fãs de guitarras shred, vocais melódicos e canções sing along. É um álbum de extremos, desde speed metal como Velocity a hinos de hard rock como Save Me e muito heavy metal. É o tipo de álbum que comprariam nos anos 80 com suficientes mudanças de estilo para o manter interessante.

Onde e como encontraram o vosso vocalista americano?
Anthony mora em Madrid e já nos conhecemos há algum tempo, de amigos comuns. Quando precisei de um cantor, ele foi a escolha óbvia. Tem a voz perfeita e é uma pessoa impecável.

Como decorreu o trabalho no estúdio?
Este álbum foi bastante descontraído. Queríamos fazer tudo da melhor maneira possível e não apressar as coisas, por isso passamos algum tempo a fazer demos e modificações até estarmos prontos para a gravação final. Quando começamos as sessões, trabalhamos com uma abordagem básica, sem fazer muitos takes ou truques de estúdio. É a maneira como tocamos ao vivo, mas com um som melhor.

Os vossos temas líricos são baseados em banda desenhada. Por que escolhera este tema?
Quando começamos a pensar nas letras, o nosso ex-baterista fez essa sugestão de Venom para uma faixa e isso começou a crescer em mim até que acabei com letras em banda desenhada para todas as faixas. É um ótimo assunto para usar como base para expressar os teus pontos de vista, ideias, sentimentos. De alguma forma, a banda desenhada é especial e muito parecida com o heavy metal. Há um forte sentimento épico num ambiente urbano, e essa é, para mim, a definição de heavy metal.

És fã da Marvel?
Absolutamente (risos). Sempre adorei banda desenhada e a Marvel e a DC foram uma parte realmente importante para mim. Provavelmente, hoje em dia gosto mais do material da Vertigo para as minhas leituras... é bem possível que haja algumas letras desse género no nosso próximo lançamento.

Na última música, Shred Or Die, têm doze guitarristas a solar. De onde surgiu a ideia de fazer isso?
Somos defensores do Shred! Gostamos de músicas complexas de guitarra e com esta música queríamos prestar homenagem aos deuses da guitarra, eles são os nossos heróis. Quando tive a ideia para a letra, pensei que seria muito bom fazer uma secção solo muito longa com convidados de bandas que conheço e tenho amizade e tive sorte - a maioria deles estava disponível para o fazer apresentando ótimos solos.

Com a publicação do álbum Blind Justice, no NWOBHM Full Albuns, obtiveram mais de 20.000 visualizações. Esperavam essa receção?
Quando se lança um álbum, nunca se sabe o que acontecerá, especialmente nos dias de hoje. Este ano, que tem sido muito competitivo de uma forma positiva e com tantos lançamentos muito bons, foi ótimo ver que fomos um dos mais ouvidos no mês de lançamento, ou seja chamamos à atenção.

Têm alguma coisa planeada para apresentar o álbum ao vivo?
Antes do verão andamos em tournée pela Espanha e agora temos mais algumas datas por cá, uma tour de 3 dias na Alemanha e Holanda com os Hitten. Espero que a França e Portugal exijam algum serviço de vigilantes do Heavy Metal. Todos temos empregos diurnos e não podemos fazer tournées loucas, mas tentaremos ir a qualquer lugar que pudermos.

Obrigado Choco. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado a ti, Daniel, por todo o teu apoio. Estamos ansiosos por ir a Portugal e tocar para todos os metal maniacs daí. Adoro a vossa cena!



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