Entrevista: Scarecrow


Apesar de terem nascido em 2013, apenas em 2019 os russos Scarecrow apresentaram a sua produção. Primeiramente com o EP de três temas, Nosferatu e depois com o álbum homónimo, também conhecido como Vol. I. E numa altura em que o trio de Perm já prepara o Vol. II fomos conhecer melhor este coletivo que simplesmente arrasou o cenário rock mundial com as suas composições.

Olá, obrigado pela vossa disponibilidade. Os Scarecrow ainda não são muito conhecidos, por isso, pedir-vos-ia que apresentassem a banda aos rockers portugueses…
Scarecrow é uma banda clássica de Heavy Rock sediada em Perm, Rússia (muito longe de Portugal, portanto). Foi formada em 2013 e lançou o EP Nosferatu e o LP Scarecrow ou Vol I, em 2019.

O que vos motivou a começar esta banda?
Acho que foi o desejo de fazer boa música.

Qual é o vosso background musical?
Todos nós temos esta ou aquela educação musical. Artemis começou a estudar música muito novo, ainda criança. Formou-se na escola de música, após o qual recebeu educação musical adicional de professores particulares, Elijah estudou guitarra clássica e Vadim estudou bateria e percussão.

Quais são as vossas principais influências? Naturalmente, os Black Sabbath serão umas delas...
Eu indicaria primeiro os Beatles, mas também muito Led Zeppelin e Black Sabbath, é claro. Essa música vem do blues e o blues tem um enorme impacto em nós. De facto, começamos por tocar covers de Muddy Waters, Elmore James, BB King etc. em jams de blues. Mas essas são coisas óbvias sobre o cerne da música. Para além disso, somos influenciados por um grande número de músicos de vários géneros. Muita música folk - desde a meia-idade do folk (como Child's Ballads) até ao folk do século XX, como Anne Bredon, Joan Baez, Forest, Steeleye Span etc. Muito jazz - da clássica Swing Era (Count Basie, Benny Goodman, Artie Shaw, Jimmy Rushing etc) até ao Bop (Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, etc.) e Hard Bop (John Coltrane, Miles Davis, Charles Mingus), muitos compositores clássicos (Gustav Holst, Edward Elgar, Modest Mussorgsky etc.) e muitas bandas de rock clássico, é claro. Esta é uma lista quase infinita: Cream, Budgie, Steel Mill, Pink Floyd, Rush, Black Widow, Camal, Moby Grape, Leaf Hound, Blue Cheer, Trapeze...

Como definiriam Scarecrow para quem não conhece a banda?
Início da viagem.

É engraçado porque o álbum abre com uma introdução sinfónica, mas vocês não são propriamente uma banda sinfónica, certo? Embora as duas últimas músicas entrem, novamente, em campos sinfónicos…
Como afirmei, há uma quantidade enorme de música que tem impacto sobre nós e não estamos limitados a nenhum género em particular. Quanto ao doom rock, temos uma visão sinfónica. A orquestra enfatiza a natureza dramática da situação e dá alguma semelhança aos filmes de terror clássicos. Mas noutras composições usamos outras abordagens - folk, jazz, funk - não há limites. Esperem o Vol II e ouvirão ainda mais.

Como foi a experiência em estúdio? Gravaram ao vivo?
Sim, a banda em si foi gravou ao vivo (todos os vocais, guitarras, baixo, bateria, percussão, flautas, harmónica). A orquestra foi criada usando bibliotecas digitais gravadas no Air Studios.

Há muito espaço para jam sessions e improvisações nas vossas músicas?
Sim, tivemos vários anos desde 2013 para aprimorar a nossa arte e criar material. E agora, sempre que tocamos as nossas músicas, fazemo-lo de forma diferente, para que possamos dizer que estamos sempre a improvisar.

Já tiveram a oportunidade de tocar estas músicas ao vivo? E o que têm planeado para os próximos tempos?
Tocamos todas estas músicas ao vivo, porque elas compõem o nosso set-list. Mas, atualmente, não temos espetáculos planeados já que começamos a gravar o Vol II.

Muito obrigado! Desejam acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado a todos os nossos ouvintes em Portugal e em todo o mundo!

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