Entrevista: Black Hill Cove


 

Formados no meio de uma pandemia global em 2020, os Black Hill Cove não se curvam a nada nem a ninguém. Com uma fusão única e inovadora de groove, thrash moderno, hardcore e death metal, a banda oferece riffs brutais combinados com composições cuidadosamente elaboradas. O álbum de estreia, Broken, foi lançado pela Raging Planet Records em 2021 e o seu sucessor, Ex Tenebris Vita, já roda por aí. Transitando para um quarteto, o coletivo dá um passo gigantesco rumo a um novo patamar de qualidade. Uma notória evolução que fomos tentar perceber com o vocalista Rui FAC.

 

Olá, Rui, tudo bem? Antes de mais, deixa-me dar-te os parabéns a ti à banda pelo espetacular Ex Tenebris Vita. Este é, definitivamente, um passo em frente em relação à estreia Broken. Na tua opinião qual foi o principal motivo para isso suceder?

Está tudo bem Pedro, e obrigado pelo convite e pelo elogio. Este disco foi pensado para ser diferente do Broken, para darmos esse passo em frente que nós queríamos dar, introduzir ideias novas e elementos novos nas músicas, queríamos crescer como banda e acho que conseguimos fazer isso neste novo álbum.

 

Em termos de trabalhos de composição e gravação mantiveram a mesma metodologia de Broken ou modificaram alguma coisa?

Na composição houve algumas mudanças, enquanto no Broken quem compôs as músicas foram o Nuno e o João, com a saída do João acabou por ser o Nuno a ficar encarregue disso, sempre com uma palavra dos outros elementos no final. Em termos da gravação é que mantivemos mais ou menos a mesma forma, gravamos tudo no estúdio do Nuno, e o Xinês tem o seu estúdio onde gravar a bateria.

 

Entretanto, passaram de trio a quarteto. O que vos motivou a dar esse passo?

Nós começamos como trio por escolha própria, como não conseguíamos arranjar o baixista que queríamos para a banda, não quisemos que isso nos impedisse de tocar ao vivo, mas queríamos um baixista para tocar connosco, também sentíamos falta desse elemento em palco, e foi assim que entrou o Pedro, que depois de alguma procura foi a pessoa que se encaixou perfeitamente no espírito da banda.

 

Por outro lado, também na bateria têm uma mudança com a entrada do Xinês. Desde quando está ele na banda?

O Xinês entrou para a banda quando estávamos a compor os temas para este novo álbum, depois de alguma procura e paciência, e também sorte, que nos veio dar um novo alento e energia,  sendo que ele era o baterista que queríamos e precisávamos para dar a energia necessária aos novo temas.

 

Pergunto-te se estes dois novos membros, o Pedro Carvalho e o Xinês, já tiveram oportunidade de participar no processo criativo de Ex Tenebris Vita?

Sim tiveram, não tanto como gostaríamos, porque os temas já estavam encaminhados, mas deram o seu contributo.

 

Entretanto, também adicionaram coros femininos em alguns momentos. Como se proporcionou este passo nesta direção?

Essa ideia acabou por surgir um pouco pelos momentos que algumas das músicas têm e que pediam uma voz feminina em certas melodias, algumas sugeridas por mim outras pelo Nuno. Já tinha falado com o Nuno sobre isso enquanto ele compunha as músicas, e depois de eu escrever as letras e começar a gravar, deu para perceber onde poderiam resultar, e acho que resultaram muito bem.

 

O álbum volta a terminar, como tinha acontecido com Broken, com um curto tema instrumental com um título em português. Já falaram em introduzir o nosso idioma nas vossas composições?

Sim, já surgiu em conversa, e poderá acontecer no futuro, mas não será uma coisa planeada porque para mim, que escrevo as letras, só me faz sentido escrever em português se uma música me fizer sentido ser em português, não o faço sem um objetivo, tem que fazer sentido. Por enquanto o português será só para os temas instrumentais.

 

No Escape, Another Step To The Sun e Deceiver foram os singles já retirados deste trabalho. Porque a escolha destes temas? Há planos para mais algum vídeo/single?

O Another Step To The Sun foi o primeiro tema a ser concluído para o disco, o primeiro tema com o Pedro e ultimo com o João, e queríamos mostrar musica nova; o No Escape foi para mostrar um tema mais rápido e direto, para mostrar que a energia está sempre presente; já que o Another Step To The Sun é um tema com mais groove, mais balanço, e também é o tema que abre o disco; o Deceiver é um tema que nos agrada a todos e tem estes dois mundos e mais. Daqui a uns tempos ira sair novo single com vídeo, mas não divulgo ainda qual a música.

 

Em termos de palco, o que têm os BHC planeado?

Temos algumas datas marcadas que vão sendo divulgadas na altura certa, e outras em negociação. Divulgadas tivemos o dia 24 de maio no Side B em Alenquer, com os 605 Forte e em novembro vamos à Noruega, ao festival Spetakkel, com Marduk e mais outros nomes. Mais novidades irão surgir.

 

Obrigado, Rui! Queres acrescentar mais alguma coisa para os nossos leitores e para os vossos fãs?

Quero deixar um grande abraço a todos o que nos têm apoiado até hoje, seja de que maneira for, obrigado, não deixem de apoiar a música underground nacional, apareçam nos concertos, comprem merch e lembrem-se, sem público não há bandas e as bandas precisam da vossa energia.

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