Entrevista: Infantry

 


Make War Not Love marcou a estreia do coletivo neerlandês Infantry. Cinco anos volvidos e a temática bélica volta a estar em destaque no seu sucessor – Terminal Society. Pelo meio, uma pandemia e duas mudanças de formação estiveram na ordem do dia da banda. O resultado, esse volta a ser brutais descargas de death thrash metal onde os riffs poderosos são a principal mais-valia. Motivos para irmos conhecer esta banda que está prestes de comemorar o seu vigésimo aniversário.

 

Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade. Antes de mais, podem apresentar a banda aos metalheads portugueses?

Obrigado pelo convite! Comecemos com algumas apresentações. Somos os Infrantry, uma banda de death/thrash metal dos Países Baixos. A música é caraterizada por ritmos altos e alta energia. Os temas líricos são principalmente sobre conflito e agitação social, mas ocasionalmente desviamo-nos do assunto para algo completamente aleatório (como um chão feito de cabeças de bebés). Acima de tudo, somos um grupo de amigos que adora tocar riffs rápidos, batidas e não levar a vida muito a sério. Atualmente a banda é composta por Ronald van Baren nos vocais, Arjen Kleiss e Luuk Steemers nas guitarras, Glenn Veldman na bateria e Andrea Serra no baixo.

 

Terminal Society foi lançado 5 anos depois de Make War Not Love, mas o tema principal é o mesmo: a guerra. O que vos levou a usar esse tema para as letras?

Em parte tem a ver com o nome da banda. Parece muito óbvio, mas o nome da banda foi escolhido aleatoriamente abrindo um dicionário. Na altura do nome inicial da banda, as letras não tinham um tema específico. Ao longo do caminho, crescemos nesse tema e decidimos continuar com ele, já que todos nós tínhamos um interesse legítimo pelo tema de qualquer maneira. Ler e observar todas as coisas horríveis que estão a acontecer no mundo desperta emoções em nós. Essas emoções podem ser perfeitamente canalizadas para a música. Acho que o nosso principal objetivo é fazer com que as pessoas reflitam um pouco e percebam como as nossas vidas são boas em comparação com as pessoas que passaram pelo inferno sem ter escolha.

 

O single Terminal Society já foi lançado em 2018. Por que tanto tempo entre o single e o álbum?

Bem, na altura do single foi quando o nosso baterista original decidiu separar-se da banda. Depois disso, tivemos dificuldade em encontrar um substituto para preencher a sua posição. E é claro que todos nos lembramos da pandemia. Isso também não ajudou.

 

Portanto, as músicas incluídas em Terminal Society são dessa época ou são mais recentes?

Terminal Society é uma mistura do antigo e do novo. Hail The Victorious é uma música que existe desde antes do lançamento do primeiro álbum. Under Destruction e Terminal Society foram escritas algum tempo antes do lançamento do single. O resto das canções foi escritas entre 2018 e o lançamento do álbum.

 

Pelo meio, vivemos uma pandemia. De que forma influenciou as gravações?

Como tudo parou, nós também. Claro que cada um de nós ainda fez riffs em casa. Durante muito tempo não nos conseguimos reunir para colaborar. No entanto, tivemos a sorte da nossa sala de ensaios não estar num local público, portanto, depois de algum tempo, pudemos começar a ensaiar novamente quando a maioria dos locais públicos ainda estava fechado. Estou feliz por termos saído do outro lado intactos e prontos para começar a arrasar novamente. E felizes por podermos deixar todo esse período para trás.

 

Os Infantry fazem parte do Metalbattle Contest e desafiarão outras bandas (Degenerate, Obstruktor, Serotonia e Doodzonde). Podes contar-nos mais sobre esse concurso? Em que consiste?

O Metal Battle consiste em 3 rondas nas quais várias bandas competem entre si, julgadas por um júri. O vencedor da eliminatória avançará para a próxima ronda para enfrentar os vencedores da Metal Battle de uma região diferente. O vencedor das finais tocará em vários festivais e também receberá treino profissional.

 

Houve duas mudanças na formação desde o último álbum, que foram o vocalista e o baterista. Por que acontecerem essas mudanças?

Essencialmente aconteceu vida. As pessoas e as prioridades mudam. No nosso caso, o baterista mudou as prioridades para trabalho e família, o que é totalmente compreensível, claro. O nosso vocalista anterior já não conseguia encontrar a alegria de tocar numa banda e fazer espetáculos. Ele decidiu que era melhor para a banda encontrar alguém que quisesse colocar mais energia do que ele.

 

A capa de Terminal Society é interessante. Tem algum significado? É uma referência a uma guerra real?

Gostamos que possa significar coisas diferentes para pessoas diferentes. Ouvimos pessoas dizerem que o brilho laranja é como o nascer do sol para um novo começo. Ou pode ser um incêndio violento. O soldado é o vencedor? Ou ele rendeu-se porque a sua casa está em ruínas? A mensagem é aquela que tu queres ver. Não tínhamos intenção de fazer alguma referência a uma guerra real, mas se esse é o significado que alguém deseja dar à capa, agradecemos.

 

Obrigado novamente por esta entrevista. Espero ver-vos em Portugal um destes dias. Querem acrescentar mais alguma coisa ou enviar uma mensagem para os vossos fãs?

Esperamos ver-te também em Portugal! Ainda não fizemos muitos espetáculos internacionais. Portanto, se alguém estiver a ler isto pode ligar-nos, contactar nas redes sociais! Ou outra coisa. Aproveitem a vida e agradeçam por todas as coisas boas que têm! Espero ver-vos a todos em Portugal!


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