Entrevista: Mocs & Cucs

 


Milford Mocs & Gunther Cucs era um nome tolo. Por isso, a solução foi encurtá-lo para Mocs & Cucs. De uma experiência e divertimento inicial, passou-se para uma banda a sério. E, afinal, esse louco hino que é Morirem Tots!!!, não tem nada a ver com José Rodrigues dos Santos. De Lleida (Espanha), este coletivo mostra um assinalável crescimento com este Cremem los Putos Bancs. Confiram.

 

Olá, pessoal, obrigado pela disponibilidade. Podem apresentar os Mocs & Cucs aos metalheads portugueses?

Olá, pessoal! Somos uma banda de metal de Lleida (Catalunha). Fomos um projeto de estúdio durante mais de 10 anos (2010-2021), mas em 2022 decidimos tornar-nos uma banda completa. Quando és um metaleiro, o palco acaba por te chamar.

 

Vocês eram conhecidos como Milford Mocs & Gunther Cucs. Por que decidiram encurtar o nome?

Bem, esse era um nome muito tolo. Nós inventamo-lo na altura, quando lançámos o nosso primeiro álbum. Achamos que Mocs & Cucs é mais cativante e fácil de lembrar. Além disso, muitas vezes as pessoas não gostam de ler muito, portanto quanto menos letras, melhor.

 

E agora, 13 anos após a estreia, estão de volta com um álbum novo. O que aconteceu para este hiato tão longo?

Isto não foi realmente um hiato. Durante estes anos, publicamos um total de 13 músicas em vários singles e um EP em 2015, 2017, 2018, 2020 e 2022. Portanto, nunca paramos de lançar músicas, mas éramos um dueto de estúdio e também nos dedicamos a outros projetos paralelos. Além disso, Jordi (guitarra) passou mais de um ano na França a terminar os seus estudos. Digamos que durante algum tempo Mocs & Cucs não foi a nossa prioridade. Mas agora estamos de volta mais fortes do que nunca. Oh sim Baby!

 

Ou seja, durante todo esse tempo estiveram ativos…

A explicação está na resposta anterior. Foi realmente depois do lançamento do single duplo El Mantodeu (2022) que falamos em nos tornar uma banda regular e não mais um projeto apenas de estúdio.

 

Como dizes, durante este período lançaram vários singles. Alguns deles foram incluídos neste álbum ou este só contém músicas novas?

O material deste álbum é todo novo, exceto uma cover, Morirem Tots!!!, que foi lançado originalmente em 2008 pelos Plowshare, uma antiga banda nossa. Queríamos dar um toque diferente, uma atualização em termos de produção e estrutura musical, e estamos muito felizes com o resultado.

 

Aliás, essa é uma música que achamos muito interessante – Morirem Tots! Sendo de 2008 e surgindo agora, será, eventualmente, uma dedicatória ao famoso pivot da RTP e escritor José Rodrigo dos Santos, que recentemente abriu o noticiário diário do canal, em horário nobre, com essa frase polémica?

Deve ser uma coincidência, pois originalmente escrevemos essa música em 2007 como uma banda chamada Plowshare, como dissemos, para ser incluída no álbum Life Must Disappear (2008). Não é um aviso apocalíptico e desesperado; é mais uma consciência filosófica do absurdo da vida e da morte.

 

Considerando a distância entre os dois álbuns, que pontos de proximidade e separação existem entre este trabalho e o primeiro, musicalmente falando?

O primeiro foi uma coleção de músicas que foram descartadas ou não eram adequadas para a nossa banda da época. Eram mais melódicos e nunca ensaiamos como banda. Foi uma espécie de “divertimento”, uma experiência, por assim dizer. No entanto, este álbum Cremem los Putos Bancs é o resultado de mais de um ano de prática e trabalho conjunto como banda, com arranjos orgânicos e faixas solidificadas resultantes de tocarmos juntos durante muitas horas.

 

Este álbum é hilariante! Que temáticas trazem para a mesa no aspeto lírico?

Há muitas pessoas a morar no nosso planeta abusado. Odiamos os políticos, odiamos a Igreja Católica e odiamos esta sociedade capitalista, estúpida e hipócrita. Portanto, cantamos sobre e contra tudo isso.

 

Já tiveram a oportunidade de tocar estas músicas ao vivo? Como têm sido as reações?

Já tocamos algumas músicas do novo álbum no ano passado e elas funcionaram muito bem ao vivo. Porém, estamos a aguardar para tocar mais faixas do álbum após o lançamento oficial em 7 de junho. Estamos realmente ansiosos para isso!

 

O que mais têm programado para o futuro?

Neste momento estamos totalmente imersos na campanha promocional do álbum. Sabes como é, entrevistas, lançamento de videoclipes e singles, garantia de que os discos de vinil estejam nas lojas e preparação para divulgar os produtos. Também estamos a agendar novos espetáculos ao vivo para setembro, outubro e novembro. Mal podemos esperar para carregar a carrinha e ir novamente para a estrada.

 

Obrigado pessoal, mais uma vez. Querem enviar alguma mensagem para os nossos leitores e para os vossos fãs?

Sim! Ouçam metal e espalhem a notícia! Incentivem os vossos amigos e familiares a ouvir rock e metal. Sejam um exército de metaleiros em todo o planeta e resistam ao barulho do reggaeton e da música comercial de baixa qualidade e sem sentido. Nós somos a resistência!


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