Entrevista: Blade Cisco


Edge Of The Blade é o álbum de estreia dos italianos Blade Cisco e se nos lembrarmos que esse é o título de uma música dos Journey, ficaremos logo com uma ideia do campo artístico em que se movem. Sendo de facto assim, também não é muito linear, como nos informa o vocalista e teclista Andrea Zanini. E como explica de forma eloquente ao longo desta entrevista.

Olá Andrea, obrigado pela disponibilidade. Antes de mais, podes apresentar a banda aos rockers portugueses?
Olá Pedro! Obrigado por esta entrevista! Claro que posso apresentar a banda. Blade Cisco é uma banda italiana de rock melódico/AOR, parte da família Burning Minds Music Group (BMMG). Edge Of The Blade é o nosso primeiro disco, mas estamos juntos desde 2007, nascidos como uma banda de covers que prestava homenagem a bandas como Journey, Def Leppard, Night Ranger, Kansas, Styx, FM, Foreigner. Começamos apenas por amizade e diversão, e depois de alguns anos quisemos falar a nossa língua neste género musical, expressarmo-nos artisticamente e deixar uma lembrança, sobretudo para nós, de todos os belos momentos vividos e que ainda estamos a viver juntos .

Qual é o background musical dos membros da banda?
Existem várias origens musicais. Todos nós crescemos com bandas as clássicas de Hard Rock/Heavy Metal do NWOBHM (New Wave Of British Heavy Metal) tais como, acima de tudo, Iron Maiden, Judas Priest, Saxon. E todos nós seguimos o caminho para o género preferido. Há alguém que prefere o clássico Hard'N'Heavy, alguém que puxa o Heavy Metal ao extremo, até ao Thrash e Death Metal ou até algo mais forte, mas, no geral, todos nós gostamos das bandas mencionadas acima. Talvez eu e o baixista Cece sejamos os mais abertos a géneros muito diferentes, também fora do rock.

O que vos motivou a iniciar esse projeto em 2007?
Como dito anteriormente, queríamos dar forma aos nossos sentimentos, falando a linguagem da música AOR, a fim de verificar como seria o nosso som num álbum, expressando através da arte da música e deixando uma lembrança de todos os belos momentos vividos e que ainda estamos a viver juntos. Somos grandes amigos e queríamos homenagear a nossa amizade.

Edge Of The Blade é seu primeiro álbum. Como se sentem com este lançamento?
Estamos felizes. É bom ler e ouvir todas as opiniões diferentes de pessoas diferentes, é a melhor maneira de olhar para nós, enquanto artistas, de um ponto de vista exterior. E, até agora, podemos dizer que o feedback nas reviews foi, geralmente, positivo. Já agora, aproveitamos a oportunidade para agradecer as tuas palavras muito porreiras que excreveste a respeito do nosso álbum. Obrigado!!

O título Edge Of The Blade é também o título de uma música dos Journey. São uma das vossas influências?
Sim, a influência dos Journey é grande. Eles são a minha banda favorita e a nossa principal influência nesse género musical. Mas essa não é a principal razão pela qual chamamos o álbum dessa maneira. Viver na borda da lâmina significa estar em equilíbrio precário, numa situação incerta em que podes cair num lado ou noutro, numa situação ou exatamente no seu oposto, algum tipo de vida num contexto de contrastes, indecisões, encruzilhada. É viver em The Edge Of The Blade, às vezes num Gray, a mistura de preto e branco, estado de espírito, sem saber o que o futuro te reserva porque Life Is A Lottery. Muitas vezes, não somos capazes de avaliar corretamente o valor das coisas que temos, porque é Invisible To Me, mas o homem nunca se sacia com a beleza e não pode fazer Anything (Without Your Music), sem ter como objetivo a beleza e felicidade. Sempre a lutar We Are Still Standing e, finalmente, talvez com a ajuda de uma bússola, a capa do álbum, encontraremos Our Way. Portanto, há um ficheiro entre a maioria das músicas a respeito da temática, mas, com certeza, é uma referência a uma música dos Journey que eu gosto e ao nome da nossa banda.

Que outras influências, musical e liricamente, poderias citar?
As músicas foram escritas principalmente por mim e Valle, com a participação de Michele Luppi em Invisible To Me. Pessoalmente, tenho muitas influências musicais e líricas que são difíceis de citar, mas como esse projeto teria sido inserido no género AOR, precisamos referir-nos às bandas mais importantes dessa corrente musical. No entanto, colocamos pedaços de diferentes géneros musicais como West Coast Music, por exemplo Eagles, em My Way, e algumas referências aos Pink Floyd na introdução da faixa-título. Alguns teclados lembram a música prog com o uso dos sons do Moog. Liricamente, não temos referências específicas, mas pessoalmente, às vezes, tentei inspirer-me nas letras de Jeff Buckley, que são mais uma poesia do que uma letra comum. Ou seja, no fim, é uma mistura de muitas coisas, mas não queríamos parecer outras bandas ou artistas, queríamos usar o legado delas, mas mantendo o nosso som pessoal de olho na modernidade.

Como descreverias este álbum para quem não vos conhece?
Como recebemos muitas críticas diferentes, felizmente positivas, este álbum localiza-se no melodic rock/AOR, mas é variado e nele todos podem encontrar as várias inspirações que usamos para compor as músicas. Achamos que é um álbum que pode ser ouvido por diferentes pessoas, com gostos musicais diferentes.

Que projetos pretendem realizar nos próximos tempos?
Ainda temos que colocar todo o álbum ao vivo. Planeamos três/quatro espetáculos ao vivo na primeira parte do ano. O mais importante será em Como, no dia 28 de março de 2020. Nesse dia, fomos convidados pela nossa editora para tocar no Melodic Rock Night com outras bandas da editora e não só e talvez também um nome grande para o fim da noite. De qualquer forma, temos a honra de tocar nesse local e com certeza vamos gostar!

Para além dessas datas o que têm mais planeado em termos de espetáculos?
Nada especial. Começamos os ensaios em setembro de 2019, estamos focados em dar às músicas uma dinâmica que às vezes não se pode colocar nas gravações. Queremos soar o mais parecidos possível com as músicas do álbum, mas o nosso objetivo é sempre curtir e deixar que as pessoas que vão aos nossos espetáculos se divirtam. Para isso precisamos de nos esforçar para que as músicas sejam reproduzidas ao vivo da maneira mais engraçada que conseguimos.

Obrigado Andrea! Querese acrescentar mais alguma coisa?
Pedro, foi um prazer ser entrevistado por ti. Muito obrigado e obrigado à Via Nocturna por esta oportunidade de dar voz às nossas palavras falando sobre o nosso álbum e banda. Esperamos que os nossos amigos portugueses gostem das nossas novas músicas e, quem sabe, talvez um dia possamos tocá-las ao vivo em Portugal também!

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