Entrevista: Malevolent

 


Malevolent é um promissor projeto internacional assente no vocalista e multi-instrumentista belga Nikolaas van Riet e na vocalista espanhola Celica Soldream. Para já, a primeira amostra consiste num primeiro EP homónimo lançado o ano passado onde, em cinco temas, são apresentados dos mais fortes argumentos dentro do metal de cariz sinfónico. O projeto já está a trabalhar em novos temas, por isso aguarda-se com expetativa uma proposta mais longa. Enquanto tal não sucede conheçam os Malevolent a partir das palavras do seu criador e mentor.

 

Olá, Nikolaas, obrigado pela disponibilidade. Podes apresentar este projeto Malevolent aos metalheads portugueses?

Olá, metalheads portugueses. Malevolent é uma banda internacional de metal cinematográfico/sinfónico que conta nos vocais com a talentosa cantora espanhola Celica Soldream. A banda assinou contrato com a editora Necktwister e lançou o seu EP de estreia a 21 de dezembro de 2023. O nosso EP de estreia parece ter sido muito bem recebido pela comunidade do metal sinfónico (até mesmo para lá das nossas expetativas) e foi premiado como EP do ano de 2023 pela Metalpedia.

 

Quando nasceu este projeto e com que finalidade?

Este projeto nasceu durante a pandemia de COVID. Para distrair a minha mente de todas as loucuras que acontecem no mundo, decidi compor algumas músicas que combinassem o meu amor pelo metal melódico com o de bandas sonoras de filmes épicos.

 

Como se tornou possível essa ligação com a cantora espanhola Celica Soldream? Quando e como a conheceste?

Durante o processo de composição procurei uma biblioteca vocal com uma voz feminina samplada que soasse quente e épica, mas ao mesmo tempo com um toque medieval e celta. Eu encontrei uma voz assim, e adorei tanto aqueles samples vocais, que decidi rastrear o vocalista por trás desses samples. Foi assim que encontrei Celica. Entrei em contacto com ela e esperava que ela também gostasse da música que compus e que ela concordasse em cantar as linhas vocais que compus. Tudo resultou e com a contribuição do Celica para a música, as letras cresceram a partir daquele momento.

 

Que outras experiências musicais tiveste antes de Malevolent?

Toquei em diversas bandas, do gótico ao death/black metal. A maior experiência foi a banda de metal sinfónico Keltgar, que tinha contrato com a Uxicon Records. Eu era o vocalista/compositor e guitarrista dessa banda. Tocamos com bandas como Epica e After Forever quando eles estavam a começar.

 

O que nos podes dizer sobre as tuas principais influências e objetivos para este EP de estreia?

As principais influências são compositores como Howard Shore, Hans Zimmer, John Williams... para a parte orquestral. A parte metálica tem amplas influências. Para citar algumas bandas: Battle Beast, Nevermore, In Flames, Soilwork, Nightingale e muitas mais. Não houve um objetivo específico para esta estreia, além de trazer uma sonoridade nova e mais cinematográfica ao metal sinfónico.

 

De que forma foi feito o trabalho ao nível do processo criativo? Foi um trabalho individual de tua autoria ou Celica também contribuiu na escrita?

As primeiras músicas foram totalmente escritas por mim. Eu fiz todos os instrumentos e trabalho de pré-produção. Celica mudou alguns padrões vocais, linhas e letras para melhor combinar com as suas capacidades. Ela também escreveu a maioria dos backing vocals. Na música Light ela participou ainda mais no processo de composição das melodias vocais e letras. Ela teve uma contribuição incrível para essa música. Alguns dos solos de guitarra foram melhorados ou reescritos pelo guitarrista Jan Verschueren.

 

The Awakening é uma música espetacular com linhas melódicas incríveis. Porque é que surge como faixa bónus?

The Awakening, como o título já indica, foi a primeira composição que escrevi para Malevolent. Era para ser uma das músicas principais do EP, mas durante o processo de produção foi substituída pela música Light. The Awakening foi lançada antes do EP como um teaser do som dos Malevolent. Foi ideia da editora (Necktwister) incluir a música como faixa bónus, já que eles também adoraram a música. A música foi produzida e misturada por mim antes da produção do EP, com o produtor Joost.

 

Como se tornou possível a possibilidade de teres o grande Mark Jansen a colaborar em Creation?

Tive o prazer de conhecer Mark quando a minha banda anterior tocava em festivais onde também os After Forever e Epica estavam nos alinhamentos. Como que nos conectamos naquele momento. Ao procurar um vocalista convidado com guturais que complementassem os meus, ele foi o primeiro que me veio à cabeça. Estou feliz que tenha dedicado o seu tempo para fazer a sua incrível contribuição para a música Creations.

 

Qual foi o papel que o lendário Joost van den Broek desempenhou no som global dos Malevolent?

A sonoridade global já estava definida pelas pré-produções, como podes ouvir na música The Awakening. Mas como Joost é um dos maiores produtores de metal sinfónico e também tem formação em composição orquestral, ele foi a melhor escolha como produtor e misturador para dar à produção aquela cobertura extra que precisávamos. Com todas as complexidades que acompanham a combinação de grandes partes orquestrais/cinemáticas com instrumentos de metal, a experiência de Joost realmente ajudou a misturar esses dois mundos.

 

Os Malevolent já tiveram oportunidade de tocar este álbum ao vivo? Ou têm alguma coisa planeada para o futuro?

Definitivamente estamos a planear tocar ao vivo, mas o nosso foco atual é escrever novas músicas. Como os nossos músicos são de diversos países, tocar ao vivo será sempre um desafio. E para recriar o som do nosso EP ao vivo precisamos de uma preparação muito sólida das apresentações. Mesmo assim, parte da preparação para um espetáculo ao vivo já está feita e a editora está a negociar com alguns festivais. Portanto, fiquem ligados às nossas redes sociais, se quiserem saber quando serão reveladas as nossas primeiras apresentações ao vivo.

 

Muito obrigado, Nikolaas! Queres enviar alguma mensagem aos nossos leitores ou acrescentar mais alguma coisa?

Obrigado, Via Nocturna e Pedro Carvalho. Uma dica do que estamos fazendo além de escrever novas músicas: estamos a trabalhar com alguns especialistas numa inovação tecnológica na produção sonora. O objetivo é criar uma experiência de som envolvente (surround cinematográfico) para a nossa música, mas apenas com a necessidade de fones de ouvido padrão. Em breve serão revelados mais detalhes… Obrigado!


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