Entrevista: Yokovich

 


Apesar do nome com sonoridade sérvia, croata ou bósnia, os Yokovich são um quarteto de Lisboa que prepara a sua estreia. O próximo álbum Ubiquitous promete uma enorme variedade de rock e metal, desde o mais clássico ao moderno, do mais melódico ao pesado. O single Burn já roda por aí e deixa no ar uma ideia do que está para surgir. Mas, para ficarem mais despertos ao que esperar, estivemos à conversa com quarteto que nos desvendou alguns pormenores.

 

Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade! Para começar podem apresentar os Yokovich? Quando é que se juntaram e com que objetivos?

MIGUEL SOUSA (MS): A ideia começou no Outono de 2021, quando decidi formar um projeto com o objetivo de interligar um caráter musical pesado de metal industrial, com outros elementos mais melódicos dentro de rock alternativo, grunge, stoner e gothic. Comecei a compor e gravar algumas ideias em casa até que convidei o Bruno (baixista) para ouvir alguns temas e possivelmente integrar o projeto. Já tínhamos sido colegas de banda num projeto anterior, por isso tecnicamente falando já havia sintonia de composição e gravação entre nós e o projeto passou a prosseguir em dueto, pois o Bruno adorou o conceito e o som, e assim foi ajudando ainda mais a desenvolver e a refinar a visão e objetivos que eu já tinha vindo a criar. Pouco tempo depois, já com bastantes temas gravados, começámos a procurar por vocalista, fizemos algumas audições, e alguns meses depois entrou o Jonas no projeto, dando um cunho mais pessoal devido às linhas vocais, e um sentido de algo “real” e com propósitos mais definidos à banda. Por fim, começámos a procurar por um baterista que fosse de encontro à nossa sonoridade e conceito, e o Manu encaixou perfeitamente com as suas influências de metal, mas com muitas raízes de soul e funk, dando um cunho muito próprio e necessário aos ritmos de bateria do projeto.

 

Como surge o vosso nome? Tem algum significado especial?

MS: O nome é basicamente o apelido da atriz Milla Jovovich mas escrito e dito de forma errada, juntamente com outros significados. Achei piada à fonética da palavra “iocovich” e interessante para nome da banda pois é diferente, incomum e lembrou-me algo sci-fi talvez porque a Milla Jovovich é conhecida sobretudo pelos filmes Resident Evil ou O 5º Elemento, títulos de ficção científica. O som do projeto é pesado, enérgico e quase que remete um pouco para essa onda de apocalipse zombie dos filmes e jogos Resident Evil com o mundo superindustrializado e em crise, robôs e A.I e o ultra-futurismo do 5º Elemento, devido aos diversos elementos sonoros digitais e de Industrial que usamos. Mensagens sobre crise social e política, antissistema, intervencionismo e paz mundial, são conceitos a nível das letras que eu queria adotar para o projeto e uma personalidade que foi um pilar marcante de temas desse tipo foi a Yoko Ono. Além disso, outro filme que aborda temas desse género é Joana D’Arc interpretado por... Milla Jovovich. Resumindo, gostei da fonética forte, pesada e exótica do nome YOKOVICH e dessa “alusão às heroínas” Yoko Ono e Milla Jovovich e a todas as temáticas, conceitos e imagens que nos vêm à cabeça quando pensamos nos seus nomes.

 

Podem falar um pouco das vossas experiências musicais anteriores e das aprendizagens que trazem para este novo projeto?

JONAS (J): Em termos de originais tive num projeto de groove metal em que em termos vocais era só screams, deu para aprofundar um pouco esse tipo de vocal e a presença em palco. Depois estive num projeto só com clean vocal e mais melódico. Com a experiência nestes dois projetos de originais que fiz parte e com a ajuda nas aulas de voz com o Alex dos Toxikull, fez com que tivesse sido possível chegar ao registo vocal que vamos apresentar no álbum. Sei que o Miguel e o Bruno estiveram ambos no mesmo projeto de rock moderno durante cerca de 5 anos. O Manu é freelancer no ramo da música e sendo profissional toca em projetos de variados géneros musicais, mas também está num projeto de metal moderno com uns amigos próximos. Aproveito desde já para agradecer a todos os envolvidos nesta minha aprendizagem que nunca para.

 

Como tem sido o vosso trajeto até agora? 

BRUNO G (BG): Desafiante, emocionante e fantástico para dizer no mínimo. Com a formação completa e o conceito bastante sólido, o primeiro passo passou por integrar as visões e influências dos vários elementos face às ideias bastante desenvolvidas pelo Miguel. Revistos os temas, passamos à fase de gravação/mistura do álbum, artwork e à estratégia de lançamento/comunicação do nosso primeiro trabalho. Fruto desse trabalho, é com a enorme satisfação que lançámos o nosso primeiro single Burn com o qual, nos permite avaliar reações e a dar a conhecer a banda com o objetivo de atrair o máximo de fãs que se identificam com o nosso som e mensagem. Contamos com muitas surpresas no futuro e claro, o lançamento nos próximos meses do nosso primeiro trabalho discográfico UBIQUITOUS e por agora, agradecemos todas as excelentes reações ao single Burn.

 

Se vos perguntasse quais os nomes ou movimentos que mais vos influenciam, o que responderiam?

MS: Rammstein, Nine Inch Nails, Ministry, Deftones, KMFDM, Marilyn Manson... São algumas das principais influências na génese do projeto, e é sobretudo metal industrial com uma pitada de alternativo pelo meio. No entanto, a minha ideia sempre foi enriquecer as minhas próprias criações com o contributo que cada elemento da banda iria trazer, com as suas próprias influências e ideias. O Bruno por exemplo, adora tudo o que seja hard rock e metal clássicos (Black Sabbath, Megadeth...); já o Jonas é mais virado para o metal industrial, alternativo e progressivo (Tool, Paradise Lost, Fear Factory, Katatonia...) e o Manu traz o peso e a agressividade do metalcore e rock moderno (Chelsea Grin, Trivium...).

 

Como se definiriam, em termos musicais e líricos, para aqueles que não vos conhecem?

MS: Tecnicamente falando, em termos musicais, somos uma banda de metal alternativo/industrial. Em termos líricos, abordamos sobretudo temas atuais como conflitos armados, crise social e política, corrupção, saúde mental… As nossas mensagens têm um forte teor intervencionista e de reflexão e motivação introspetiva.

 

No vosso canal de Youtube já pode ser ouvido o tema Burn. De que forma esta primeira amostra vos define ou não artisticamente?

BG: Os temas do álbum UBIQUITOUS apresentam abordagens bastante diferentes e originais do referido género musical. Neste sentido, a escolha do tema Burn, como primeiro single, corresponde a uma escolha que entendemos segura, equilibrada, logo uma boa rampa de lançamento para o que o vem a seguir…  a cada novo tema, acreditamos que moldará a identidade musical da banda, até então construída.

 

Sendo que já surgem imagens e informações de Ubiquitous, o vosso álbum de estreia, em que fase estão dos trabalhos?

MS: Estamos na reta final de conclusão da masterização dos temas.

 

Já há data para o seu lançamento?

MS: Estamos a apontar para setembro.

 

E podem adiantar alguma coisa em relação ao que irão apresentar?

J: O que podemos divulgar é que vamos apresentar uma variedade musical em que vai desde o melódico até ao som direto.

 

E palco? O que têm agendado?

Neste momento não temos concertos agendados, estamos concentrados no lançamento do álbum e aquando da sua saída iremos divulgá-lo de Norte a Sul do país.

 

Muito obrigado, Yokovich! Dou-vos a oportunidade de acrescentar mais alguma coisa…

YOKOVICH: Da nossa parte agradecer pela oportunidade de podermos dar a conhecer o nosso projeto e continuem o excelente trabalho pois o nosso país precisa de divulgação, há tantas bandas com imenso potencial que não têm a devida divulgação e o público não tem conhecimento das mesmas.

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