Reviews - Janeiro 2020 (I)


The Time Optimist (MATS KARLSSON)
(2019, MK Music/Sound Pollution)
Mats Karlsson é o guitarrista dos suecos 220 Volt e estreia-se a solo com The Time Otimist. Como não fazia sentido apresentar uma coleção de canções que fossem iguais ao que ela toca na sua banda original, The Time Otimist está mais orientado para os estilos rock, AOR e singer/songwriter. O trabalho foi dividido pelo sueco, pelo seu irmão que toca teclados e por um conjunto diversificado de outros músicos. Em 11 temas de registo diferenciado, nove são totalmente compostos por Mats, um em parceria com Björn Höglund e há, ainda, uma versão de Real Gone de Sheryl Crow. Também há dois duetos com as vocalistas Jenny Fall e com Frille Asell. Para sermos otimistas diremos que The Time Otimist promete bastante no seu inicio e, de facto, até meio, é um disco convicente contendo alguns bons momentos. Mas a segunda metade é claramente inferior. [69%]


Zeitgeist (FRANK WYATT & FRIENDS)
(2019, Independente)
Frank Wyatt, dos Happy The Man, Oblivion Sun e Pedal Giant Animals, começou a pensar neste álbum quando a reunião dos primeiros se tornou uma possibilidade. Na sua evolução, Wyatt contactou uma série de músicos que agora assumem a assinatura de Zeitgeist, uma interessante viagem pelos meandros do rock sinfónico, do prog rock, do jazz e da música sinfónica. Foram cinco anos a trabalhar num álbum essencialmente instrumental, criativo nos arranjos, exuberante nas progressões, mas que nem sempre atinge o mesmo patamar ao nível das linhas melódicas e da musicalidade. Zeitgeist fecha de forma grandiosa com os quatro andamentos de Perelandra, uma ambiciosa e evoluída peça sinfónica/cinematográfica. [74%]


Heavenly Bodies (BILL BRUFORD’S EARTHWORKS)
(2019, Summerfold Records/Cherry Red Records)
Bill Bruford, baterista dos Yes e King Crimson, aventurou-se por campos do jazz na sua banda Earthworks. Em meados deste ano foi lançada a Heavenly Bodies – The Expanded Collection, uma caixa deluxe com 20 CD’s e 4 DVD’s cobrindo a totalidade da carreira de 20 anos deste projeto. Um tremendo tesouro de material conhecido e muito nunca antes lançado. O CD que agora nos ocupa é o resumo desse lançamento, com 23 faixas dividias por 2 CD’s. E é o guia ideal para quem só agora toma contacto com os Earthworks. O salto do prog rock para o jazz não foi assim tão grande, e é bom verificar que esta coleção mostra, na perfeição, a mistura de estilos, ambientes e métricas de um projeto criativo e capaz de ignorar barreiras estilísticas. [80%]


Beneath The Lies (SECRECY)
(2019, Ethereal Sound Works)
Há 15 anos Beneath The Lies marcou uma geração sedenta de ondas góticas e que na altura se identificavam muito com bandas como HIM e The 69 Eyes. E os Secrecy, banda do Porto, conseguiram trazer para a Invicta toda a negritude, melancolia e romantismo dramático tão típico finlandês. E conseguiram outra coisa, não muito fácil na altura: ter o seu disco masterizado pelo mago Tommy Newton no estúdio Area 51. Beneath The Lies conta com a versão de Wonderful Life onde participa Dalila Branco e conta, também, com alguns hits como Perfect Isolation, Sins For Love ou Who’s Talking Who’s Crying que se tornariam emblemáticos da banda. Parados desde 2008, devido em envolvimentos noutros projetos, a sua editora desafiou-os a fazer uma reedição deste icónico disco, como forma de celebrar o 15º aniversário do seu lançamento e o ressurgimento da banda. O resultado aí está, na forma de uma indispensável recordação ao qual foram adicionados dois temas regravados com a nova formação. [80%]


Unbroken (CARL DIXON)
(2019, AOR Heaven)
Carl Dixon teve alguma relevância nos anos 80 quando era vocalista da banda canadiana de hard rock Coney Hatch, com quem lançou três álbuns entre 1982 e 1985. A solo estreou-se em 1993 com One, álbum que foi recentemente reeditado e ao qual se segue este novo disco de originais intitulado Unbroken, que marca o inicio da colaboração entre Dixon e Robert Boebel (Frontline, Phantom V). Uma colaboração que criou uma coleção de temas que respeita a tradição do AOR/melodic rock, mas que não é suficiente criativo ao ponto de criar pontos de rutura. Unbroken assenta em ganchos tradicionais, linhas melódicas básicas e solos pouco expansivos. Mesmo a participação do baterista Mark Santer (Santers) parece desprovida de intensidade e brilhantismo. [66%]

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