Entrevista: Signum Regis



A pandemia esteve na origem de muitos atrasos, muitas dificuldades, muitos problemas. Mas no meio, houve mais tempo para se experimentarem outras coisas. Que o digam os Signum Regis que sem concertos para fazer se entretiveram com coisas diferentes. Isso resultou num EP digital de 5 temas que, mais tarde, evoluiu para uma obra física de sete. O novo trabalho de originais e sucessor do sensacional The Seal Of A New World está em bom andamento, mas desta vez o que nos fez voltar a falar com o baixista eslovaco Ronnie König foi mesmo Flag Of Hope.

 

Viva Ronnie, tudo bem? Mais uma vez obrigado por esta oportunidade de entrevista. Como estão as coisas contigo e com os Signum Regis nestes tempos difíceis?

Obrigado por me dares a oportunidade de compartilhar as minhas ideias e atualizações sobre os Signum Regis mais uma vez. Eu agradeço. Odeio a incerteza sobre o que vai acontecer nas próximas semanas ou meses. É difícil planear qualquer coisa. Disseram-nos, só precisamos achatar a curva, precisamos de mais um confinamento, precisamos esperar pela vacina, precisamos de mais disto e mais daquilo e a pandemia acabará. Bem, aqui estamos nós e depois de ano e meio mantém-se o mesmo. Por outro lado, não posso reclamar. Mesmo nos momentos difíceis, fui abençoado de muitas, muitas maneiras. Não perdi meu emprego, eu e minha família inteira tivemos COVID e ninguém morreu, portanto eu deveria estar grato por tudo isso e estou realmente grato. Agradeço a Deus por tudo.

 

Depois da obra-prima The Seal Of A New World, os Signum Regis estão de volta com um novo EP. Quais são os objetivos deste lançamento? É um produto pandémico?

Acho que, até certo ponto, poderás dizer que foi um produto pandémico. Não foi planeado para acontecer, mas dadas todas as circunstâncias, algumas gravações evoluíram para um EP digital de 5 músicas que mais tarde evoluiu para um remix de 7 músicas e lançamento físico. Se não houvesse uma pandemia, provavelmente estaríamos a tocar concerto atrás de concerto e a fazer um novo longa-duração após o álbum The Seal Of The New World.

 

Considerando as covers e algumas abordagens diferentes em algumas das músicas, podemos dizer que este EP é uma coleção de músicas que provavelmente nunca fariam parte de um álbum dos Signum Regis?

Eu acho que, para algumas músicas, é justo dizer isso. Provavelmente num álbum normal não faríamos a música instrumental Ave Maria ou a versão dos Angra. Normalmente temos muitas músicas próprias e originais e não temos que nos ajudar dessa forma. Mas hey, tudo saiu melhor do que o esperado e foi por isso que fizemos isso. A grande maioria dos fãs gosta deste EP. Provavelmente também é porque soa muito bem. A produção é simplesmente perfeita, graças ao primeiro e único Jacob Hansen.

 

Na faixa-título, contas com uma lista de notáveis vocalistas convidados. Como conseguiram juntá-los a todos?

Queríamos fazer uma pequena reunião. Em 2013 lançamos o álbum Exodus e nesse álbum cada música foi cantada por um cantor diferente. Achamos que seria bom chamar todos eles novamente, ter todos os nossos ex-cantores e, claro, o nosso vocalista atual Jota, tudo numa única música. Entramos em contacto com todos, nem todos estavam disponíveis naquele momento, mas a maioria compareceu e gravou as suas partes.

 

E todos eles fazem parte da trajetória dos Signum Regis e todos colaboraram em algum momento da vossa carreira. É também um reconhecimento pelo seu trabalho no crescimento da banda?

Sim. Göran Edman fez 2 álbuns connosco no início. Ele é um cantor fantástico e uma lenda no género. É sempre uma honra tê-lo. Está o Mayo Petranin, o nosso vocalista durante o período 2014-2018; está o Matt Smith dos Theocracy, que é amado e seguido por muitos fãs; está o Samuel Nyman dos Manimal, que é bem lembrado pelos nossos fãs. A sua performance na música Wrath Of Pharaoh impressionou todos. Também está o David Akesson, que é basicamente a pessoa que fez os backing vocals nos nossos últimos lançamentos. Há também um grande convidado na guitarra - Andre Hernandez a tocar alguns licks muito saborosos. Todos ótimas pessoas, pessoas talentosas e impecáveis.

 

Uma das canções mais extraordinárias é a versão de Ave Maria de Bach/Gounod. Como é que essa música surge nos Signum Regis?

Há muitos anos ouvi esse arranjo, em que o baixo tocava a parte do piano com a técnica de tapping e a guitarra elétrica tocava a melodia vocal. Isso foi por um artista jugoslavo chamado Borko Mitic. Gostei tanto, que aprendi a tocar. E não é fácil de tocar e, depois de aprender, é natural que queiras conservar a performance e fazer a tua própria gravação. Fizemos e ficou muito bom. As pessoas gostaram dessa interpretação deste clássico atemporal.

 

Há também uma versão de Stand Away dos Angra. É como uma homenagem a uma das vossas bandas favoritas?

Gosto dos Angra e tenho muito respeito por eles, mas não foi uma ideia minha. Sem surpresa – o nosso cantor Jota foi fortemente influenciado pelos Angra e por André Matos. Stand Away é uma das suas canções favoritas e ele queria fazer isso. Não me lembro bem, mas acredito que ele estava a pensar em fazer uma colaboração no YouTube, mas pensei, quando o fizermos, podemos também fazer como uma banda de verdade, com todos os membros dos Signum Regis. Mais uma vez, não estou totalmente certo se foi assim que aconteceu, mas é assim que me lembro. Acho que Jota fez um trabalho incrível. Esses vocais são realmente difíceis e ele acertou em cheio. É realmente notável.

 

Para quando um novo longa-duração? Têm trabalhado em novas músicas?

Na verdade, já gravamos 13 demos. Pode dizer-se que o álbum está pronto para ir, mas agora, estamos à espera de que o nosso produtor avalie as demos e nos dê feedback. Talvez mudemos algumas partes das músicas, talvez regravemos algumas partes, talvez escrevamos ainda mais músicas. Vamos ver. Basicamente, estamos a aguardar as decisões da produção e partiremos daí.

 

Mais uma vez, Ronnie, obrigado! Foi uma honra fazer esta entrevista. Queres deixar alguma mensagem?

Obrigado, Pedro por fazeres esta entrevista comigo e pelo apoio ao longo dos anos. Eu gostaria de encorajar os fãs a conferir a versão remisturada da faixa-título - Flag Of Hope (https://youtu.be/vWlvip23ihw) - e fiquem ligados para mais. Ele está a chegar e será o nosso melhor.



Comentários

DISCO DO ANO 2024 - Categoria Live...: Live Access All Areas (ELLIS MANO BAND) (SPV Recordings)

MÚSICA DA SEMANA #52 VN2000: Playing Dead (UNDER THE OAK) (Wormholedeath Records)

GRUPO DO MÊS #12 VN2000: Alkimista (Independente)