Sinceramente, não estávamos à espera de sermos
assaltados por uma dose de thrash metal tão espetacular vinda do Luxemburgo. Mas a forma como os
Scarlet Anger prepararam o seu novo álbum, Martyr, foi surpreendente. E o tempo que tiveram foi
fundamental para permitir que este conjunto de enormes malhas ganhasse uma vida
própria. Com a presença em alguns festivais importantes no horizonte, Vince
Niclou, o baixista da banda, respondeu às nossas questões.
Olá, Vince, tudo bem? Obrigado pela
disponibilidade! Podes apresentar os Scarlet Anger aos metalheads portugueses?
Olá, é bom estar contigo. Somos os Scarlet Anger,
uma banda de thrash de 5 integrantes fundada em 2007 na cidade de
Luxemburgo. A banda começou com Joe, o nosso vocalista e Fred nas guitarras.
Ambos eram amigos de longa data desde a infância. Também tocaram em bandas
antes, mas 2007 foi o momento para eles se libertarem das amarras da sua antiga
banda e se entregarem ao que realmente amam... thrash metal! E nasceram
os Scarlet Anger.
A banda nasceu em 2007, portanto, podes
contar-nos um pouco da vossa trajetória até hoje?
Já em 2007, eu (Vince, baixista) entrei na banda.
Mesmo tendo tido algumas mudanças de formação durante todos estes anos, fomos sempre
uma banda de 5 membros. Fizemos os nossos primeiros espetáculos em 2008 e
lançamos o nosso primeiro EP La realidad es Triste… em 2009. Em 2011
lançamos o nosso segundo EP Kill The King com o qual conseguimos um
contrato de gravação para o próximo LP Dark Reign 2012. A receção foi
muito boa o que nos motivou a continuar, mas demoramos 4 anos para lançar o
segundo LP Freak Show. Nesse intervalo, fizemos muitos espetáculos. Não
há nada que se compare a estar no palco.
Martyr é o vosso novo álbum, o terceiro, que foi
lançado oito anos depois de Freak Show. Quais foram as razões deste longo hiato?
Pois é, parece que dobramos o tempo de espera de 4
para 8 anos! Na verdade, a gravação da bateria começou em 2020. Mas, sabes como
é, houve a pandemia que teve uma influência enorme em todo o processo. Além
disso, alguns de nós tiveram filhos durante esse período. Como não se conseguiria
trabalhar normalmente de qualquer maneira, a malta decidiu que deveriam
aproveitar o tempo e passar bons momentos com a família.
Como foi a preparação para este álbum e quais
foram os principais objetivos a cumprir?
Como a pandemia desacelerou tudo no mundo, também
pensamos em não permitir qualquer pressão sobre todo o processo. Além disso, a
distribuição da música mudou drasticamente durante os últimos anos, portanto,
desta vez, decidimos publicar o álbum sem editora. O stress para cumprir
um prazo desapareceu e pudemos trabalhar o tempo que achássemos necessário.
E como foi a metodologia de trabalho para este
novo álbum? Semelhante aos álbuns anteriores ou tentaram abordagens diferentes?
A diferença foi que gravamos a bateria primeiro. Desde
2017 temos um novo baterista (Rod). Ele estava e claro ainda está muito
motivado. A parte principal das músicas foi escrita por Fred (guitarras). As
guitarras, baixo e voz também foram gravadas no seu home-studio. Fred
também é o nosso principal produtor. E também fez a masterização. A partir daí,
nada mudou.
Todas as músicas presentes em Martyr são recentes ou são
fruto do vosso processo criativo dos últimos anos?
Como demorou muito para terminar o álbum, as músicas
foram um processo criativo ao longo dos últimos anos. Como decidimos continuar
sem editora para o álbum, tivemos bastante tempo para nos focarmos em tudo, até
o momento em que todos nós estivéssemos satisfeitos.
A seguir a Freak Show mudaram de
baterista. Desde quando esta Rod Sovilla a bordo? Já teve a oportunidade de
colaborar no processo criativo para este álbum?
Rod juntou-se a nós em 2017. Ele também é baterista de
uma banda tributo aos Iron Maiden (Edhunters), onde Jeff
(guitarra) também toca. Portanto, sabíamos que ele é realmente muito bom. A
estrutura básica das músicas foi fixa, mas ele teve toda a liberdade que
queria.
Tematicamente, que
questões trouxeram para a mesa em Martyr?
Primeiro, não somos uma banda política. Escrevemos
mais ou menos músicas dos nossos assuntos diários. Na faixa-título Martyr,
por exemplo, a letra explora o conceito de martírio e como alguém se sacrifica
para alcançar objetivos pessoais. O texto incentiva a enfrentar as dores e
desafios da vida e a superação dos medos. Enfatiza a necessidade de se libertar
das influências negativas e do passado para avançar para o futuro.
Já tiveram oportunidade
de tocar Martyr ao vivo? O que mais têm planeado para os próximos
tempos?
Lançámos 3 singles antes do lançamento do álbum. No
Time, Hunger e Martyr têm sido tocados desde então ao vivo.
Talvez ainda este ano gravemos um antigo «clássico» nosso. Além disso, ainda
restam uma ou duas músicas das sessões de Martyr. Veremos…
Uma das datas mais
importantes será no Krawall'o'Rock onde compartilharão o palco com nomes
como Rage, Firewind ou Exodus. O que estão a preparar para esse espetáculo tão especial?
Fazemos o que tentamos fazer sempre que subimos ao
palco… tentamos demolir tudo! Mas, ultimamente, outro grande festival entrou na
nossa programação. Em julho iremos tocar no Top Fest Slovakia junto com
bandas como Scorpions, 5FDP, Annihilator, Avantasia,
e por aí fora...
Obrigado, Vince. Queres
enviar alguma mensagem para os nossos leitores e para os vossos fãs ou
acrescentar algo mais?
Estamos muito impressionados com as reações que
tivemos até agora! Obrigado por tudo!
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