Entrevista: Faithful Breath



Hoje em dia é vulgar a temática viking surgir associada ao metal. Mas há 30 anos atrás a realidade era outra e os Faithful Breath marcaram a diferença pela abordagem original e inovadora (e que viria a fazer história, como agora se percebe) da introdução dessa temática. A banda acabaria por mudar o seu nome para Risk, mas o seu legado continua bem presente. E é com satisfação que vimos a High Roller Records reeditar dois dos lançamentos da banda alemã: Skol e Gold & Glory. Foi com estas reedições como tema de conversa que falámos com Heinz Heimi Mikus.

 

Olá Heimi, obrigado pela tua disponibilidade e deixa-me dizer que é uma verdadeira honra fazer esta entrevista com alguém que tem dado tanto para a comunidade metal. Os Faithful Breath lançaram o seu primeiro álbum em 1974, o mesmo ano em que os Judas Priest também lançaram a sua estreia. Como é olhar para trás e ver que pertenceram à primeira geração do Heavy Metal de todos os tempos?

Em primeiro lugar, gostaria de vos agradecer pela entrevista! O Heavy Metal foi um movimento totalmente novo. Foi um momento emocionante e estamos orgulhosos de ter estado lá desde o início.

 

Skol foi o vosso último lançamento antes de assumirem o novo nome Risk. O que esteve na origem desta mudança de nome?

Os Faithful Breath tinham chegado ao cenário do metal, mas de repente estava uma confusão. Não posso explicar exatamente, mas de alguma forma não correu bem. Depois do álbum Skol a coisa continuou com a Ambush. Então decidimos fazer outro álbum ao vivo e, em seguida, começar a juntar ideias para um novo conceito para ver como as coisas continuariam. Lançamos o LP ao vivo pela Noise Records. Depois disso, chamámos o guitarrista Roman Keymer dos Angel Dust para fortalecer a nossa equipa e fizemos várias demos. Rapidamente percebemos que musicalmente tínhamos mudado tanto que já não tínhamos nada a ver com Faithful Breath. Decidimos mudar o nome. Foi um grande risco. Felizmente, conseguimos um contrato com a Steamhammer (SPV) por meio das demos que fizemos naquela época. Respiramos fundo e começamos de novo... é esta a história.

 

Desde que o nome mudou, também não permitiram o total desaparecimento do nome Faithful Breath e vimos serem lançadas algumas compilações. Qual foi o objetivo? Alcançar as gerações mais jovens?

Depois de mudarmos o nome para Risk, surgiram algumas compilações, mas isso não nos incomodou. Não tivemos nenhuma influência nisso.

 

Esta reedição visa o mesmo?

Não. A High Roller abordou-nos e perguntou se poderíamos fazer uma nova edição dos dois antigos LPs dos Faithful Breath. Achei a ideia muito boa e com a High Roller Records tínhamos a gravadora certa para isso. Eles fizeram um trabalho fantástico.

 

Por que o Skol? Consideras este o vosso melhor álbum?

A High Roller publica Gold´N´Glory e Skol. Sim, estes foram provavelmente os nossos dois melhores tesouros!

 

Precisamente, assim como Skol, Gold’n’Glory também será reeditado agora em março. O que poderemos esperar?

Esperamos que alguns fãs do passado e também alguns fanáticos do metal da cena atual se divirtam com essa merda. Quando ouço essas coisas “antigas”, estou imediatamente nos bons e velhos anos 80, e talvez os outros pensem da mesma forma.

 

Mudaram alguma coisa nas músicas de Skol para este lançamento? Foi remasterizado?

A High Roller remasterizou os dois LPs. Fora isso, tudo permaneceu original. Os discos antigos agora estão esgotados e foi uma boa ideia adicionar alguns recém-remasterizados.

 

Podemos esperar com estas reedições o regresso dos Faithful Breath?

Não. Isso só seria levado em consideração se eu conseguisse juntar a formação original em palco. Infelizmente, isso já não é possível porque o nosso baterista Jürgen Düsterloh faleceu em 2014.

 

Desde 1985, muitas mudanças ocorreram em ti e nos teus ex-companheiros de banda. Gostarias de comentar alguma dessas mudanças?

Se considerares há quanto tempo Faithful Breath e Risk existem, é normal que nem toda agente consiga ir tão longe. Quero dizer 30 anos...

 

Obrigado Heimi, foi uma honra. Queres deixar alguma mensagem para os teus fãs?

O prazer foi meu! Desejo-te muita diversão com o relançamento e um bom tempo. Stay heavy e bebe uma cerveja gelada. Skol!



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