Reviews: Ledderplain; Savage Grace; Trouble; Last Piss Before Death; Illum Adora

 

In The Nightmare Land (LEDDERPLAIN)

(2021, Independente)

O regresso dos nortenhos Ledderplain faz-se com o EP de cinco temas In The Nightmare Land, um trabalho muito bem conseguido. Metal de inspiração clássica, com algo de Iron Maiden, mas com linhas melódicas vocais muito caraterísticas, um ponto que os leva a afastar da dama de ferro. Boas guitarradas, bons solos, uma secção rítmica dinâmica, uma produção forte e nítida e, principalmente, cinco canções que empolgam e dão vontade de voltar a ouvir. É este o menu de um In The Nightmare Land, trabalho que se vai revelando a cada audição e que nos vai prendendo a cada descoberta. [90%]



 

Master Of Disguise/After The Fall From Grace (SAVAGE GRACE)

(2022, Hammerheart Records)

Há reedições que são obrigatórias de acompanhar, analisar e comentar. No presente caso, os dois primeiros (e que se revelariam os únicos) álbuns dos seminais Savage Grace incluem-se nesse grupo. Naturalmente a geração mais velha já teve oportunidade de ser muito feliz com qualquer um destes lançamentos, mas a geração mais nova deve conhecer obrigatoriamente. Ainda por cima porque estas duas reedições que a editora neerlandesa Hammerheart Records apresenta agora consegue congregar a quase totalidade da discografia dos americanos. Como bónus CD em Master Of Disguise vêm as demos de 1982 e 1984 e o EP The Dominatress, de 1983. Quanto a After The Fall From Grace, vem acompanhado pelo EP Ride Into The Night (de 1987), de Main Line Lover, tema presente na demo promo de 1991 e de duas faixas captadas ao vivo em 1992, Bare Bottom Blues e Such A Dirty Mind. Master Of Disguise e After The Fall From Grace são dois álbuns diferentes, com registos diferenciados e atmosferas muito próprias. Mas são os dois peças marcantes para compreender a história do metal nos anos 80. [89%]/[88%]



 

One For The Road/Unplugged (TROUBLE)

(2022, Hammerheart Records)

One For The Road foi lançado, originalmente, em 1994, em formato demo pela J. W. M. International; Unplugged em 2007, em formato EP pela Trouble International. Os dois surgem agora juntos em mais uma reedição levada a cabo pela Hammerheart Records. No caso de One For The Road, trabalho lançado com a finalidade de apoio à tour europeia desse ano, a versão é a mesma e as músicas são puramente o que os Trouble já nos tinham apresentado nos trabalhos anteriores. Unplugged surge agora numa versão estendida, com a adição de 4 novos temas. Uma nova prensagem para quem não teve acesso a estas edições raras e para as novas gerações conhecerem um dos nomes com maior longevidade do doom metal internacional. [84%]


 


LPBD (LAST PISS BEFORE DEATH)

(2022, Raging Planet Records)

Apresentado como a união entre amigos que partilham o gosto pelos caos e pelo metal, o projeto nacional Last Piss Before Death estreia-se com LPBF onde nos apresentam 11 malhas carregadas de peso e groove de uns Pantera. Essas malhas estão divididas em duas partes, soando a primeira mais densa e caótica (bem demonstrada na parede sonora criada pelas guitarras em Restless Void) e a segunda mais aberta e com mais groove. Ainda assim é em Out Of Luck que encontramos o solo mais melódico naquele que também é um dos temas mais orelhudos do disco. A abertura da segunda parte é feita pelo interlúdio com registo acústico A New Beginning/Kill Pop Music, logo a deixar clara a já referida mudança que virá a seguir. E que se repercute, também, noutras abordagens como a orientação Voïvod das guitarras em Portugal ou a entrada em campos do doom em Master. [73%]



 

Ophidian Kult (ILLUM ADORA)

(2021, Folter Records)

Dizer que Ophidian Kult, o segundo álbum dos Illum Adora, é black metal será redutor. A banda alemã consegue fazer uma visita ao metal obscuro dos anos 80, com diferenciados elementos e, naturalmente, com uma forte componente satânica ao nível lírico. Esses diversificados elementos tornam-se tão inesperados como espetaculares: Nausea carrega uma melodia incrível; Tief Unten surpreende por enigmáticas e belas linhas de piano; e Lost In Reverie fecha com um inusitado solo de guitarra clássica. Mas, o mais importante, é que em momento algum os Illum Adora perdem a sua componente crua e fria do black metal. E, não estando propriamente no campeonato do black metal majestoso e sinfónico de algumas bandas, os alemães conseguem preencher as suas composições com harmonias e melodias muito interessantes. Provavelmente os mais puritanos criticá-los-ão. Ao invés, nós saudamos a sua bem conseguida postura. [85%]

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