Reviews: Laura Mead, Standard Human Experience, Tribute To The Sisters Of Mercy, Lost Division, Rubicon


The Most Dangerous Woman In America (LAURA MEADE)

(2021, Doone Records)

A vocalista dos prog rockers Izz regressa aos seus lançamentos a solo e, à semelhança do que aconteceu com Remedium, de 2018, as composições foram compostas juntamente com o seu marido e também membro dos Izz, John Galgano. E, também mais uma vez, The Most Dangerous Woman In America não é um disco de prog nem de rock. Está, aliás muito longe disso e talvez apenas no tema-título e em Forgive Me se possam notar algumas desses influências. No restante, este álbum conceptual enverada por ondulantes linhas de piano e beats suaves que constroem toda a evolução musical sobre a qual se desenvolve a bela voz de Laura. Uma abordagem avant-pop que por vezes busca influências no trabalho de Bjork, e que assenta numa vibe 80’s synth e atmosferas trip-hop de alguma forma hipnóticas e sequenciadas. [70%]



Never Belong (STANDARD HUMAN EXPERIENCE)

(2021, Wormholedeath Records)

Num cruzamento único entre tradição e não convencional, surge este álbum de apenas seis temas intitulado Never Belong e assinado pelos Standard Human Experience. A sonoridade orgânica remete-nos para os gigantes do prog rockYes, Genesis ou Rush – ao qual se fundem elementos de maior contemporaneidade e de um prog de influência mais alternativa, sendo que Tool é uma das referências. A mistura não fica completa sem um ligeiro de toque de grunge, sendo que as variações ao estilo de Pearl Jam podem ser facilmente reconhecíveis e identificáveis. A banda, oriunda da Finlândia, consegue ainda enriquecer o seu som com elementos distintivos das criações originárias deste país, nomeadamente com a inclusão de elementos introspetivos e melancólicos. [77%]



Black Waves Of Adrenochrome – The Sisters Of Mercy Tribute (V/A)

(2021, Metalville Records)

Enquanto uma das maiores bandas de sempre de rock gótico, os The Sisters Of Mercy influenciaram muito boa gente nos mais diversos quadrantes. Black Waves Of Adrenochrome – The Sisters Of Mercy Tribute é a homenagem que faltava com diversas bandas dos mais diferentes quadrantes a mostrarem o seu tributo aos autores de álbuns como First And Last And Always e de canções imortais como Temple Of Love, This Corrosion ou More. Temas e álbuns que hoje são considerados de culto, como, alias, a própria banda britânica nascida em Leeds no ano de 1989, por ação de Andrew Eldritch e Gary Marx e considerada a mais fiel representativa do movimento gothic/wave. Para este tributo juntaram-se 15 bandas, sendo que deveremos destacar, pelas suas versões, os Paradise Lost (com Walk Away), Nevergreen (com More) e Cadaverous Condition (com Floorshow). Atrocity (também com More), In Extremo (This Corrosion) e Dan Swanö (Lucretia My Reflection) são mais exemplos de uma prestação bem conseguida. Apenas fica sem se perceber porque há três temas que são repetidos (More pelos Atrocity e Nevergreen; This Corrosion, pelos In Extremo e Maryslim feat. Jyrki69; Lucretia My Reflection pelos Kreator e Dan Swanö), quando o repertório dos The Sisters Of Mercy é tão vasto e interessante. [80%]



Cuts And Scars (LOST DIVISION)

(2021, Inverse Records)

A estreia dos Lost Division, mais uma banda oriunda da prolífica zona de Oulu, na Finlândia, chama-se Cuts And Scars e carateriza-se por uma abordagem ao metal/rock de influências modernas num registo que pode ser comparado a nomes como Lacuna Coil, In This Moment ou mesmo aos nacionais Blame Zeus. Os riffs são fortes, mas é, principalmente nos solos que este disco se revela ambicioso, apesar de em termos de criações artísticas não poder ser considerado um disco particularmente inovador. Ainda assim, destaque para temas como Stay, The Queen e Mayhem onde os Lost Division mostram que têm um caminho interessante pela frente. [72%]



Demonstar (RUBICON)

(2021, Rock City Music Label)

Três anos depois de Welcome To Wasteland, Demonstar é o segundo longa-duração da banda Rubicon que agora inclui o bem conhecido guitarrista francês Bob Saliba (Galderia, Stonecast, Debackliner), bem como o baixista e arranjador Dmitry Belf (Frost, Ashen Light, Imperial Age) e ainda o guitarrista de sessão americano Richard Fisher (Midnight Eternal). Dito isto, percebe-se que este projeto nascido na cidade russa de Krasnoyarsk tem cada vez mais um cariz internacional. Musicalmente, Demonstar baseia-se fortemente no heavy power metal a variar entre os momentos mais tradicionais e europeus (Judas Priest) e os mais poderosos e americanos (Iced Earth), sendo que pontualmente ainda toca outros estilos como o doom, o gothic e até o black metal. Um som que ganha uma tonalidade mais distintiva com o excelente desempenho vocal de Ivan Bulankov, mas que se perde muitas vezes em momentos menos interessantes, que não compensam em musicalidade a elevada explosividade. Ainda assim, atenção para as excelentes malhas que são Down In Darkness, If It Bleed e Line Of Dreams. [77%]

Comentários