Reviews: RAVEN, SUNLESS SKY; RAGE; BOOBY TRAP; AMKEN

 

Leave’em Bleeding (RAVEN)

(2022, Steamhammer/SPV)

Os Raven estão de saída da SPV por quem lançaram os seus três últimos registos discográficos, entre 2010 e 2020. Mais concretamente, Leave’em Bleeding é uma comemoração dos últimos sete anos na label germânica, porque os primeiros cinco temas pertencem aos seus dois últimos álbuns: Extermination (2015) e Metal City (2020). O resto é completado com alguns temas clássicos da banda, algumas versões ao vivo e duas covers para temas dos Montrose e dos Thin Lizzy. A verdade é que sem os Raven não haveria thrash, nem speed. Por isso, seja em que casa for (e parece que será na Silver Lining Music), o que se espera é que os britânicos, agora radicados nos EUA, continuem o seu percurso dedicado ao metal. Como, aliás, fica demonstrado nesta compilação que encerra um ciclo. [83%]



 


Prelude To Madness (SUNLESS SKY)

(2022, Pure Steel Records)

Já conhecemos Juan Ricardo de inúmeros projetos e, a verdade, é que nem sempre os seus vocais se têm saído muito bem. Felizmente, não é o que se passa neste novo disco dos Sunless Sky, o terceiro da carreira da banda de Cleveland e aquele que marca uma revolução no line-up, reduzindo-se a um formato de trio e restando apenas o vocalista. Prelude To Madness é um excelente disco, carregado de competência técnica e de forte influência do US metal, nomeadamente da vertente criada por bandas como Warlord ou Sanctuary. O trabalho de guitarra é surpreendentemente bem delineado, sendo bem secundado por uma bateria dinâmica. Juan Ricardo, com os seus vocais altos, coloca toda a força nestas composições, umas vezes delicadamente tricotadas, outras assentes no poder e na força dos riffs, mas sempre de intrincado recorte. [86%]



 


Spreading The Plague (RAGE)

(2022, Steamhammer/SPV)

No final deste mês, já depois de terem atuado no Milagre Metaleiro, em S. Pedro do Sul, e antes de iniciarem a sua nova tour europeia, os veteranos Rage presenteiam os seus fãs com um novo EP. Spreading The Plague é um EP com seis temas, três deles originais, nunca antes disponibilizados. Estes originais, são faixas que resultam das sessões de gravação do último longa-duração, Resurrection Day, de 2021. E são temas que comprovam a atual qualidade do quarteto, podendo, perfeitamente, ter feito parte do alinhamento desse seu espetacular último álbum. O EP completa-se com uma nova abordagem, em registo acústico a A New Land, que também estava incluída em Resurrection Day. The Price Of War 2.0, versão do tema original presente no álbum Black In Mind, de 1995, também está presente. Esta versão havia sido lançada num single digital, em 2020 e que, na altura, serviu para apresentar os novos membros Jean Borman e Stefan Weber, sendo, portanto, a primeira vez que surge em formato físico. Finalmente, Straight To Hell, outro clássico dos alemães, aqui captado ao vivo no Balve Cave, em julho de 2020. Cada vez melhores, os Rage oferecem, desta forma, uma bela lembrança aos seus fãs, enquanto um novo álbum de estúdio não chega. [90%]



 


The Hellzheimers (BOOBY TRAP)

(2022, Firecum Records)

Numa conjugação de álbum e temas originais temos que recuar até Stand Up And Fight, de 2019, para encontrarmos o último trabalho dos Booby Trap. Mas, desde essa altura que a banda tem estado bastante ativa com lançamentos de EPs, splits (dos quais destacamos, naturalmente, o excelente Bastards United com os Pitch Black e os Buried Alive), um álbum ao vivo e um lançamento em vinil, Fuck Censorship, que recupera temas que a banda aveirense tinha lançado no split Mosh It Up! de 1996. Aparentemente, os Booby Trap já estão a trabalhar num sucessor de Stand Up And Fight, mas aproveitando a pandemia e os confinamentos cumpriram uma ideia há muito tempo pensada, mas sistematicamente adiada: a de lançarem um álbum de versões. E aí está ele, na forma de The Hellzheimers. E o interessante deste trabalho é que a banda passa em revista não só as suas influências óbvias, como também bandas de outras sonoridades, às vezes muito distantes, como Bon Jovi ou Rose Tattoo. É um disco de versões, é certo, mas é tão agradável reouvir alguns hinos intemporais tocados por uma banda cada vez mais madura e coesa! [81%]



 


Passive Aggression (AMKEN)

(2022, Massacre Records)

No seu segundo álbum, Passive Aggression, percebe-se que o coletivo grego Amken se conseguiu exceder. De tal forma que apresenta um álbum que fala diretamente do coração da banda, apresentando um thrash metal puro e genuíno. Os vocais são mais obscuros e muito mais in your face e o trabalho de guitarra, mantendo a tradicional crueza, mostra uma abordagem mais melódica nos riffs e nos solos. E isso fica bem patente em temas como Dead Man’s Land e Bliss. Outros momentos, nomeadamente em I Am The One, The Li(f)e We Lead e o tema título primam pela velocidade. Para o fim, We Came From Nothing e Somewhere Past The Burning Sun, estão guardados os momentos mais empolgantes de um disco orientado para os fãs de Slayer ou Kreator, que se ouve muito bem, que promete mosh e headbanging, mas que, independentemente da sua qualidade, deverá ter dificuldades em se destacar. [80%]

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