Reviews: Signum Regis; Bloodgod/Debauchery; Kalah; Kaledon; Ósserp

 

Made In Switzerland (SIGNUM REGIS)

(2022, Beyond The Storm Productions)

Depois de seis longa-duração, três EPs e uma carreira consolidada com 15 anos, os eslovacos Signum Regis acharam que era a altura ideal para lançarem o seu primeiro álbum ao vivo. Escolheram a Suíça, mais concretamente Wiedlisbach, para captarem estes 14 temas que fazem parte de Made In Switzerland. São temas que cobrem toda a discografias da banda, mas com maior enfoque no álbum The Seal Of A New World e no EP Flag Of Hope, os mais recentes trabalhos e que contam com a presença do vocalista Jota Fortinho. O curioso da história é que este concerto nem era para ser transformado num álbum ao vivo. E, como o próprio Ronnie König afirma, os Signum Regis entraram na sala para fazerem um concerto normal e saíram de lá com um álbum ao vivo! Um álbum que demonstra toda a qualidade do coletivo em palco, executando as suas maiores composições com um Jota Fortinho muito comunicativo e um público completamente rendido. Recorde-se que este espetáculo se realizou em 2021, ou seja em pleno ano de pandemia! [92%]



 

Demons Of Rock ‘n’ Roll (BLOOD GOD/DEBAUCHERY)

(2022, Massacre Records)

A ideia apresentada há já algum tempo pelos Blood God (e pelos Debauchery) é, certamente, uma das mais geniais que a história do rock já viveu. Desde 2012 que os germânicos são mais do que uma banda. São um universo de bandas, universo esse composto por três galáxias bem diversas. A primeira, intitulada Debauchery, pratica monster metal. A segunda, de nome Balgeroth, faz German Metal. Por fim, a terceira, denominada Blood God, mostra ao mundo que os alemães também conhecem a fina arte dos AC/DC. Para o seu mais recente trabalho, Demons of Rock ‘n’ Roll, os germânicos, mestres deste universo, elegeram as duas mais antigas galáxias (Blood God e Debauchery) para, num álbum duplo, tocarem exatamente os mesmos temas, cada um no estilo apropriado, dando assim escolha ao consumidor. Genial, certo? Infelizmente, estes génios de marketing não são génios musicais. O que podemos ouvir em Demons Of Rock ‘n’ Roll (versão dos Blood God) é uma cópia barata dos AC/DC que, decerto, deixará Malcolm Young e Bon Scott a dar voltas no tumulo. Essencialmente, o principal problema é que é um disco estilística e ritmicamente repetitivo até à exaustão, não havendo momentos de diversificação do seu registo. [74%]



 

Descent Into Human Weakness (KALAH)

(2022, Pure Steel Records)

A estreia dos Kalah mostra-nos que temos que nos adaptar à nova e futurista forma de fazer metal. O que o seu disco de estreia, Descent Into Human Weakness, apresenta é uma descarga de alguns riffs pesados de metal moderno embelezados por doses excessivas de teclados, sintetizadores e programações. Os instrumentistas têm um bom desempenho, com especial destaque para o guitarrista solo Mario Grassi, mas tudo o restante é demasiado básico: a voz, as composições e as malhas. E, claro, a inclusão de tanta ambiência vinda diretamente da pior pop e tantos elementos eletrónicos, também não ajuda a tornar este disco particularmente interessante. [66%]



 

Legend Of The Forgotten Reign – Chapter VII: Evil Awakens (KALEDON)

(2022, Beyond The Storm Productions)

A saga de Legend Of The Forgotten Rein continua com o seu sétimo capítulo e com os Kaledon a recuperar uma história que havia ficado parada em 2010. Simultaneamente, os italianos vão-se mostrando uma banda perfeitamente atualizada no que ao power metal diz respeito. Evil Awakens, subtítulo deste álbum e título do capítulo, traz 52 minutos de música que tem velocidade, poder, riffs de guitarra muito fortes e dinâmicos, grandiosos coros, alguns guturais e uso de teclados modernos. Mas falta uma coisa – melodias que sejam memoráveis. Esta apenas surge, num registo verdadeiramente empolgante, no tema de encerramento, The Story Comes To An End?. Um final que também deixa no ar a dúvida se esta saga terminará ou não por aqui. [78%]



 

Els Nous Canys De La Sibil-la (ÓSSERP)

(2022, Eternal Juggernaut Records)

Após cinco anos de doloroso silêncio, Ósserp, a besta catalã de death grind, regressa com Els Nous Cants De La Sibil·la, o seu terceiro álbum de estúdio. E criam um apocalipse narrado através de canções forjadas pelo fogo como Tot Crema, ou as impressionantes L'Engany, El Pes Del Buit ou L'Home En El Laberint, no qual irão sentir a imensidão do espaço a vos esmagar sem piedade. Mais uma vez nos encontramos diante de um monstro violento, sangrento, devastador e maléfico. Uma brutal máquina assassina com entidade própria, difícil de classificar, que começa no death grind, mas que também apresenta toques industriais e resquícios do death metal clássico norte-americano. Um local onde ainda se enquadram os riffs gélidos e cortantes e harmonias sinistras típicas do black metal. [75%]

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