Entrevista: Space Parasites

 


A bruxa maléfica apareceu em Children Of The Witch de Raw And Violent e a partir daí os Space Parasites perceberam que essa era o caminho até porque a sua vocalista desempenhava bem esse papel. Por isso, o seu novo álbum carrega o título de The Spellbound Witch. Este foi um dos temas conversados com o trio de músicos da banda germânica, Iron Daschke, Diana Arnold e Nadine Woelk.

 

Olá pessoal, obrigado pela disponibilidade. The Spellbound Witch é o vosso novo álbum. O que fizeram nos últimos três anos depois do lançamento de Raw And Violent?

NADINE WOELK (NW): Bem, fizemos alguns espetáculos depois do lançamento de Raw And Violent. Um levou-nos até Atenas, outros tocamos em Berlim e arredores. Depois chegou o Covid. Ficámos presos na nossa sala de ensaios e em casa. Os tempos para ensaiar eram limitados, pois tínhamos confinamentos aqui na Alemanha. Todos nós praticámos em casa. Já estávamos a trabalhar no nosso novo álbum – The Spellbound Witch. Daschke escreveu música e Nadine as letras. Com a situação do Covid a abrandar, pudemos voltar a encontra-nos e a tocar juntos. Aí trabalhamos afincadamente nesta nossa coisa da Bruxa.

 

Bem, podemos ir um pouco atrás? Quem é esta banda chamada Space Parasites? Podem apresentar-se aos metalheads portugueses?

NW: Os Space Parasites encontraram-se no início de 2017. Willi (bateria) e Diana (baixo) começaram a ensaiar e a fazer jams. Ambos tinham a ideia de formar uma banda de metal. Uma vez que ambos sabiam que Daschke gostava muito de Metal, perguntaram-lhe se queria entrar. Ele estava interessado e já tinha algumas ideias. Enquanto o trio começava a fazer música, ficava clara o que queriam. Uma voz feminina estranha no microfone. Não foi assim tão fácil encontrar alguém. Até que Daschke surgiu com Nadine, que era conhecida por gostar de Metal. Ela estava ansiosa para tentar e todos nós nos encontramos. Depois de alguns ensaios, a primeira formação ficou definida, as primeiras músicas já estavam escritas e o caminho foi pavimentado para Space Parasitas. Gravamos a nossa primeira demo, A Date With Thrash Doctor, tivemos a nossa primeira festa de lançamento. E também foi a primeira vez em palco. Na altura, os Space Parasites já tinham um longa-duração em mente, por isso Daschke começou a escrever algumas músicas novas e Nadine estava pronta para algumas letras. Logo estávamos prontos para um longa-duração. Gravamos Raw And Violent. Coisas viciosas. Como uma obra DIY, ficámos esfarrapados durante a gravação. Enquanto gravávamos Raw And Violent já estávamos a trabalhar em coisas novas. Foi quando nós começamos a falar sobre ter um segundo guitarrista. Demorou um pouco até decidirmos, precisávamos de uma dupla para tornar o som mais gordo. Conhecemos Matti em setembro de 2020. Ele habilmente abriu o caminho para os Space Parasites.

 

Space Parasites é uma banda alemã e a Alemanha teve algumas das melhores bandas de thrash metal de sempre. São influenciados principalmente pela cena do vosso país?

IRON DASCHKE (ID): Não. O heavy metal é tão lindamente internacional. Para mim, tudo começou mim em 1989 com Alice Cooper, W.A.S.P., Megadeth e similares. É onde me sinto mais em casa.

DIANA ARNOLD (DA): Thrash pesado dos anos 80. É isso.

NW: Todos nós entramos na música ainda jovens. Acho que somos influenciados pelo grosso do metal. Principalmente coisas dos anos oitenta. Thrash e Power, assim como - para mim, Prog e Gothic.

 

Como analisam a vossa evolução desde Raw And Violent até The Spellbound Witch? Que pontos conectam os dois álbuns e que elementos os diferenciam?

NW: Raw And Violent foi gravado em quase seis dias. Willi teve dois dias para a bateria. 23 horas para as guitarras, solo e ritmo, ambos feitos por Daschke. Diana e o seu baixo tiveram apenas meio-dia. Nadine cantou e/ou gritou durante dez horas seguidas. Não há muito tempo para gravar um álbum com 14 músicas. Pode ouvir-se isso. Durante a pandemia da Covid, tivemos mais tempo para escrever e praticar. Enquanto escrevíamos The Spellbound Witch aproveitamos a oportunidade e refinamos as nossas composições. Com Matti e Daschke a trabalhar juntos, as ideias foram divididas entre os dois. Mais detalhado, construído até a última nota encaixada, direto, suavemente aperfeiçoado. Também tivemos um produtor incrível em estúdio. Ele entendeu colocar o tom vocal sujo, animalesco e às vezes até assustador de Nadine na cena.

 

A que referências se referem quando chamaram o álbum de The Spellbound Witch?

NW: Em Raw And Violent podes encontrar uma música chamada Children Of The Witch. Nós gostamos muito da ideia daquela bruxa, além disso a voz de Nadine já soa como uma feiticeira malvada numa matança, por isso apegamo-nos a isso. Uma feiticeira irada e em busca de vingança. Uma ogra bestial que todos podemos encontrar em nós mesmos. Guitarras lívidas, bateria furiosa e um baixo incensado. É uma fera, um animal...

 

A pandemia afetou ou não a criação do álbum?

NW: Sim, claro. Algumas coisas só aconteciam por telefone. Não pudemos encontrarmo-nos. Mas tivemos mais tempo para entrar em The Spellbound Witch. Como não podíamos tocar ao vivo, toda a nossa energia inundou o nosso novo álbum. Uma visão deliciosa, diria. Por isso ficou mais complexo e melhor. Posso dizer que até certo ponto excedeu a nossa expetativa.

 

E agora estão prontos para subir ao palco? O que têm programado?

NW: Por enquanto, apenas agendamos um espetáculo. Iremos tocar no Metal Gods Open Air em julho, em Berlim. É muito difícil conseguir espetáculos, os locais estão lotados por causa da pandemia. Os concertos tiveram de ser remarcados. Portanto, quase todos os espetáculos agendados nos últimos anos foram mudados para 2022 ou 2023. Esperamos conseguir mais no próximo ano quando a situação se acalmar um pouco mais. Além disso, precisamos de uma festa de lançamento do disco (risos), ainda não tivemos nenhuma.

 

Muito obrigado, mais uma vez. Projetos e ambições para o futuro? O que têm em mente que nos possam adiantar?

NW: Nós, é claro, estamos a trabalhar em novo material, com mais duas vozes de guitarra. Muita fúria e raiva nos vocais. Espetáculos, conhecer novas pessoas e ver amigos novamente. Tomar uma cerveja ou duas. Fazer música. Sim.


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