Entrevista: Vicious Rumors

 

As comemorações do30º aniversário do lançamento de Digital Dictator incluíam uma tour prevista para um mês com 20 espetáculos… mas transformou-se em 108 espetáculos ao longo de 18 meses. Isso atrasou o lançamento de Celebration Decay, embora não tenha sido um problema de maior, tendo permitido uma maior união com os novos membros Nick Courtney (vocais) e Gunnar Dügrey (guitarras) que passaram com distinção o teste de fogo. E foi com o lendário e divertido líder Geoff Thorpe que fomos conversar a respeito de Celebration Decay e de 41 anos de história.

 

Viva Geoff! Obrigado pela disponibilidade e espero que esteja tudo bem contigo nestes tempos de crise. Celebration Decay é o vosso novo álbum e seu lançamento sofreu um pequeno atraso. Mas desta vez este atraso foi causado por um bom evento. Queres contar aos nossos leitores o que aconteceu?

Obrigado! É bom estar contigo!! Demoramos quatro anos desde o nosso último álbum de estúdio, Concussion Protocol. Parece que demorou muito tempo, mas estivemos extremamente ocupados com trocas de três membros e ano e meio de tournée no 30º aniversário do álbum Digital Dictator. O que começou como 20 espetáculos e um mês transformou-se em 108 espetáculos e 18 meses. O atraso também foi uma bênção, pois deu aos novos elementos, Gunnar e Nick, tempo para conhecerem o estilo e o som dos Vicious Rumors. Nada como mais de 100 espetáculos para reunir uma banda! O novo álbum Celebration Decay tem essa sensação e energia da banda. Estou tão orgulhoso deste álbum como qualquer um dos nossos álbuns clássicos!!

 

Que efeito teve nas músicas e no álbum este atraso?

O efeito foi realmente positivo!! Todas as tournées antes de fazer o álbum tiveram muito trabalho de adivinhação do processo. Entramos em estúdio como uma máquina bem oleada. E acho que se pode perceber isso no álbum.

 

Além disso, acredito que foi importante porque têm uma formação quase totalmente nova. Desde quando os novos elementos estão com contigo e com Larry Howe?

Sim, de facto… Larry e eu somos os elementos constantes, as minhas composições e estilo de guitarra com o seu estilo de bateria forte são o núcleo de cada álbum. Gunnar e Nick são músicos sérios, trabalhamos e tocamos muito juntos! Todos nós temos uma forte ética de trabalho. Estabelecemos a nossa química! É isso que faz parte de uma banda!!

 

Mas o que aconteceu com essas mudanças massivas?

Larry e eu estamos focados nos VR. Sabemos o que queremos e sabemos para onde queremos ir! A nossa locomotiva está orientada e, quando outros mudam de direção, desejamos o melhor para eles e avançamos. Gostamos de manter a formação junta, mas também sou forte o suficiente para reconstruir a banda amanhã, se tiver que ser… Tens que te lembrar que somos uma banda há 41 anos! Não há muitas bandas com os mesmos membros durante tanto tempo, exceto talvez os ZZ Top (risos). Por sorte tenho um bom olho para o talento.

 

Precisamente, os Vicious Rumors têm uma história com 41 anos! Ainda é fácil encontrar novas motivações e novas inspirações para novos álbuns? Nesse caso específico, Celebration Decay, como foi o vosso método de trabalho?

Nunca é fácil (risos). Se fosse fácil todos seriam estrelas de rock (risos)! Corremos em chamas e paixão. Também temos um padrão muito alto. Essa é a parte mais difícil!! Com Celebration Decay, queríamos fazer um killer album com todos os elementos que vocês esperam e mais alguns! Temos uma grande variedade para o nosso metal. Isso também se mantém emocionante para nós!

 

Mas, apesar de tudo, o Celebration Decay é um álbum que mantém todas as marcas registadas dos Vicious Rumors, não é verdade?

Sinto que quando se tem o som da assinatura, como nós, é como uma marca registada. Está tudo aqui em Celebration Decay. Gunnar e eu temos uma química semelhante à do lendário Mark McGee e minha, na guitarra... A ampla gama de Nick está a par do falecido Carl Albert, por isso dá aos Vicious Rumors a oportunidade de seguir em frente e, ao mesmo tempo, reter a nossa sensação clássica.

 

De qualquer forma, existe uma música, Darkness Divine, que tem uma estrutura muito incomum. Como nasceu essa música?

Darkness Divine foi a última música escrita para o álbum. Desde 1996 que eu canto sempre uma ou duas em cada álbum. Nick parecia ótimo em todas as faixas e eu não tinha encontrado a música certa para a minha voz até esta! Verdadeiramente gostei de trabalhar e cantar nessa! Assim como em Collision Course Disaster, faz parte de levar o ouvinte para um passeio!

 

E que tipo de decadência se preparam para comemorar? Como surge o título do álbum e qual o seu significado?

O conceito de celebrar a decadência, se quiseres. É sobre a Humanidade que celebra a decadência ao invés de aprender com os seus erros. Vivemos num mundo muito mais sombrio do que quando eu era criança no Havai nos anos 70. Este álbum é sobre a raça humana. E o amor pelo Heavy Metal.

 

Ao longo destes 41 anos, naturalmente passaram por bons e maus momentos. Poderias dar um exemplo de cada um desses momentos?

Um dos melhores momentos foi atuar como suporte de Paul Stanley na nossa cidade natal e, na mesma noite, assinar contrato com a Atlantic Records. E acho que também estive com duas mulheres sexy naquela noite (risos). Rock n roll não é mau para um rapaz branco do Havaí (risos)!!! Um dos piores, talvez o pior, foi perder o grande Carl Albert num acidente de carro. Mas a vida continua!! Os altos e baixos fazem parte da viagem!! Houve muitos altos e baixos, mas estes foram apenas dois exemplos.

 

E também acredito que algumas situações engraçadas e estranhas tenham ocorrido. Lembras-te de alguma?

Em 1998, acidentalmente, deixámos o nosso vocalista numa bomba de gasolina na Alemanha, quando nos deslocávamos para a Holanda. Só após uma hora ou isso de viagem é que nos apercebemos que ele não estava connosco. E ele não tinha nada com ele. Felizmente tinha um recibo com uma morada e número de telefone. Ligámos a perguntar se não haveria um tipo americano a rondar por lá, sem carteira, identificação ou dinheiro? Disseram que sim! Está mesmo aqui. Agora é uma situação engraçada e uma história bonita (risos).

  

Para finalizar, alguns convidados colaboram neste novo álbum. Podes apresentá-los e falar um pouco do papel que eles desempenham no álbum e como se proporcionou essa possibilidade de colaboração?

Greg Christian, anteriormente dos Testament, tocou baixo em todo o álbum. Foi ótimo tê-lo. Somos amigos há anos. Quando Jaun o recomendou, foi uma escolha fácil. Cody Green fez dois solos de guitarra depois de preencher o baixo na tournée Digital Dictator. Robin Utbult da Suécia é o nosso baixista em tournée! Entre esses três elementos ficamos com o baixo preenchido (risos).

 

Muito obrigado, Geoff!

Obrigado por todo o grande apoio dos fãs! Stay heavy & healthy!! Vimo-nos na estrada! Espero que os fãs apoiem os Vicious Rumors e comprem este novo álbum num dos nossos espetáculos ao vivo!! Temos um novo killer album para todos – Celebraton Decay!

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