Review: I Am The Weapon (FLOTSAM AND JETSAM)

 

I Am The Weapon (FLOTSAM AND JETSAM)

AFM Records

Lançamento: 13/setembro/2024

 

O mais recente trabalho dos lendários Flotsam And Jetsam, I Am The Weapon, é um álbum que, ao longo dos seus 11 temas, desafia as expetativas, mostrando a versatilidade de uma banda veterana, com quase quatro décadas de estrada. Porém, não é um disco sem falhas e algumas escolhas de produção e composição acabam por ofuscar a solidez da proposta. O início do álbum, com A New Kind Of Hero e Primal, desanima um pouco. Ainda que bem executadas, as faixas não se destacam imediatamente, parecendo genéricas dentro do espectro do thrash metal moderno. Nesta abertura, a crítica maior recai sobre o trabalho de bateria que se mostra demasiadamente maquinal. Essa força avassaladora não só não se coaduna com a fluidez dos riffs de guitarra, criando desequilíbrios, como acaba por os abafar. No entanto, à medida que o álbum progride, essa brutalidade maquinal vai sendo oleada, e surgem momentos em que a bateria ganha um dinamismo mais orgânico, particularmente em faixas como The Head Of The Snake, onde os tons doom introduzem um contraste muito bem-vindo. Ou como em Beneath The Shadows, um claro exemplo da força do groove moderno, com riffs fragmentados e angulares que proporcionam uma textura diferente e intrigante. Já que falamos em momentos memoráveis, palavra para Cold Steel Lights. Aqui, a banda foge ao thrash habitual, optando por uma abordagem mais power metal, com solos de guitarra que se espalham por toda a faixa, acompanhados por harmonias fantásticas. É, sem dúvida, uma das composições mais elaboradas do disco. Também a faixa de encerramento, Black Wings, se destaca por trazer uma abordagem inovadora dentro do repertório da banda. As melodias e orquestrações diferenciadas acrescentam uma camada de sofisticação ao trabalho, proporcionando um final que surpreende e eleva o disco a outro patamar, mostrando que os Flotsam And Jetsam não têm receio de arriscar em terrenos menos convencionais. Do lado oposto, ou seja, do lado com mais intensidade e peso, em Gates Of Hell, o álbum entra num território mais agressivo, com riffs a roçarem o death metal; e Kings Of The Underworld dá um passo em direção ao hardcore, com um fraseado cuspido e rápido, aproximando-se de um estilo mais direto e menos elaborado. São momentos que ampliam a paleta sonora e revelam uma faceta mais crua e brutal da banda. I Am The Weapon é, portanto, um álbum que, apesar dos seus percalços iniciais, acaba por se revelar uma obra sólida e diversificada. Quando a banda acerta no equilíbrio entre agressividade e melodia, consegue criar momentos de puro brilhantismo. [85%]

 

Highlights

I Am The Weapon, Burned My Bridges, Beneath The Shadows, Cold Steel Lights, Kings Of The Underworld, Black Wings

 

Tracklist

1.      A New Kind Of Hero

2.      Primal

3.      I Am The Weapon

4.      Burned My Bridges

5.      The Head Of The Snake

6.      Beneath The Shadows

7.      Gates Of Hell

8.      Cold Steel Lights

9.      Kings Of The Underworld

10.  Running Through The Fire

11.  Black Wings

 

Line-up

Eric "AK" Knutson – vocais

Steve Conley – guitarras

Michael Gilbert – guitarras

Bill Bodily – baixo

Ken K Mary – bateria

 

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Edição

AFM Records    

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