Reviews VN2000: VIRGIN STELLE; ÂSCENT; SIEGE PERILOUS; LEGIONS OF THE NIGHT

 


Virgin Steele I – Anniversary Edition (VIRGIN STEELE)

(2024, Steamhammer/SPV)

Na sequência do sucesso alcançado com o seu mais recente álbum de originais, The Passion Of Dionysus, Virgin Steele e SPV acordaram nas reedições dos dois primeiros álbuns da banda americana: Virgin Steele e Guardians Of The Flame. E, de tal forma estas reedições são importantes para David DeFeis, que o próprio lhes atribuiu o apelido especial de Anniversary Edition. O trabalho homónimo de estreia foi, originalmente, lançado em dezembro de 1982 numa edição limitada. Poucos meses depois, a Music For Nations promoveria uma nova edição em maior escala. Esta seria a primeira banda daquela que viria a ser uma das mais influentes editoras da altura. E este seria o primeiro lançamento da editora na Europa. O seu estilo era (e continua a ser) muito original, numa fusão de heavy metal americano com as atmosferas épicas dos Rainbow. O vocalista DeFeis, que também toca piano e teclados, começa já a mostrar um gosto particular por arranjos pomposos e melódicos, enquanto Starr opta por um ataque mais duro. O correio dos fans começou a aumentar e entre ele contam-se duas cartas de jovens fãs/bandas: uma dos Queensrÿche e outra dos Metallica, na altura todos a dar os primeiro passos nestas coisas de criar metal. Para esta reedição, todos os temas foram totalmente remisturados, tendo ainda sido adicionada alguma orquestração/instrumentação adicional em algumas faixas. Relativamente ao trabalho original foram adicionados temas das demos anteriores e outras faixas, tais como: uma nova versão expandida e com orquestração adicional de Lothlorien; um tema novo, Hell From Beyond The Stars; uma nova versão alternativa de The Fire God, pela primeira vez presente em The House Of Atreus Act 1; e uma gravação totalmente nova de Virgin Steele. Por isso, o fogo original foi mantido e... melhorado, sendo que sonoramente, há toda uma maior definição. [91%]

 

Guardians Of The Flame – Anniversary Edition (VIRGIN STEELE)

(2024, Steamhammer/SPV)

Na sequência do que foi dito anteriormente, na mesma altura também é reeditado a Anniversary Edition de Guardians Of The Flame. Originalmente foi lançado pela Mongol Horde (EUA), Roadrunner Records (Europa), Music For Nations (Reino Unido) e King (Japão) em junho de 1983, em vinil e cassette. À semelhança de Virgin Steele, também esta reedição será em digipak CD, digital e duplo vinil. E, também foi totalmente remasterizada com a adição alguma orquestração/instrumentação adicional em algumas faixas. Como extras, esta reedição traz os três temas do EP Wait For The Night, lançado imediatamente após o álbum; a faixa Chaos Caprice, solo de piano que serve de introdução para A Cry In The Night e que deve ter ficado de fora da versão original devido a restrições de tempo, na opinião do próprio David DeFeis; uma versão alternativa de Desert Plains, originalmente incluída no álbum Age Of Consent; Dirty Blood Angel, tema novo, escrito para Age Of Consent, mas que nunca chegou a ser gravado; The Heaven’s Door Suite, que é basicamente uma reescrita do tema Knockin’ On Heaven’s Door combinada com alguma letras de All Along The Watchtower e que termina o álbum com uma nota gótica. Guardians Of The Flame é um passo em frente em relação à estreia e é, definitivamente, o abrir do caminho para uma das maiores bandas da história do metal. E estas são duas execelentes oportunidades para os fãs da velha guarda ouvirem estes temas com outra perspetiva e para os mais jovens tomarem contacto com duas obras essenciais em qualquer coleção. [94%]

 

Gamma (ÂSCENT)

(2024, Wormholedeath Records)

O terceiro álbum da banda espanhola Âscent, intitulado Gamma, marca um ponto alto na carreira do grupo, apresentando uma maturidade evidente em todos os aspetos da sua criação musical. Mais confiante e coesa, a banda demonstra um domínio notável das suas influências progressivas e experimentais, ao mesmo tempo que explora novas direções sonoras. Desde a faixa de abertura, Gamma Community, Âscent deixa claro que este álbum é uma viagem complexa e bem arquitetada. A banda não hesita em misturar elementos de metal progressivo com nuances eletrónicas e texturas sonoras variadas, criando uma experiência auditiva rica e multifacetada. Alguns dos pontos altos do álbum são Master of Nothing e Nightmare In A Spanish Garden, onde a banda explora sonoridades orientais e flamencas, evidenciando a sua habilidade em fundir culturas musicais distintas dentro de uma estrutura progressiva, oferecendo camadas adicionais de autenticidade e inovação. Com Gamma, a banda conseguiu criar um álbum desafiante, marcado pela riqueza das composições, tornando Gamma num dos lançamentos mais intrigantes de 2024 no cenário do metal progressivo. [86%]



 

Creation’s Call (SIEGE PERILOUS)

(2024, Independente)

Originários de Evans, Colorado, os Siege Perilous (não confundir com a banda de metalcore com o mesmo nome e originária do Oregon) ainda não têm uma produção significativa em termos de quantidade. De facto, para além de cinco singles lançados entre 2023 e 2024, Creation’s Call é apenas o seu segundo EP, sucedendo à estreia de 2022, Betrayal Of The Dracolich. Quanto a este Creation’s Call, é um EP de cinco temas que transporta o ouvinte para um universo repleto de fantasia e poder, num registo que apresenta uma mistura eficaz de narrativa épica e complexidade musical. E onde o maior destaque vai para Across The Rubicon, tema que nos transporta até à queda do Império Romano. É aqui que as cadências de marcha, enriquecidas por um coro final em latim, exalam um toque de autenticidade que demonstra a profundidade histórica da banda. Creation's Call é uma obra coesa e bem trabalhada, onde a combinação de letras ricas em história e fantasia, com uma execução musical meticulosa, a torna obrigatória, independentemente da sua curta duração. [82%]



 

Darkness (LEGIONS OF THE NIGHT)

(2024, Pride & Joy Music)

Darkness é o novo álbum dos Legions Of The Night, confirmando a banda como uma força incontornável no cenário do heavy metal contemporâneo. Este terceiro álbum da banda alemã, liderada por Jens Faber e com a potente voz de Henning Basse, prossegue na senda do power metal melódico que os carateriza, fundindo riffs poderosos e coros cativantes com uma habilidade técnica inquestionável. A influência dos Savatage é palpável ao longo do álbum, com uma abordagem que alterna entre a agressividade, obscuridade e a melodia, não faltando as linhas de piano, os riffs compassados e os jogos vocais. O auge é atingido na versão de Tonight He Grins Again. Outras tonalidades podem ser percebidas, como alguns elementos de doom épico, em No Control, enquanto Let The River Flow e Leave Me evidenciam a capacidade da banda para criar baladas envolventes e emocionalmente carregadas. Apesar do título, Darkness, este álbum também tem um brilho próprio, especialmente nos momentos em que explora texturas mais complexas, como em The Witches Are Burning e I Don’t See The Light. Um disco a explorar. [85%]

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DISCO DA SEMANA #36 VN2000: Rysen Symbol (AXEL RUDI PELL) (Steamhammer/SPV)

MÚSICA DA SEMANA #38 VN2000: Today Tonight Tomorrow (MEER) (Karisma Records)

GRUPO DO MÊS #09 VN2000: Web (Firecum Records)