Reviews: Ohrenfeindt; Split Heaven; Custard; Psychoprism; Hasswut

 

Krawallgeigensymphonie – 25 Jahre Vollgasrock Live Im Gruenspan St. Pauli (OHRENFEINDT)

(2022, Metalville Records)

25 anos de uma carreira ímpar e de entrega total. 25 anos de rock ‘n’ roll energético e poderoso. 25 anos de atitude inconfundível. 25 anos de Ohrenfeindt. O power trio que foi muitas vezes apelidado (e com alguma razão se atentarmos em algumas semelhanças) de resposta alemã aos AC/DC está vivo e bem vivo como o demonstra neste concerto no lendário Gruespan, no rockeiro bairro de St. Pauli, em Hamburgo. Duas horas de rock ‘n’ roll com momentos espetaculares, muita entrega de músicos e fãs e muita interação banda/audiência, o que transformou este concerto em algo memorável. De tal forma memorável que agora pode ser ouvido e visto por todos neste lançamento de duplo CD e DVD levado a cabo pela Metalville Records. Vivam os Ohrenfeindt por 25 anos de carreira; viva St. Pauli e viva o rock puro e genuíno deste power trio histórico. [85%]



 

Electric Spell (SPLIT HEAVEN)

(2021, Pure Steel Records)

A introdução em ritmos hispânicos de Gerudo Valley promete um regresso em grande estilo para os Split Heaven. Death Rider, o seu registo anterior já ficou em 2016 e Electric Spell era aguardado com imensa expetativa. E os mexicanos não defraudaram. Este seu sexto disco surge carregado de hinos metálicos empolgantes e solos excitantes. Em Let’s Fight aventuram-se por campos de uma maior teatralidade e no tema título recuperam grande parte da magia das cavalgadas do NWOBHM. Em castelhano, Revolución (inspirada na revolução mexicana) mostra uma outra faceta da banda, embora seja em que língua seja, os Split Heaven mostram-se altamente competentes. Não esquecer ainda Sacred Fire ou Soul Possessor que ergue bem alto a bandeira do metal tradicional dos anos 80. [83%]



 

Imperium Rapax (CUSTARD)

(2021, Pure Steel Records)

Já começa a ser uma tradição que os Custard apresentem um álbum novo a cada quatro/cinco anos. Desta vez, o conceito recaiu sobre o Império Romano e a banda alemã apresenta-nos um Imperium Rapax que se assume como dos seus melhores discos. A uma abertura introdutória segue-se Children Of The Wolf, um dos temas mais rápidos e fortes e com bons arranjos e excelentes evoluções. Como que logo ali a mostrar-se um verdadeiro gladiador. Mas, por vezes, a astúcia é mais importante que a força e Imperium Rapax acabará por mostrar mais e melhores argumentos à medida que se avança na obra e vão surgindo momentos de grande capacidade melódica (Blood And Sand, The First Emporer e, principalmente, Furor Teutonicus). Ou mais desenvolvidas harmonias, como em The Goddess Of Magic And Death e o mesmo Furor Teutonicus. Muito longe já ficou a fúria de Children Of The Wolf e agora a banda surpreende pela sua costela épica, por momentos a lembrar os seminais Arrayan Path. Costela épica que se revela em toda a plenitude no grandioso final Quo Vadis. [85%]



 

R. I. S. E. (PSYCHOPRISM)

(2021, Pure Steel Records)

Quando se fala de US-Metal estamos a falar de uma escola de metal que se carateriza por doses maciças e fortes de guitarras. Nem sempre muito dados a modernismos, nem sempre muito fortes na componente melódica, as bandas deste género também deixam vincada a sua capacidade técnica na execução e na composição. Por isso, R. I. S. E., o novo álbum dos Psychoprism é US-metal. Mas é muito mais que isso. Alguns pormenores de metal mais contemporâneo podem ser encontrados, mas é a componente neoclássica que mais nos fascinou neste disco. O US-metal dos Psychoprism é deliciosamente poderoso, com um vocalista num nível de excelência tal que ajuda a orientar a banda para os lados dos Queensrÿche. Melodicamente muito mais evoluído que a maioria dos seus pares atuais, com um guitarrista espetacular e um conjunto de grandes canções, este bem pode ter sido o mais injustamente esquecido dos álbuns de 2021. [90%]



 

Mund Zu! (HASSWUT)

(2022, Art Gates Records)

Formados em Espanha no final da década de 2010, os Hasswut têm toda uma orientação musical para o metal industrial alemão e o NDH. De tal forma que até temas cantados em alemão têm. Mund Zu! é o seu novo EP e surge carregado de registos eletrónicos dançáveis cruzados com guitarras potentíssimas e com as programações a terem espaço demasiado alargado, na nossa opinião. Por cima desta capa, por vezes algo confusa, estão os vocais com a adequada agressividade. Rammstein, OST+Front e afins estão, claramente no rol das bandas que influenciaram este conjunto, embora, não esperem que este trio esteja ao nível dos nomes citados. Mund Zu! apresenta cinco novos temas e uma versão remix de Haters, a cargo de Miseria Ultima. [71%]

Comentários