Entrevista: Ironflame

 


Andrew D’Cagna tem estado e ainda está em diversas bandas, mas é nos Ironflame que deixa esvoaçar toda a sua veia criativa. A banda criada para homenagear um amigo falecido, a sua banda, já vai no seu quarto álbum, recentemente lançado pela High Roller Records e intitulado Where Madness Dwells. Um disco ligeiramente diferente, mas sempre a respeitar o metal atual e os precursores, como afirma o vocalista.

 

Olá, Andrew, obrigado pela disponibilidade. Where Madness Dwells é o teu novo álbum. Antes de mais, parabéns pelo ótimo trabalho! Qual foi o processo que te levou a este álbum depois de Blood Red Victory?

Olá, e obrigado pela oportunidade de falar. Este álbum é muito mais uma libertação emocional para mim. Nasceu por necessidade. Havia muito caos em torno da minha vida e a única maneira saudável para lidar com isso era escrever sobre isso. Foi muito catártico e aliviou muita tensão.

 

Em 2016 os Ironflame nasceram como homenagem a um amigo teu. Agora, o que te faz seguir em frente?

Eu sinto que quando criei os Ironflame para homenagear o meu falecido amigo, ele agradeceu-me deixando a nossa música espalhar-se pelo mundo e ganhar popularidade em muito pouco tempo. Reconheço o que ele fez por mim e sinto que é justo continuar a fazer música. Estou muito grato por todas as oportunidades que surgiram até agora.

 

Mas, originalmente, a ideia era lançar apenas um álbum, estou certo? Este é o… quarto! De onde vem a motivação para continuar a escrever e gravar músicas?

A principal coisa que me mantém motivado nos Ironflame é, definitivamente, a nossa base de fãs dedicada. Eu estive em muitas bandas ao longo dos anos, mas nunca experimentei um amor e apoio tão constante como tenho com os fãs dos Ironflame. Sinto um senso de responsabilidade em continuar a entregar a melhor música possível para os deixar orgulhosos de se chamarem fãs dos Ironflame. Os nossos fãs são os melhores!

 

Tu és membro de várias bandas, mas Ironflame é o teu projeto, não é verdade? Aqui és o responsável por tudo?

Estás certo, Ironflame é a minha principal saída criativa. Assumo papéis diferentes nas outras bandas das quais faço parte, mas esta é a única em que sou o único compositor. Trato de todas as performances de estúdio para todos os instrumentos, exceto solos de guitarra. Também lido com a tarefa de gravação, engenharia, mistura e masterização.

 

O que procuras nos Ironflame que as outras bandas não têm?

Tentei sempre escrever o tipo de música que eu gostaria de ouvir pessoalmente como fã de Metal. Sou influenciado por tantas formas diferentes de Metal e sinto que a maioria das minhas influências se traduz muito bem no reino do Heavy Metal Tradicional. E embora muitas outras bandas pareçam fazer isso hoje em dia, eu não saio do meu caminho para tentar soar “clássico” ou “vintage”. Para mim, é bastante óbvio que os Ironflame são uma banda de Heavy Metal moderna, ao mesmo tempo que respeita todas as grandes bandas que vieram antes de nós.

 

Em algum momento deste processo tiveste algum tipo de ajuda?

Eu costumo escrever, tocar e gravar a música dos Ironflame em solidão, sem nenhuma sugestão ou orientação externa. Muitas vezes pensei em obter opiniões de outras pessoas sobre o meu material antes de o lançar, mas isso ainda não aconteceu. Parte de mim sente que isso interferiria na essência original da música da banda e não ouso tentar alterar sua forma original.

 

Como foi a abordagem de composição para este novo álbum? Alteraste alguma coisa em relação aos teus lançamentos anteriores?

Desta vez optei por mudar a dinâmica das estruturas das músicas. Até agora, a nossa música pareceu sempre girar em torno de crescentes harmonias de guitarra, bem como refrões memoráveis. Esses elementos ainda estão muito presentes na nossa música, mas escolhi quebrar o nosso próprio molde e focar-me numa abordagem mais baseada em riffs para o aspeto de composição de tudo.

 

No aspeto lírico, também mudaste a temática. Em que consiste agora?

Houve uma revisão obscura percetível para mudar o meu foco lírico para mais experiências do mundo real. Não foi necessariamente uma coisa intencional. Pelo contrário, foi uma surpresa até para mim quando o álbum foi finalizado. Eu estava genuinamente preocupado que os nossos fãs perderiam a natureza épica do nosso material anterior. Agora que as críticas estão a chegar, sinto-me confortado pelo facto dos nossos fãs verem que tipo de pessoas nós somos e abraçaram a nova direção lírica.

 

Alguns espetáculos ou mesmo uma tour serão possíveis, considerando as tuas agendas com as outras bandas?

Este ano, já fomos abençoados com várias oportunidades e estamos gratos por cada uma delas. O nosso último espetáculo da temporada está agendado para agosto, e este mês ainda nos podes ver na estrada na Alemanha para o festival Headbangers Open Air.

 

Que membros estarão contigo em palco?

A nossa formação ao vivo permaneceu consistente desde o início de 2018: Quinn Lukas (guitarra), Jesse Scott (guitarra), James Babcock (baixo) e Noah Skiba (bateria).

 

Mais uma vez, muito obrigado, Andrew. Queres enviar alguma mensagem para os vossos fãs?

Muito obrigado por todo o amor e apoio! Head bang forever!


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