Reviews VN2000: DOCTORS OF SPACE; MYSTIC TWANGERS; THE TANGENT; DARWIN

 


Vol. 6 Summer 2021 (DOCTORS OF SPACE)

(2024, Space Rock Productions)

De vez em quando a dupla formada por Dr. Weaver (guitarras, baixo e bateria programada) e Dr. Space (sintetizadores, Hammond e mellotron), conhecidos pelos Doctors Of Space, reúnem-se em jams improvisadas e perdem-se nas suas composições experimentais, espaciais e contemplativas. Saídos das suas Astral Sessions (neste caso, duas sessões de exploração sonora captadas no verão de 2021), surge o Vol. 6 Summer 2021 contendo quatro longos temas, a variar entre os 14 minutos e os quase 27. Merece uma referência, para além das colossais doses de teclados analógicos, a forma como a guitarra desenvolve os seus solos e como o baixo se torna audível. Claro que a bateria programada não ajuda muito, sendo esse um aspeto a melhorar. De resto, esta é mais uma viagem introspetiva, onde os músicos se perdem e levam a que os ouvintes também mergulhem profundamente nas suas ondas esotéricas e espaciais. E que também se percam por lá. [76%]

 


Adventures In The Dark Deep Seas Of Sound (DOCTORS OF SPACE)

(2024, Space Rock Productions)

Depois de Vol. & Summer 2021, Dr. Space e Dr. Weaver, o duo que compõe os Doctors Of Space, pegaram em três jams. O primeiro acrescentou algumas peças de sintetizador, o segundo gravou o baixo e guitarras e estava pronto Adventures In The Dark Deep Seas Of Sound. Este álbum consolida ainda mais a posição do duo no panorama musical alternativo, oferecendo uma experiência sonora imersiva que desafia as convenções e transporta os ouvintes para dimensões desconhecidas. Com camadas de sintetizadores etéreos e guitarras reverberantes, a música evoca imagens de viagens interestelares e paisagens alienígenas. Os Doctors Of Space demonstram aqui a sua habilidade em criar atmosferas densas e cativantes, onde cada nota parece ecoar infinitamente no espaço. Adventures In The Deep Dark Seas Of Sound não é apenas um álbum para ouvir, mas sim para experienciar, sendo de destacar um momento algures na Part Three, onde a componente jazzistica se expõe mais detalhadamente. A música convida o ouvinte a uma jornada introspetiva, onde cada uma das longuíssimas faixas (desta vez sem a atribuição de títulos na verdadeira aceção da palavra) funciona como um capítulo de uma história maior. É um álbum que exige tempo e atenção, recompensando aqueles que se deixam envolver pelo seu ambiente sonoro. Tudo para experimentar e vivenciar já no próximo dia 4 de agosto no Unifant Festival, em Travancinha, Seia. [78%]



 

Time Slips Away (MYSTIC TWANGERS)

(2024, Independente)

Time Slips Away, o mais recente álbum dos Mystic Twangers, liderado por A.G. Twanger (aka Andy Glanzman), é uma obra que mistura diversas influências do Americana pop-rock, apresentando uma sonoridade rica e diversificada. Mas não se deixem desiludir pelos temas iniciais. De facto, Time Slips Away, tem muito mais para oferecer que o apresentado numa abertura demasiado básica. Com 13 faixas, este trabalho apresenta uma viagem musical que abrange desde baladas emocionais até rock energético, passando por folk progressivo, country pop e até reggae e blues. Temas como Time Out, Hallway Mirror, Baby Don’t Tell Me, Haybo Traveller, Ruby Red e Do You Know How It Feels mostram a versatilidade da banda e a capacidade de A.G. Twanger em capturar emoções, refletindo a maturidade e a evolução da banda ao longo dos anos. [81%]



 

To Follow Polaris (THE TANGENT)

(2024, InsideOut Music)

Sabendo que todos os músicos dos The Tangent estariam ocupados em tours ou a gravar com as suas bandas, não era expectável um novo álbum da banda de Andy Tillison tão cedo. Mas o multi-istrumentista não quis desequilibrar a tendência genérica de um álbum a cada dois anos e lança To Follow Polaris… a solo! Não deixa de ser um álbum com a assinatura The Tangent, mas é um álbum absolutista: foi apenas trabalho de uma pessoa, incluindo arte, layout, design, letras, composição, performance, gravação, produção, mistura, masterização e autoria. Para este álbum Andy Tillison começa por usar os seus múltiplos teclados, adiciona-lhe o baixo e bateria eletrónica e, finalmente, as guitarras. No fundo, To Follow Polaris como que segue a discografia anterior do projeto e, portanto, devem esperar-se momentos de prog rock com toques de jazz com inspiração criativa, mas sem acrescentar muito ao que já havia sido apresentado. E, estranhamente, guardando um tema que nem está na edição regular, a jazzística Tea At Bettys Simulation, como o melhor momento deste registo. [82%]



 

Five Steps On The Sun (DARWIN)

(2024, Phantom Recordings)

DarWin, o artista responsável por obras aclamadas como Origin Of Species e A Frozen War, retorna com o seu aguardado álbum Five Steps On The Sun. Coproduzido pelo lendário baterista Simon Phillips, este álbum eleva ainda mais a sonoridade caraterística de DarWin, introduzindo novas camadas de profundidade e urgência. Com uma formação estelar que inclui Derek Sherinian nos teclados, Greg Howe nas guitarras, Matt Bissonette nos vocais e a sensação indiana Mohini Dey no baixo, Five Steps On The Sun é um marco no prog rock, combinando melodia, técnica e exuberância orquestral. A abertura do álbum é potente, com faixas como Soul Police e Inside This Zoo a mergulharem no neo prog metal, lembrando a intensidade dos Sons Of Apollo. A partir da faixa título, mantêm-se as estruturas complexas, mas agora combinadas com a calma típica dos trabalhos anteriores, ao mesmo tempo que se exploram territórios experimentais próximos da fusão e se incorporam elementos jazzísticos que oferecem uma textura rica e intrigante. Five Steps On The Sun é um álbum que desafia e recompensa o ouvinte atento, expandindo os horizontes do prog rock contemporâneo. [86%]

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