Reviews: DEMORALIZE; BLACK NAZARETH; MENTALIST; GRIN; SODOM

 

The Dragon’s Call (DEMORALIZE)

(2022, Independente)

Apesar de formados já em 2016, The Dragon’s Call é a estreia, em formato EP de cinco temas, dos Demoralize. A banda congrega seis membros, entre os quais os experientes baterista Foivos Andriopoulos e baixista/vocalista Aris Nikoleris. Com eles estão Kostas Kosmopoulos, na guitarra ritmo; Miltos Zenetzidakis, nos teclados; Panos Skentzos, nos vocais e Gus Ringas, na guitarra solo. The Dragon’s Call é um breve, mas muito interessante, cartão de visita. Cinco temas de um metal melódico e cinematográfico, com um vocalista com um registo calmo e com algo de tenor, introdução de coros bem desenhados, guitarras e teclados bem doseados e, no geral, uma sonoridade cristalina. O que nem admira, visto que a masterização foi feita nos Finnvox Studios. Uma agradável surpresa que nos faz ficar a aguardar pelo longa-duração. [83%]



 

Black Nazareth (BLACK NAZARETH)

(2022, Wormholedeath Records)

Dos oito temas que fazem parte do álbum de estreia, homónimo dos Black Nazareth, sete já era conhecidos. A banda foi lançando todos eles como singles e, finalmente, decidiu que estava na altura de os juntar num álbum, adicionando um novo. Para quem não teve a oportunidade de ouvir os singles, sempre diremos que todos juntos resultam muito melhor. O poder do rock metalizado da banda revela-se com sequencialidade e consistência. O quarteto neerlandês liderado por Menno Gutjes (guitarrista dos Focus) troca a delicadeza do prog/symphonic rock pela força das guitarras distorcidas e pela energia frenética da secção rítmica. Mas sempre sem perder a noção da importância que a melodia tem. Black Nazareth é um disco de influências contemporâneas, com as guitarras muito altas e ritmos fortes, mas que coloca a canção como prioridade não perdendo muito tempo com pormenores complexos. Direto e sempre com melodia, é um bom disco para quem gosta das sonoridades atuais do rock/metal. [78%]



 

Empires Falling (MENTALIST)

(2022, Mentalist Records/Pride & Joy Music)

Três álbuns longos em três anos. É esse o problema dos Mentalist: em três anos gravaram mais de três horas de música. Tudo demasiado rápido, tudo demasiado forçado. E o curioso é que nenhum dos três álbuns é mau. E este terceiro e mais recente Empires Falling segue o mesmo trajeto. São criadas boas melodias e os temas longos desenvolvem de forma coerente. O problema é que parece que estamos sempre a ouvir a mesma coisa. Os Mentalist são, efetivamente, bons no que fazem. Mas, um pouco mais de filtragem e deixar crescer e apurar mais os temas, certamente levá-los-ia a outros patamares. Mais uma vez Oliver Palotai (Kamelot) e Mike LePond (Symphony X) deram a sua extraordinária contribuição a um disco que se ouve bem, não cansa mesmo considerando a sua lona duração, mas pouco acrescenta ao que eles próprios (e outros) já fizeram. [84%]



 

Phantom Knocks (GRIN)

(2022, The Lasting Dose Records)

O duo berlinense Grin regressa com o seu terceiro álbum, de uma forma cada vez mais cáustica e psicadélica. Phantom Knocks é feito de momentos dolorosos, de vocais angustiantes, de acordes dissonantes, de um baixo assustadoramente claustrofóbico. E nem o órgão incluído em Arcane, cortesia de René Noçon, consegue aliviar momentaneamente todo este cenário apocalíptico de distorção grave e experimentalismo doentio. Como o próprio coletivo se descreve (e bem), Phantom Knocks é uma viagem alucinogénia através de paredes maciças de trovões graves e profundos, batidas implacáveis ​​de balas de canhão e peso de cortar o intestino. [70%]



 

40 Years At War – The Greatest Hell Of Sodom (SODOM)

(2022, Steamhammer/SPV)

Ainda somos daqueles que deliraram com esse seminal tema que é Sepulchral Voice aquando do seu lançamento, em 1985, incluído no EP In The Sign Of Evil. Já lá vão quase 40 anos e aquela bateria demoníaca continua a ecoar nas nossas mentes e corações! Mas, o mais importante é que nascia aí (em boa verdade até já tinha nascido três anos) uma das mais importantes bandas de thrash metal da história deste movimento – os Sodom. Um pouco mais orientado para o black metal nos seus primórdios, claramente dentro do thrash, posteriormente. E é isso que se celebra neste 40 Years At War. São 40 anos de entrega total a uma causa. São 40 anos de grandes momentos criativos. São 40 anos sem nunca baixar a guarda. E, como o comprova, o seu último álbum de originais, datado de 2020, Genesis XIII, a banda germânica continua com a mesma postura, a mesma atitude, a mesma vontade, a mesma autenticidade, a mesma força. Este álbum celebra os primeiros 40 anos num lançamento que passa em revista e homenageia todo o seu vasto legado histórico. E, ao mesmo tempo, um álbum pouco convencional e óbvio, porque os Sodom procuraram incluir alguns temas mais raros da sua carreira. O resultado são 17 peças bélicas todas elas regravadas pelo atual line-up. E para quem adquirir a boxset fica a informação que vem incluído um CD bónus com 4 temas, entre os quais o original 1982. [87%]

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