Reviews VN2000: KNIGHTS OF BLOOD; ARCHED FIRE; THE MOON MISTRESS; ENFORCED; VIL GARROTE

 


El Juicio de Osiris (KNIGHTS OF BLOOD)

(2023, Duque Producciones)

El Juicio de Osiris é o quarto álbum dos Knights Of Blood, banda andaluza de heavy metal com vocais femininos. São sete temas com uma temática associada ao antigo Egito, por isso os toques de orientalidade que se ouvem, particularmente, em Sussuros de Apofis. El Juicio de Osiris começa forte, mas pouco esclarecido, com o primeiro single Caída a los Infiernos, embora este mesmo tema melhor a sua componente instrumental na ponta final. Já agora refira-se que essa vertente instrumental, na globalidade, é o melhor que os Knights Of Blood apresentam, nomeadamente o trabalho do baixo e a inclusão de passagens melódicas e breaks. Vocalmente, Mireia Fontarrosa Zamora não compromete, mas também não consegue fazer elevar os temas para outro nível. Aliás, uma caraterística que se aplica a todo o álbum. Adequado apenas para fãs deste estilo. [74%]



 

Trust Betrayal (ARCHED FIRE)

(2023, Wormholedeath Records)

Apesar de já terem nascido como banda no longínquo ano de 1989, os Arched Fire apenas lançaram o seu primeiro álbum em 2021. Mas não perderam muito tempo a lançar o segundo. Trata-se de Trust Betrayal, recentemente colocado em circulação, uma descarga de 40 minutos de heavy/speed/thrash metal que muito fica a dever aos grandes nomes dos anos 80 – os The Big 4, entre outros. Os vocais agudos fazem parte, como sempre deste menu, mas Kristian Herkman, vai inserindo alguns apontamentos de maior agressividade. Os ritmos desenfreados e enérgicos também são uma presença constante e só a espaços a coisa abranda ligeiramente para registos mais compassados. O diálogo que se estabelece entre as duas guitarras está bastante bem conseguido, com os solos a revelarem-se um dos aspetos mais cativantes do álbum. O coletivo finlandês consegue, ainda, injetar algumas doses de melodia (fica no ouvido a de Blind Faith), mas peca na pouco diversidade apresentada. De facto, apenas no tema final, Artificial Sun, podem ser ouvidos arranjos mais trabalhados e a afastar-se do geral speedado vs compassado. [76%]



 

Silent Voice Inside (THE MOON MISTRESS)

(2020, Addicted Label)

Entre demos, split’s e EPs, Silent Voice Inside foi o único álbum dos The Moon Mistress, originalmente lançado em 2012 via Pestis Insaniae Records. A banda moscovita já não existe com este nome desde 2014, altura em que passou a ser Dekonstruktor, mas este álbum, foi recentemente reeditado pela Addicted Label, com a adição de 4 faixas bónus: Perfect Prototype e Entropy que já tinham aparecido como bónus na edição em cassete lançada em 2012 pela Nomos Dei Production e dois temas novos - Heavy Sun e Mindlock. Musicalmente, Silent Voice Inside é um disco de doom/stoner metal muito orgânico, onde as músicas têm afinações graves, longos desenvolvimentos, uma sonoridade suja e uma produção low-profile. Os temas longos são demasiadamente longos, prolongando-se em loops repetitivos e, quase sempre, sem interesse. Nesse particular, os temas curtos acabam por resultar melhor. O power trio vai desfilando as suas composições lentas e arrastadas, acabando, também, por demonstrar algumas limitações técnicas. [63%]



 

War Remains (ENFORCED)

(2023, Century Media Records)

Para o seu álbum número três, os Enforced trazem os seus restos de guerra, num disco que também parece querer fazer renascer o thrash bélico e demolidor dos Slayer. Aquelas harmonias sinistras de então regressam pelas guitarras do quinteto de Richmond, crescem e engolem-nos. E, simultaneamente, momentos compassados e opressivos sucedem-se a momentos rápidos e… opressivos. Com uma bateria sempre a varrer como se de um rolo compressor se tratasse. E com riffs atrás de riffs, qual deles o mais diabólico, qual deles o mais extremo e agressivo. Pouco mais de meia-hora de pura energia e demolição. De puro thrash cruzado com crossover. De uma autêntica postura explosiva. Por isso War Remains é um disco cru, direto, um autêntico murro na cara, pouco polido, forjado no meio da guerra, nascido entre bombardeamentos. E, atenção – a libertar fortes doses de radioatividade! [80%]



 

Torturas Macabras (VIL GARROTE)

(2022, Selvajaria Records)

Vil Garrote é mais um dos projetos onde Lord Sir 7 Peles tem estado envolvido e desde já saudamos a escolha do nome, verdadeiramente sensacional. Este projeto, ao contrário dos Portal do Inferno, por exemplo, mostra-se mais pesado, brutal e visceral, numa componente cavernosa de death metal old school. Mas também se revela menos interessante, menos pensado (também não é isso que se pede neste estilo, não é verdade?) e mais confuso. O facto desta figura ímpar do panorama metaleiro nacional insistir em fazer tudo sozinho, também significa que não há hipóteses de novas ou diferentes ideias incrementarem o produto. E essa falta de ideias nota-se bem em Torturas Macabras. Isso e a falta de elementos para cada instrumento. Destaca-se, no entanto, o trabalho interessante ao nível dos riffs. Finalmente, referir que este álbum é uma versão estendida da demo com o mesmo nome que havia sido lançada em 2021, em cassete. Para esta roupagem, foram acrescentados os temas Tempos de Chacina e Error 666. [64%]

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