Considerados
a melhor formação de Blues em Portugal, os Budda Power Blues
são um power trio à moda antiga, vestidos pelo manto da improvisação e
reconhecidos pela forma explosiva e contagiante como se apresentam ao vivo. Já
marcaram presença nos principais festivais de Blues em Portugal e no
mundo, onde partilharam palco com nomes sonantes do Blues internacional.
Este ano completam 20 anos de carreira e as comemorações estendem-se por todo o
ano com a Budda Power Blues Tour 20 Anos e com o lançamento do 12º
trabalho discográfico, Walking Shoes & Thinking Hat, para já apenas
em formato vinil. Budda Guedes fala-nos desta incrível viagem de 20 anos que a
banda bracarense já tem atrás de si.
Olá, Budda, tudo bem? Antes de mais, deixa-me dar-te os
parabéns a ti à banda pelos 20 anos de uma carreira cheia de sucessos. E
podemos começar já por aí: em 20 anos quais considerarias os vossos pontos mais
altos?
Muito obrigado. No
entanto é difícil definir pontos altos, mas posso salientar motivos de orgulho
na nossa carreira. Os dois discos com a Maria João, os inúmeros
concertos com a Shirley King (filha do lendário BB KING), a
participação no Cotai Jazz e Blues em Macau (num dos maiores festivais
de blues do mundo), os vários concertos no Blues Express Luxembourg,
a parceria com Paul Lamb no disco de celebração dos 10 anos da banda, a
colaboração com Doug Macleod neste disco de celebração de 20 anos, a
colaboração com João Cabeleira em vários concertos.
E
também deve ter havido alguns momentos menos bons. Na tua opinião, qual foi o
momento mais difícil por que passaram?
Julgo que o momento
mais complicado pelo qual passamos foi a pandemia e o pós pandemia. perdemos
muitos concertos e demoramos imenso a recuperar a velocidade cruzeiro.
Bom,
mas num momento destes o que interessa é celebrar e os Budda Power Blues
comemoram de duas maneiras. Primeiro, um álbum novo intitulado Walking
Shoes & Thinking Hat. O que significa este título?
É o título do single,
que fala sobre um dos meus processos favoritos que são as caminhadas. sempre
que caminho penso e surgem-me imensas ideias. Não sou um caminhante
profissional, mas adoro andar a pé e é um processo super libertador para mim. E
esta letra fala exatamente sobre isso.
Para
já irá haver apenas uma edição em vinil. Porquê? Está previsto o alargamento a
outros formatos, nomeadamente o CD?
Não está previsto
lançarmos em CD nem disponibilizar o disco em nenhuma plataforma digital. Está
pensada uma edição digital em Dolby ATMOS, mas ainda estamos em testes
para perceber se funciona e como. Nos tempos em que vivemos parece-me que a
forma mais honesta de ouvir música é o vinil. É algo que nos obriga a estar num
local, que tem um ritual, o objeto é lindo e apetecível e acabamos por ouvir
pelo menos um lado completo do vinil. Estamos a experimentar para perceber se é
uma boa aposta.
E
neste álbum voltamos a ter o sexteto de Collective
ou voltam ao formato power trio?
Neste disco voltamos
ao formato de trio sendo que contamos com a harmónica de João Andresen
em duas músicas e com a narração de Doug Macleod em I Don’t Know But
I’ve Been Told.
Musical
e estilisticamente o que apresentam em Walking
Shoes & Thinking Hat? São todos temas recentes ou não?
Esteve em cima da
mesa fazer um best of, mas acho eu para uma banda como Budda Power
Blues isso não faz grande sentido. Assim sendo, decidimos fazer um disco
novo que tente mostrar como estamos agora e ao mesmo tempo que tente fazer um
resumo do que são estes 20 anos de banda.
Adicionalmente
ao registo discográfico há uma tournée com 20 datas selecionadas. Qual
foi o critério da escolha das salas?
Estamos a fazer
questão de revistar algumas salas que são foram importantes para a vida da
banda, mas estamos também a abrir portas a salas novas, porque o objetivo é
olhar para a frente e pensar nos próximos 20 anos.
Em
alguns desses eventos terão convidados. O que nos podem adiantar?
Ainda não decidimos
tudo mas teremos seguramente o Vítor Bacalhau como convidado em Loulé no
concerto do Bafo de Baco e possivelmente no concerto do CCB
também teremos convidado. No entanto tudo ainda está em segredo.
Nestes
20 espetáculos há alguma sala que vos seja particularmente marcante? Porquê?
O Theatro Circo
de Braga é sempre uma referência para nós pois fizemos quase todos os
discos lá e porque se trata de uma casa muito especial. A Casa da Música no
Porto é também uma sala pela qual passamos muitas vezes e que nos é muito
querida. O Blues Express Luxembourg, é um festival ao qual fomos já
muitas vezes e que tem um significado muito pessoal.
E
está prevista alguma ida além-fronteiras?
Está sim, mas ainda
não podemos anunciar com certezas.
O
objetivo é terminar no final do ano com a vossa festa de aniversário e com um
espetáculo na Casa da Música no Porto. Ainda estamos muito longe, mas já há
ideias para esses dois eventos?
O concerto de
aniversário da banda é dia 25 de dezembro e será num club à imagem do
que foi o primeiro concerto de Budda Power Blues. O concerto da casa da
música será com Collective para terminar o ano em festa máxima juntando
o máximo de pessoas que fizeram parte da história da banda.
Obrigado,
Budda! Queres acrescentar mais alguma coisa para os nossos leitores e para os
vossos fãs?
Quero apenas
agradecer-vos e agradecer aqueles que sempre têm apoiado a banda seja a ver
concertos, seja a comprar discos, seja a dar apoio das mais diversas formas.
Sem público não há concertos e sem ouvintes não há discos. Por isso o nosso
muito obrigado a todos os que contribuíram e contribuem para que nos
mantenhamos ativos.
Comentários
Enviar um comentário