Entrevista: Black Hill Cove

 

Black Hill Cove é formado por músicos com uma vasta experiência musical demonstrada em bandas como Painstruck, Grankapo, We Are The Damned, Grog. etc, notórias da cena portuguesa tanto Hardcore como Metal. Musicalmente, a banda foca-se nos seus gostos ecléticos para fundir groove, um bom balanço de thrash moderno, riffs brutos e canções orelhudas num som e identidades próprias. Com o primeiro álbum já a rodar por aí chegamos à conversa com Rui FAC.

 

Olá, Rui, obrigado por despenderes algum tempo com Via Nocturna. Os Black Hill Cove são um jovem projeto, mas, neste curto espaço de tempo, como tem sido a vossa existência?

Antes demais, obrigado pela oportunidade. Desde que nos juntamos até agora a experiência tem sido ótima, apesar da pandemia que vivemos nos ter impedido de dar mais concertos, só demos dois até agora. Termos conseguido lançar um álbum e ter podido pelo menos mostrá-lo ao publico já não foi mau.

 

Como e onde nasceu esta ideia de se juntarem neste projeto?

O Nuno e o João já andavam a algum tempo a criar músicas e tinham ideia de fazer qualquer coisa. O Nuno entrou em contacto comigo para ver se estava interessado e enviou-me alguns temas. Eu gostei bastante do que estavam a fazer e deram-me rédeas livres para fazer o que eu achasse melhor, depois foi questão de mostrar algumas das minhas ideias para ver o que eles achavam, e aqui estamos.

 

É resultado da pandemia ou não?

Sim, pelos menos a banda começou, durante a pandemia, e todo o tema à volta do disco é um pouco o reflexo dos tempos que passamos durante o ano de 2020 e inícios de 2021.

 

Para este projeto que nomes ou movimentos mais vos influenciam? Suponho que acabem por se afastar das vossas bandas de origem...

Em Black Hill Cove não quisemos por barreiras, a ideia é criar música que gostamos, e todos gostamos de variados estilos, é claro que a base musical é metal, mas vamos buscar influências a outros géneros. Queremos fazer coisas diferentes sem inventar nada de novo. Música com sentimento e sentido é a nossa ideia.

 

Ainda assim, que elementos das vossas experiências anteriores trouxeram para esta nova entidade musical?

Nesse campo trouxemos a experiência de estrada, de palco, de estúdio, já temos as ideias mais vincadas no que queremos da banda e para onde queremos ir, desde que nos deixem, claro.

 

De que forma foi feito o trabalho de composição?

O Nuno ou o João gravam as suas ideias em casa e depois trocamos as ideias por mail, e vamos trabalhando assim até que seja altura de gravar ou ensaiar a sério. A vantagem que estas novas tecnologias nos dão são a facilidade de poder criar e partilhar ideias sem precisarmos estar sempre juntos. E nós tiramos proveito disso mesmo.

 

De que forma o título Broken ilustra a forma como vocês quebraram com a rotina e o vosso passado?

O título do álbum têm a ver com precisamente o termos estado fechados sem poder conviver, estar junto de quem queríamos, as mudanças que as nossas vidas tiveram com esta pandemia, e o que fez sentir a muita gente, o isolamento. Todos tivemos a vida partida, projetos e ideias quebradas, níveis de stress mais altos. O nome do álbum e as próprias letras são o reflexo disso.

 

Por que razão todos os temas são em inglês, enquanto a abertura e fecho tem títulos em português?

Isso acabou por ser uma ideia quase natural, quando saiu o primeiro tema, o Trindade que não está no disco, resolvemos dar nomes portugueses aos temas instrumentais, que ao mesmo tempo estamos a marcar as nossas raízes, e para nós fazia sentido assim. O que não quer dizer que mais para a frente não façamos alguns temas em português.

 

Que vídeos já foram publicados e porque a sua escolha?

O primeiro vídeo foi do tema Trindade que foi a apresentação da banda ainda sem voz, que foi para deixar o pessoal a espera do que vinha aí, o segundo foi o Become The Fire, que foi o primeiro tema que fizemos, e esse sim foi já para dar uma ideia do que podia vir no futuro, depois lançamos o The Calling antes de termos o disco pronto. Desde que o disco saiu lançamos o The Wolf e temos mais alguns para sair daqui a uns tempos. A escolha foi um pouco aleatória, porque queríamos mostrar as músicas uma a uma, como surgiu a oportunidade de lançar o álbum abrandamos a ideia, mas vamos lançar os que pudermos.

 

Este será um projeto de um disco apenas ou têm ideias de continuar a criar?

Temos ideias para novas músicas, mas por enquanto queremos deixar este disco rodar por aí, para o pessoal absorver as músicas, o disco ainda é recente, e também ainda não promovemos o disco pelo país como queremos e como tem que ser.

 

Já agora, em que situação estão as vossas outras bandas?

Nesse aspeto eu sou o único que têm bandas no ativo, o Nuno e João fazem trabalhos como técnico de som, mas tocar só nos Black Hill Cove. Os meus projetos, Grankapo está em stand-by por enquanto, de resto tenho ensaiado com Centopeia, onde sou baterista, e temos temas para um disco que ainda não tem data definida.

 

O que têm planeado para a estrada?

Tocar, quando pudermos e nos deixarem, temos algumas datas faladas, mas ainda nada em confirmado, à espera de ver como corre a situação da pandemia. Assim que estiver alguma coisa confirmada nós lançaremos as datas.

 

Muito obrigado, Rui! As maiores felicidades! Queres acrescentar alguma coisa que não tenha sido abordada?

Gostaria de apelar a todos para visitar as nossas páginas, ver os vídeos, ver o merch, escutar o álbum e comprar, que está em quase todas as plataformas digitais ou entrem em contacto com a banda ou a Raging Planet. Esperemos ver-vos em breve num palco perto por aí. Obrigado pelo apoio.

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