Review: Suspenso (MANUEL LINHARES)

 


Álbum | Suspenso   

Artista | Manuel Linhares   

Edição | Carimbo Porta-Jazz   

Lançamento | 28/janeiro/2022

Origem | Portugal

Género | Jazz

Highlights | Intempérie, Oxigénio, Lamento, Dança Macabra, Suspended

Para fãs de | Frank Sinatra, Salvador Sobral, Maria João, Bobby McFerrin

Apreciação

Depois de Traces Of Cities (2013) e Boundaries (2019) o mundo entrou em suspenso com uma pandemia. Estava dado o mote para o novo trabalho de Manuel Linhares. O jazz em português pode não ser muito conhecido (e com vozes masculinas, ainda menos), mas isso não implica que não haja gente de enorme qualidade a trabalhar. É o caso de Manuel Linhares, cantor e compositor Açoriano radicado no Porto. Suspenso é um disco que se reveste de exímios executantes capazes de desenharem os mais exigentes pormenores em termos instrumentais. Carrega uma vertente muitas vezes soft do jazz, de alguma influência brasileira (provavelmente influência do multi-instrumentista e produtor António Loureiro), onde se insere o formato de canção, no seu sentido mais tradicional, ou eventualmente alguma incursão pela pop. O repertório aqui apresentado é totalmente original e mostra criatividade ao nível dos arranjos e das texturas da instrumentação, com desafiadores diálogos. Manuel Linhares vai dividindo os temas entre o inglês, o português e até outros em que apenas sons vocais são utilizados, numa demonstração de maleabilidade vocal. A rapper Capicua participa com a letra de Dança Macabra, provavelmente o mais espetacular tema do álbum, essencialmente pela forma como Linhares canta, pela inclusão de jogos vocais, pelas espetaculares linhas de piano e pela surpreendente abertura a tons da música popular. Suspended é a peça escolhida para fechar um disco elegante e sóbrio que mostra um músico em grande nível. [86%]

 

Tracklist

1. Marcha Lenta

2. Intempérie

3. Isolation 4

4. Oxigénio

5. Lamento

6. Jogo de Sombras

7. Sentimental Illness

8. Dança Macabra

9. Suspended

 

Line-up

Manuel Linhares – vocais

Paulo Barros – piano

José Carlos Barbosa – contrabaixo

António Loureiro - bateria, sintetizadores, baixo elétrico

David Binney - saxofone alto

Frederico Heliodoro - baixo elétrico

Rubinho Antunes - trompete e fliscorne

Alexandre Andrés - flauta transversal

Coreto Porta-Jazz: João Pedro Brandão (saxofone alto e flauta); Rui Teixeira (saxofone barítono); José Pedro Coelho e Hugo Ciríaco (saxofone tenor); Susana Santos Silva (trompete); Ricardo Formoso (trompete e fliscorne); Andreia Santos e Daniel Dias (trombone); AP (guitarra); Hugo Raro (piano e Fender Rhodes); José Carlos Barbosa (contrabaixo); José Marrucho (bateria)

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