Reviews VN2000: LEPROUS; GREY WOLF; ГАСНЕТ СВЕТ; LITOST; DEATHLIKE STAB

 


Aphelion Live Edition (LEPROUS)

(2023, InsideOut Music)

Para acompanhar a tour de Aphelion (que passou por Portugal nos dias 20 e 21 de fevereiro) os Leprous e a sua editora resolveram lançar a Live Edition desse memorável álbum. Este produto consta de um duplo álbum, contendo o primeiro CD a totalidade de Aphelion adicionado de dois temas: A Prophecy To Trust que já havia aparecido em algumas prensagens do álbum e a versão ao vivo captada em 2021 de Acquired Taste, tema originalmente presente em Bilateral (2011). O segundo CD é composto por temas gravados ao vivo em dois momentos (no Motorcultor e em Berlim, ambos em 2022). Esses temas percorrem a carreira dos noruegueses, passando pelos álbuns The Congregation (The Price), Malina (From The Flame), Pitfalls (Below e The Sky Is Red) e o próprio Aphelion (Nighttime Disguise e Out Of Here). Se a qualidade que os Leprous apresentam quer em estúdio quer ao vivo é inegável e absolutamente à prova de qualquer dúvida, já a questão da necessidade deste lançamento pode ser colocada. Haveria mesmo a necessidade desta nova versão de Aphelion? [85%]



 

Blood And Steel (GREY WOLF)

(2022, Selvajaria Records)

Grey Wolf é o projeto do brasileiro Fábio Paulinelli, aka Grey Wolf. Nasceu em 2012 em Minas Gerais e desde essa altura já lançou cinco álbuns de originais (o último dos quais, Cimmerian Hordes, em 2021), entre um incontável número de produtos menores (demos, splits, singles, EPs e um álbum ao vivo). Blood And Steel é o mais recente lançamento, levado a efeito no ano passado pela editora nacional Selvajaria Records e tem sido apresentado como uma compilação. O que, na verdade, não é. Blood And Steel é a reedição dos dois primeiros álbuns do projeto, numa caixa com os dois CDs. Assim, este produto inclui os álbuns Grey Wolf e We Are Metalheads, originalmente lançados em 2014 e 2015, respetivamente, ambos de forma independente. A estes álbuns foram adicionados alguns extras – uma versão ao vivo do tema Grey Wolf e uma versão demo de Beowulf (no caso do primeiro), e versões ao vivo de We Are Metalheads e The Attack Of The Dragons e uma versão demo de A Day Of Blood, Steel And Fire (no segundo). Todos estes extras pecam pelo seu som demasiado fraco, embora os die hard fans da banda, seguramente, não se importem com isso. Falta dizer que os Grey Wolf praticam true heavy metal, são influenciados por bandas como Manowar (os títulos das canções não enganam!) e estes dois álbuns têm tudo o que este género deve ter. E dentro desse tudo, salientamos, o sensacional trabalho do baixo. Este relançamento é a oportunidade para se conhecer mais a fundo uma das melhores propostas do underground brasileiro. [80%]



 

Symphonia Vitiorum (ГАСНЕТ СВЕТ)

(2023, Independente)

Symphonia Vitiorum é o terceiro álbum dos Гаснет Свет e leva ainda mais longe a sua veia de elegância composicional e arrojo criativo. O trio moscovita volta a insistir nos títulos em latim e nas letras em russo. E volta a convidar um exército de músicos para que seja possível executar todas as suas ideias. Ideias essas que partem do heavy metal sinfónico e que são trabalhadas com arranjos para uma miríade de instrumentos onde todos contribuem para um som global coeso e de elevado brilhantismo. E nessas longas composições (em doze temas, apenas a introdução e os dois temas finais não têm mais de 6 minutos) há tempo para incluir elementos teatrais, de musical, cinematográficos e clássicos. Há espaço para vibrantes solos de violino e de saxofone e para o desenvolvimento de belas melodias (especial destaque para a memorável de Бесконечность без тебя). Mas a componente metalizada não fica esquecida. Porque, de facto, Symphonia Vitiorum nunca deixa de se mostrar possante, com riffs de guitarra sólidos e com uma secção rítmica dura. Portanto, um disco de symphonic metal na sua melhor definição. [90%]



 

Pathos (LITOST)

(2023, Blood Fire Death Records)

Originários de Valência, Espanha, os Litost apresentam Pathos, sucessor da estreia Ethos, lançada há quatro anos. O quarteto situa-se na vertente black e death do metal, com uma abordagem, neste novo álbum, que se revela crua e devastadora e que assenta numa componente depressiva e desesperada. No entanto, o quarteto consegue injetar na sua música outras nuances interessantes. Destacaríamos as atmosferas épicas presentes em Espectro e Galerna, o cruzamento com influências arábicas de Simún e Barján de Céfiro, os riffs dissonantes em Emboscada, a sinistra e obscura marcha Vigilante de Abismo e o espetacular instrumental Vendaval. Com tantas formas diferentes de enriquecer os seu black metal, Pathos acaba por ser revelar uma viagem muito mais interessante do que os primeiros acordes de Tromba deixam antever. [81%]




Knife Murders (DEATHLIKE STAB)

(2022, Selvajaria Records)

Os Deathlike Stab são uma banda brasileira de thrash metal/crossover, formada em 2020 em formato power trio. E com um fascínio mortal por armas brancas! Depois de uma demo e de um split avançaram em formato cassete e numa edição limitada a cargo da Broken Records, do álbum de estreia Knife Murders. Todavia, a edição que aqui trazemos, resulta da nova prensagem trazida pela editora nacional Selvajaria Records que junta, no mesmo produto, este álbum e a demo de estreia, de 2021, Sharp Knife. O que os Deathlike Stab nos trazem é meia hora de temas insanos e macabros que vão do crossover ao metal, e que espalham sangue por todo o lado. Vocais sinistros, riffs rápidos e o carisma sujo do thrash dos anos 80 fazem desta obra um documento altamente obscuro e perigoso do underground brasileiro. Para fãs dos velhos Sodom, Hellhammer ou Slayer. [70%]


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