Reviews VN2000: A NEVERENDING JOHN'S DREAM; RADDAR; TREASURE SEEKER; BLOODBOUND; TIM'S FAVOURITE

 


Coming Back To Paradise (A NEVERENDING JOHN’S DREAM)

(2024, Pride & Joy Music)

A Neverending John’s Dream é uma banda de hard ‘n’ heavy melódico formada em Barcelona no ano de 2022, quando Joan M. Heredia (bateria, vocal e compositor) se uniu a David Vidal (guitarra), Paul E. Schuster (baixo) e Xavier Miró (teclados). Coming Back To Paradise é o segundo registo do coletivo, um álbum onde a melodia hard ‘n’ heavy, traz uma sensação de final dos anos 80/início dos anos 90, mas com uma produção atual. Ao longo de 12 temas, os catalães promovem o desfilar de um conjunto de belos temas, desafiantes arranjos e agradáveis melodias. Por vezes próximo do rock melódico, melhora a sua prestação quando se aproxima do hard rock com a inclusão de teclados (como em In Our Hands) ou metal melódico no final Sunrise. Equilibrium e Mother Of All mostram que o quarteto domina bem os tempos e os arranjos menos convencionais, enquanto uma delicada balada com linhas de piano, Alone With My Shadow, expõe o lado sensual da banda. Coming Back To Paradise é um disco certeiro dentro deste género. Bem produzido, bem executado e com boas canções. Merece que se preste atenção. [84%]



 

Discovery (RADDAR)

(2024, Independente)

Durante algum tempo, nos anos 70, os Raddar foram os Sanctus e sempre se assumiram como o primeiro e o mais destacado nome do hard rock a sair do Texas. A dupla resistente é Razar King (baixo, guitarras, vocais) e Randee Lee (vocais, guitarras, órgão) que têm chamado alguns elementos novos para os acompanhar. No mais recente caso, em Discovery, e para a bateria, volta a ser chamado Bodo Schopf, da banda de Michael Schenker. Discovery reúne 10 temas do mais puro hard rock, cinco dos quais transitam diretamente dos anos 70; os outros cinco são recentes, mas mantêm a mesma matriz. A novidade mais saliente neste Discovery é o maior protagonismo dados aos órgãos analógicos, sejam eles tocados pelo duo ou pelo trabalho adicional, mais uma vez a cargo de Mike Teems. Este aspeto confere uma ambiência mais próxima da genialidade dos Deep Purple, embora o trabalho rítmico e os riffs de guitarra continuem a situar-se numa linha mais definida dentro do classic rock de nomes como Wishbone Ash e afins. Isto, claro, sem esquecer a sua génese, ou seja, com um acentuado travo sulista. Com mais variabilidade e capacidade de composição que os trabalhos anteriores, Discovery também se destaca por ter a melhor coleção de canções que se projetam para outros patamares. Portanto, esta é a mais interessante proposta dos norte americanos. [84%]



 

A Tribute To The Past (TREASURE SEEKER)

(2024, Ulterium Records)

Em 1988, uma banda chamada Treasure Seeker lançava A Tribute To The Past. A história desta banda tinha começado um ano antes, quando William Hieb ligou a Andy Gutjahr sobre uma ideia para gravar um álbum de versões de músicas clássicas do metal cristão. E esse álbum foi lançado revisitando alguns temas das mais importantes bandas cristãs, de todas as abordagens desde o hard rock até ao power metal, passando pelo melodic metal. Aqui encontramos um tema original (a abertura A Tribute To The Past) e nove versões de criações de bandas como Stryper, Saint, Levicitus, Bloodgood, REZ, Jerusalem, Force 3, Bride e Creed. Versões essas que, na altura, foram bem aceites por se mostrarem mais rápidas e pesadas que os originais. Ponto fulcral neste projeto? A presença de Olaf Hayer, vocalista que com este desempenho lhe permitiu ser chamado para alguns álbuns a solo de Luca Turilli. Ora, este álbum está há muito esgotado e, portanto, a editora sueca Ulterium Records teve a ideia de o relançar. Voltam a ser apresentados os mesmos temas num novo pacote com um booklet alargado e com importantes liner notes. Claramente, um conjunto de muito bons temas de metal, comprovando-se que estas versões incrementaram bastante os originais. [87%]



 

The Tales Of Nosferatu – Two Decades Of Blood (2004-2024) (BLOODBOUND)

(2024, AFM Records)

Celebrar duas décadas de excelência musical é uma conquista monumental e digna de comemoração para qualquer banda. Essa marca é atingida este ano pelos suecos Bloodbound que brindam os seus fãs com The Tales Of Nosferatu – Two Decades Of Blood, um álbum ao vivo que encapsula para toda a eternidade a experiência de presenciar um concerto daquele que é um dos mais respeitados nomes do power metal mundial. Apesar de mais focado nos trabalhos de estúdio mais recentes, o setlist foi capaz de abarcar alguns dos clássicos de tempos idos como Nosferatu ou Moria, dois dos temas mais acarinhados por todos os que se encontravam em frente ao palco Ronnie James Dio do festival Masters Of Rock no passado dia 15 de julho de 2023. Para esses e para os que não assistiram a este espetáculo presencialmente é-lhes agora possível (re)viverem esta experiência através da edição especial e limitada a 1000 exemplares do Earbook que inclui CD e Blu-Ray ou através do duplo vinil limitado a 500 exemplares que a AFM Records lançará no dia 19 de abril. Espera-se agora que, a estas duas décadas de sangue, suor e muitas melodias memoráveis, se juntem outras duas e que se revelem tão prolíferas quanto as que agora findam. [85%]



 

AmaConda (TIM’S FAVOURITE)

(2024, Independente)

Tim’s Favourite é um quarteto belga que mistura elementos aparentemente inconciliáveis como grunge, thrash metal, metal progressivo, stoner e, para ser sincero, tudo o que eles achem que seja capaz de se enquadrar bem na sua mente criativa. Uma criatividade que fica patente tanto no nome do projeto como do álbum. E que tem como resultado um metal que é tudo menos imediato ou previsível, ao qual gostam de chamar zen metal. Este é um álbum que proporciona uma viagem idiossincrática e desorientadora. Uma longa aventura de mais de uma hora, na qual tudo aquilo que conhecemos do grunge, metal e rock psicadélico se desconstrói e autoaniquila. Uma descoberta que os fãs de Tool, Alice In Chains, Soundgarden, Prong, Metallica e Meshuggah não poderão deixar passar. [70%]

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