Entrevista: Velha Condessa


 

O álbum de estreia dos Velha Condessa é o resultado de anos de colaboração musical e evolução conjunta. De facto, demorou bastante até que o álbum homónimo surgisse, o que nem pode ser visto como negativo, atendendo à qualidade apresentada. Esse longo hiato foi, precisamente, um dos temas da nossa conversa com uma banda que mostra muito talento, um enorme potencial de evolução e que quisemos conhecer melhor.

 

Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade. Para começar, podem apresentar este projeto Velha Condessa? Quando nasceu e com que objetivos?

Olá, obrigado nós pelo convite! Nós somos uma banda de Lisboa, composta por 5 elementos e o projeto nasceu em 2014, com o simples objetivo de tocarmos músicas que gostávamos de ouvir.

 

Apesar deste ser apenas o primeiro álbum, o trabalho conjunto já tem alguns anos. Porque não deu frutos mais cedo?

Acabou por não dar frutos mais cedo por não estarmos focados nisso. Durante muito tempo tocámos em festas e só covers, algumas eram versões bastante diferentes das originais, mas não estávamos focados nos nossos originais. Apesar disso, sempre fomos desenvolvendo umas ideias, sem nunca concluir nada. Já tínhamos tido umas conversas sobre começar a focar em criar originais, mas foi em 2019 que falámos e decidimos que íamos, a partir dali fazer a nossa música. O primeiro passo foi fechar uma música, que acabou por ser a Já Chegámos, o nosso primeiro single. A partir daí foi continuar com esse objetivo, que foi dificultado com a pandemia, mas em 2022 tivemos a oportunidade de tocar ao vivo os nossos originais. Nesse ano fechámos as músicas que queríamos gravar para o primeiro álbum e no fim do ano fomos para estúdio.

 

Porque Velha Condessa? Como surge este nome para a banda?

O nome da banda remete para o primeiro ensaio que tivemos em 2014. No fim do ensaio fomos para um café conversar e lá começámos a pensar no nome da banda. Enquanto pensávamos num nome concreto e íamos tendo ideias, reparamos num pequeno vidro na parede do café com as palavras “Velha Condessa” e gostámos tanto do nome que decidimos adotá-lo. Uma vez que ensaiamos em Sintra numa casa antiga, que evoca um certo ambiente antigo e de alguma história e misticismo, achámos que se enquadrava.

 

A vossa sonoridade é bastante eclética, por isso será que nos podem esclarecer a respeito das vossas principais influências?

Uma das partes engraçadas deste projeto é o facto de cada membro da banda ter formações musicais bastantes diferentes, e esta junção de formações originou a sonoridade deste projeto, sendo que as principais influências vão desde o metal progressivo ao jazz, passando por música clássica, rap entre outros... No entanto, no que toca a este álbum em concreto, podemos dizer que as principais influências foram, sem dúvida, os The Beatles, os Pink Floyd e os Ornatos Violeta.

 

A vossa estreia já roda por aí. Como decorreu todo o processo de criação desta obra?

Todo o processo de criação desta obra foi uma ótima experiência onde aprendemos bastante, tanto a nível individual como a nível coletivo. O facto de sermos 5 amigos próximos, de longa data ajudou-nos porque temos muita sinergia, o que facilitou todo o processo enquanto estávamos a compor qualquer parte de qualquer música.

 

Este álbum resulta de uma criação recente ou é o resultado dos trabalhos anteriores ao longo da existência do projeto?

Algumas das pequenas ideias que resultaram num tema já existiam até antes deste projeto se formar oficialmente, era apenas um riff que era usado para improvisar e para nos divertirmos um bocado quando éramos mais novos. A primeira música deste álbum também acaba por surgir de uma ideia que já vinha dos primórdios da banda e que mais tarde foi maturada e concretizada. O single Já Chegámos foi criado em 2019, e nos anos seguintes criámos todas as outras músicas que completam o álbum. Por tanto podemos dizer que ambas as questões são verdadeiras neste caso.

 

Onde e com quem gravaram? Como correu a experiência?

Gravámos o álbum no Blacksheep Studios, em Mem Martins, com o Francisco Dias Pereira no papel de produtor e engenheiro de som. Fomos rapidamente surpreendidos pela positiva, desde o primeiro dia em que fomos conhecer o estúdio, até ao último dia, de onde saímos com um sentimento agridoce por termos concluído as gravações, mas ao mesmo tempo por nos despedirmos do processo. Foram 8 dias seguidos de estúdio, em que levámos os nossos temas praticamente concluídos, mas onde o Francisco teve imenso impacto a ajudar-nos a definir a sonoridade e a distinguir-nos no mercado.

 

Deste álbum foram retirados, até agora, dois vídeos, estou certo? Porque optaram por esses temas?

Exatamente, o primeiro vídeo que lançámos foi o Já Chegámos + Não Pode Ser Assim e escolhemos esse tema por ter sido o primeiro original que compusemos e que concluímos. Achámos que tinha de ser este o tema de apresentação porque também é o que melhor define a banda e o que ela representa. Nesse vídeo, apesar de ser o single Já Chegámos, conta com dois temas, Já Chegámos e Não Pode Ser Assim. A razão para esta junção tem a ver com o facto de originalmente estes dois temas serem um só. O segundo vídeo foi do tema Noite Velha e esta ideia foi-nos apresentada pela Raquel Lains. Quando começámos a trabalhar com a Raquel decidimos adiar o lançamento do álbum, e por sua vez, sugeriu a ideia de lançarmos outro single, desta vez a Noite Velha pelo facto de ser um tema com um bom potencial radiofónico. Ambos os videoclipes foram realizados e editados pelo Eduardo Sousa, sendo que o primeiro contou com a ajuda do João Correia também, e seria impossível termos apresentado dois produtos finais tão bons se não fossem estas colaborações, pelas quais estamos muito gratos.

 

Já tiveram a oportunidade de apresentar este álbum ao vivo? E o que mais têm planeado para este novo ano?

Embora já tenhamos tocado as músicas deste álbum ao vivo, ainda não apresentámos o álbum, como uma obra, ao vivo. Vamos ter essa oportunidade dia 25 de janeiro no Musicbox, no Cais do Sodré, e aproveitamos para convidar todos os leitores para estarem presentes neste concerto. Para este ano planeamos apresentar este álbum no maior número de palcos possível, paralelamente vamos continuar a compor músicas pensando já num segundo álbum.

 

Obrigado, pessoal! Deixo-vos a oportunidade de acrescentar mais alguma coisa que achem pertinente…

Obrigado, nós pela oportunidade! Queríamos deixar o agradecimento à Raquel Lains pelo bom trabalho que tem feito na nossa promoção, e à Carlota Castro Mendes que desenhou tanto as capas dos singles como a do álbum. E aproveitamos mais uma vez para convidar todos os leitores para o concerto de lançamento do álbum no dia 25 de janeiro no Musicbox, no Cais do Sodré.

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