Entrevista: Grand Sun


Muitas mudanças podem ser ouvidas neste primeiro longa-duração dos Grand Sun. Intitulado Sal Y Amore traz todo aquele salero que The Plastic People Of The Universe não apresentava. No fundo, agora apresenta-se um som mais degradado e lo-fi. Um objetivo conseguido, também com a mudança de estúdios, como nos confirma a banda.

Olá! Tudo bem desde a última vez que conversamos, a respeito do EP?
Olá Pedro, está tudo impecável e por aí?  Estamos todos em casa e vemo-nos através do skype, agora a promover o nosso disco novo, Sal Y Amore.

Entretanto, não perderam muito tempo e já cá está fora o primeiro álbum. De que forma trabalharam neste registo?
Este disco acaba por ser uma consequência da tour do trabalho anterior, e a realidade é que já andávamos a pensar um pouco nisto faz tempo, daí que o processo tenha sido simplificado. Testámos praticamente todas as songs ao vivo antes de lançar e pudemos ver o que encaixava com o quê

Para a gravação mudaram do Blacksheep para os Duck Tape Melodies. Algum motivo em especial?
Sim, para este disco procurámos um som mais degradado e lo-fi, na direção contrária à do EP anterior. O André Isidro caçou todas as nossas ideias, influências e recursos estilísticos e foi por isso muito bom trabalhar com ele.

Depois de um título inspirado numa banda checa, um título em castelhano. Porquê?
[Risos] Somos uns poliglotas. Não, isto no fundo é uma mescla de línguas latinas, porque este disco puxa mais a um lado excêntrico e misterioso do amor. Um jeito que estamos mais acostumados de classificar como latino.

E já agora, qual é o significado que vocês querem transmitir com Sal Y Amore?
Sal Y Amore significa um conjunto de canções sobre relações terrenas, com todas as suas nuances. O apego e desapego, as intenções, os desamores, a contemplação, o cansaço e a cobiça.

Já têm vídeos para este álbum? Que temas escolheram e porquê?
Temos sim, lançámos já três singles - Feeling Tired, Veera e mais recentemente, a Circles. A Feeling Tired, porque além de ser a primeira música a ser gravada para este disco, foi o tema de corte com a temática florida do EP. Já a Veera é a nossa música esotérica, espacial, de contemplação que mescla a contracultura dos 60s com o shoegaze dos 90s. A Circles segue a linha da Tired e do disco, é uma malha rápida e frenética e não nos cansamos de dizer: é a que melhor nos representa.

Como estamos de palco? O que têm previsto?
De momento, por todas as razões, os planos estão parados. Estamos a tentar, dependendo sempre, remarcar as coisas para o último trimestre do ano.

Obrigado. Querem acrescentar mais alguma coisa que não tenha sido abordado nesta entrevista?
Sim. Sem sal não há amore. E também que temos discos à venda no Bandcamp. Bons para acompanhar a quarentena.

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