Reviews: Maria Mirra, Nuno da Câmara Pereira, Tectonicbeats, CJ Washington, Chantel McGregor

Fado Antigo (MARIA MIRRA)

(2021, Independente)

Fado Antigo é o nome do álbum de estreia de Maria Mirra e ao longo de 11 a fadista recria temas dos repertórios de Berta Cardoso, Beatriz da Conceição, Amália Rodrigues entre outros. No total são cinco fados tradicionais e outros seis musicados, que foram peças marcantes no seu percurso. Instrumentalmente, a artista é acompanhada em muito bom nível por um ensemble tradicional com duas guitarras portuguesas, uma viola clássica/de fado e um baixo. Este trabalho visa apresentar esta nova voz do fado, o que é conseguido de forma despretensiosa e honesta, sendo de destacar a alguns temas como Maldição, Vazio, Lisboa ou Grito. [71%]



 

Cartas D’Amor (NUNO DA CÂMARA PEREIRA)

(2021, Primetime Records)

Nuno da Camara Pereira canta Tony de Matos. O fadista aventura-se a cantar, no seu estilo, algumas das maiores canções do histórico cantor romântico. Este é o 30.º álbum lançado por Nuno da Câmara Pereira, em 44 de carreira, e não é o primeiro onde se aventura nos caminhos da canção romântica. O álbum Cartas d´Amor leva-nos aos caminhos do genuíno cantor de charme, desde logo extrapolando a sua ação do fadista clássico. E aqui se revela de forma ímpar e com arranjos musicais da sua autoria e uma formação musical simples, mantendo a matriz lusitana numa voz de sempre. Neste álbum encontraremos o sentimento na textura das palavras onde o silêncio e a calmaria ditarão ao ouvinte, cada momento das dez cartas de amor. A sua voz faz-nos sentir cada diferente momento, quer através do seu “veludo” único, quer através dos seus requebros e oscilações que dão a cada poema e trecho musical, as notas próprias de cada melodia recriada. [72%]



 

Nightingale (TECTONICBEATS)

(2021, Independente)

Conhecido como synthmaster, Will Carney, aka TectonicBeats é um compositor e produtor americano que tem vindo a lançar um conjunto de singles onde o seu trabalho de ritmos sintetizados e dançáveis são a sua imagem de marca. Nightingale é o EP que acaba por reunir esses singles numa obra única, acrescentado de algum material bónus. Neste EP é possível observar a forma como a música pode ser toldada e moldada pela tecnologia num conjunto de canções de ritmos fortes, samples vibrantes, vocais femininos que se destacam e com uma abordagem a uma pop nada convencional e bem pesada. Dentro deste género de música eletrónica que funcionará bem nas pistas de dança, Nightingale assume uma postura épica e com originalidade e imaginação. [63%]



 

Love Songs & Low Pass Filters (CJ WASHINGTON)

(2021, Independente)

CJ Washington é um cantor americano de R & B e soul que se inspira em nomes como John Mayer, Chris Brown ou Stevie Wonder. E depois de dois EPs (Soulacoustic e Spend The Night), o cantor de Sacramento avança para o seu terceiro trabalho, novamente na forma de um EP com 5 temas. Nesta coleção de canções intitulada genericamente de Love Songs & Low Pass Filters, Washington surge com apontamentos de hip-hop no trabalho de bateria em temas up-tempo onde a pop e o R & B são a principal imagem. [60%]




Shed Sessions Volume Two (CHANTEL MCGREGOR)

(2021, Tis Rock Music)

Ainda recentemente falamos de Chantel McGregor e dos seus lançamentos made in confinamento. Foram as Shed Sessions que surgem divididas em duas partes – o Volume One e o Volume Two. A respeito da primeira parte já nos debruçámos, pelo que agora falaremos de Volume Two. Desde logo uma evidência – é superior ao primeiro volume. Não só porque tem dois temas da própria cantora – Walk On Land e April, mas depois porque a adição de guitarra elétrica e piano confere logo outra dinâmica às versões. Neste aspeto, desta vez a escolha recaiu em temas de Cranberries, Steve Wilson, Tori Amos, Alanis Morissette, George Gershwin e Joni Mitchell. Os momentos eletroacústicos com longos solos acontecem algumas vezes e tornam-se verdadeiramente espetaculares, como acontece em Drive Home e Walk On Land. Por outro lado, surgem momentos minimalistas apenas com piano e voz que também resultam muito bem, sendo o melhor exemplo o conhecido Creep. [82%]

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