Entrevista: Rekkorder

 


Um guitarrista alemão e uma vocalista colombiana são o núcleo duro dos Rekkorder. Breaking Silence foi o seu bem-sucedido primeiro álbum ao qual se segue One que, com muito mais tempo livre para se focarem na composição, resulta numa longa coleção de 17 canções, quase todas elas bastante curtas. Também um álbum onde o duo mostra a sua evolução com a inclusão de uma orquestração diferenciada. Estivemos à conversa com o duo – Nina Lucia Medina Muñoz e Bernd Bloedorn - sobre este álbum e onde não poderia faltar a sua ida ao Afeganistão.

 

Olá, Nina e Bernd. Obrigado por esta oportunidade. Em primeiro lugar, podem apresentar o projeto aos rockers portugueses?

BERND BLOEDORN (BB): Olá Pedro, somos uma banda de rock de Hamburgo, Alemanha. Nina e eu fundamos a banda por volta de 2015.

 

A banda assenta em vocês os dois. Há outros membros que vos ajudem nos espetáculos ao vivo e no álbum One?

NINA MUÑOZ (NM): Toda a música foi escrita por nós. Para espetáculos ao vivo, trabalhamos com outros músicos. Para o álbum One encontramos outro grande baterista que foi capaz de tocar como queríamos.

 

A banda tem um nome curioso. Como apareceu?

BB: Quando era pequeno, os meus pais deram-me um pequeno gravador que introduziu a música na minha vida. Depois de um brainstorming para o nome da banda, surgi com o “kk” para o tornar o mais único possível.

 

Este álbum é intitulado One, mas não é o primeiro. O que tentam dizer comeste título?

NM/BB: O resultado de crescermos juntos como músicos ao longo de 5 anos que nos deu a sensação de estarmos unidos pelo bem da música. A música que é muita enérgica e direta dá-nos a sensação de estar numa corrida de carros onde todos tentam ser o número um.

 

Sendo Rekkorder, um projeto criado por um alemão e uma colombiana, há influências da vossa música tradicional ou não?

BB: Até agora não. Mas certamente no futuro gostaríamos de integrar instrumentos tradicionais como já fizemos com a trompa, contrabaixo, violoncelo e violino neste álbum.

 

De que forma comparam One com Breaking Silence? Mudaram alguma coisa nos vossos processos de escrita e/ou gravação?

BB: O processo de escrita não mudou, mas queríamos ter mais controlo sobre a nossa perspetiva artística no álbum One. Portanto, não tivemos outros músicos, exceto Nina, eu e o baterista mencionado anteriormente. E depois de alguns testes com estúdios de masterização, decidimos também masterizar o álbum por nós próprios.

 

De que forma a pandemia influenciou a criação de One?

BB/NM: Embora a pandemia tenha sido e ainda seja um desastre total para a maioria das bandas, ajudou-nos a focar mais na composição e produção do álbum.

 

Foi a pandemia a razão pela qual este álbum tem 17 novas canções? Porque tiveram mais tempo para criar?

BB/NM: Sim, ter mais tempo foi uma das poucas vantagens do Corona que ajudou a ser mais produtivo na composição de canções e na produção de vídeos para algumas músicas.

 

Cada música conta uma história diferente. Mas essas histórias estão de alguma forma ligadas?

NM: Não, porque o álbum não é um álbum conceptual, cada música representa-se a si própria e conta a sua própria história.

 

Vocês foram uma das últimas bandas rock a visitar o Afeganistão. Como vivenciaram essa experiência? O que viram lá que mais vos tocou?

BB/NM: Na verdade, tivemos o nosso último espetáculo no final de fevereiro de 2020 em Masar-e Scharif onde tocamos para todas as tropas de lá. É sempre uma ótima experiência tocar num um lugar especial como este. Os soldados ficaram muito gratos por termos ido ao Afeganistão. Por outro lado, vimos pessoas - até crianças - que tinham perdido as suas pernas ou braços.

 

Bem, na situação atual, talvez seja impossível voltar lá. Mas se tivessem outra oportunidade, repetiriam?

NM: Se houver uma nova oportunidade, definitivamente SIM!

 

E quanto a espetáculos, agora que a situação está a melhorar. O que têm planeado?

BB: Devido à pandemia tivemos que cancelar a nossa tournée pelo sudeste da Europa, mas tentaremos começar no próximo ano. Além disso, festivais na Alemanha e na Europa estão pendentes para serem tocados em breve.

 

Obrigado, mais uma vez. Querem deixar uma mensagem para os vossos fãs ou acrescentar mais alguma coisa?

NM/BB: Adoraríamos ir a Portugal e fazer alguns espetáculos por aí. Nós já sabemos que têm alguns grandes festivais como Rock in Rio Lisboa, Sónar Lisboa ou NOS Alive. Seria muito divertido rockar para o público. Fiquem ligados Via Nocturna. Obrigado, Pedro Carvalho pela oportunidade de conversarmos um pouco. Até breve!


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