Entrevista: Septagon



Se é verdade que o terceiro álbum é definidor do estatuto de uma banda, então, os Septagon estão aprovadíssimos com We Only Die Once. Desta vez a banda do sul da Alemanha aprimorou o seu método de trabalho, investiu na produção e nem pontuais mudanças de formação influenciaram o desenvolvimento de um excelente álbum. Foram estes alguns dos tópicos conversados com o guitarrista Markus Ullrich, aka Ulle. 

 

Olá, Ulle, obrigado pela disponibilidade e parabéns pelo novo álbum. Como tem sido a receção até agora?

Olá e obrigado pelo teu interesse. Até agora, as reações são avassaladoras! É incrível a quantidade de ótimas críticas que recebemos nas últimas semanas e ainda melhor: os fãs também gostam! Efetivamente apreciamos isso.

 

O terceiro álbum costuma ser considerado definitivo na carreira de uma banda. De que forma preparam este We Only Die Once?

Acho que estamos sempre bem preparados, mas desta vez demoramos o nosso tempo e investimos muito trabalho e também dinheiro na produção. Durante o processo de produção há sempre coisas que podem acontecer onde não tens nenhuma influência, mas, pelo menos, tentamos pensar em tudo que poderia não correr bem e demoramos semanas para completar a mistura.

 

Para este álbum, contam com um novo baterista. Por que razão o Jurgen deixou a banda?

Como sempre, questões de tempo e trabalho. Era muito para ele investir todo o tempo na banda. E também já não estava interessado em fazer espetáculos. Ele decidiu desistir para que possamos seguir em frente. Não houve má vontade em nada, ainda somos os melhores amigos e ele absolutamente ama o novo álbum.

 

Daniel é agora o novo homem por trás da bateria. Como foi a sua adaptação à banda? Já teve a oportunidade de cooperar no processo de escrita?

Musicalmente falando, quando ele entrou para a banda já todas as músicas estavam escritas. O facto é que não escrevemos músicas no espaço de ensaio, portanto, quando ensaiamos, é mais um ajuste fino para realmente tirar o melhor proveito das faixas existentes. Tínhamos todas as demos e tudo pronto, mas quando se tratou das partes da bateria, ele foi livre de fazer o que quisesse e, se perguntas, ele fez um ótimo trabalho.

 

Os Septagon continuam a sua caminhada pela vertente melódica e técnica do thrash metal. E We Only Die Once representa um passo em frente, não concordas? Achas que este é o vosso melhor álbum até agora?

Claro que todas as bandas acham sempre que um novo álbum é o melhor, caso contrário, provavelmente não faria sentido lançá-lo. Mas, depois de alguns meses, posso dizer honestamente que realmente acho que é o nosso melhor trabalho. Tem um fluxo muito bom e algo de tudo. Eu também gosto do facto de soar old school, mas ainda tem os tomates necessários num álbum deste estilo. Ainda gosto muito da nossa estreia, mas não estou 100% satisfeito com o nosso segundo álbum.

 

No aspeto lírico vocês tocam uma grande diversidade de estilos. Podes dizer-nos de onde vem a inspiração?

Eu não sou o letrista, portanto, apenas posso adivinhar. Acho que Markus é influenciado por quase tudo. Algumas das letras tratam do que acontece agora neste planeta louco. Outras das faixas são críticas sociais e há canções que são pura ficção ou fantasia. Um pouco de tudo.

 

Já agora, o que é Ekke Nekkepen?

Ekke Nekkepenn é uma figura lendária do Frísio (da Alemanha do Norte) e a história é muito semelhante a Rumpelstiltskin dos Irmãos Grimm. Eu também não conhecia Ekke Nekkepenn quando Markus criou a letra. O engraçado é que somos da parte sul da Alemanha, logo não é uma história muito comum na nossa região. Acho que ele leu o nome quando estava de férias e gostou da ideia.

 

How To Kill The Boogeyman foi o segundo single/vídeo e é compreensível a sua escolha. É, de facto, um killer hit! Sentiram esse potencial?

Absolutamente! Quando Markus surgiu com as melodias vocais, imediatamente soubemos que tinha potencial para um pequeno hit de Speed ​​Metal. As pessoas adoram essa música e acho que no futuro definitivamente fará sempre parte dos nossos espetáculos ao vivo.

 

Como se proporcionou essa ligação com a Massacre Records?

Já lancei dois álbuns com a minha ex-banda Lanfear na Massacre, portanto, conhecia as pessoas. Queríamos uma mudança e contactei-os perguntando se estariam interessados. O contrato foi fechado em minutos.

 

Qual é a sensação de lançar um álbum sabendo que não poderão sair em tournée para o promover? O que têm planeado?

É muito louco e estranho. Claro que planeamos alguns espetáculos, alguns festivais já estavam confirmados e queríamos organizar um espetáculo especial de lançamento. De momento, realmente não faz sentido planear nada. A única coisa boa é que estamos todos no mesmo barco. Vamos esperar que essa merda vá embora para que todos possamos seguir em frente com as nossas vidas.

 

Obrigado, Ulle! Gostarias de enviar alguma mensagem para os vossos fãs?

Obrigado pelo teu tempo. Confiram-nos! Mantenham-se saudáveis, sejam verdadeiros convosco e apoiem a cena.



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