No Hill For A Climber (NEAL MORSE & THE
RESONANCE)
InsideOut Music
Lançamento: 08/novembro/2024
Para o seu novo álbum, Neal Morse,
agora acompanhado pelos The Resonance, diz-nos que não há uma montanha
para o alpinista. Mas o prolífico músico norte-americano, certamente tinha
criado a sua própria montanha. Que ansiava ultrapassar com mestria. Era uma
montanha criada por ele próprio, fruto das suas últimas experiências musicais (tanto
como Neal Morse, como The Neal Morse Band) que, em abono da
verdade, se cingiram a uma repetição de fórmulas, estando na origem de álbuns
muito bem executados, mas insípidos. Naturalmente pedia-se muito mais a este
fantástico compositor. E a primeira coisa a fazer foi deixar de trabalhar com
nomes sonantes e juntar um notável conjunto de músicos locais, maioritariamente
desconhecidos, mas cheios de talento, com uma enorme panóplia de recursos e com
vontade de o mostrar. E a verdade é que estes The Resonance mostram uma
qualidade individual invejável, claramente ao nível dos melhores. A adicionar a
isso, Morse melhorou as suas composições. Não foge da sua linha habitual (ainda
que se possa considerar que a abertura Eternity In Your Eyes tenha as
suas melhores progressões em muitos anos), mas consegue evoluir para campos que
nunca tinha visitado. Ou seja, dentro do seu estilo, No Hill For A Climber
é um disco inovador. E onde se pode notar, ouvir e sentir tal? Logo no genial
tema que é Thief. Um misto de jazz e prog a evoluir para o
metal. Um tema que poderia ter sido escrito pelos Leprous tal a
sua forma avant gard. E uma prova que, na música, os espaços em branco
ou os silêncios também podem ser geridos e sentidos. Como aqueles segundos em
suspenso aqui inseridos que carregam uma intensidade igual ou maior ao resto do
álbum. Também os elementos folk apresentados em Ever Interceding,
que surpreendem pela proximidade com o trabalho do nosso João Morais
e sua campaniça. Ou, ainda, a introdução da guitarra clássica/flamenca num
tema-título que respira sentimento arábico. No Hill For A Climber é
composto por dois temas muito longos, a abrir e a fechar, e outros três temas
mais curtos. Os primeiros funcionam como peças clássicas, trechos de um
musical, com diferentes secções que evoluem de forma fluida, injetando
fortíssimas progressões e retornando, de quando em vez, à sua matriz original.
Os segundos, apostam numa componente mais melódica, com algumas orquestrações cinematográficas
a mostrarem-se fundamentais para a coesão e sequencialidade. Portanto, o
alpinista pode agora descansar com um sentimento de dever cumprido. A montanha
que parecia não existir, surgiu e foi superada com determinação e consistência.
[93%]
Highlights
Eternity In
Your Eyes, Thief, All The Rage
1.
Eternity In Your Eyes
2.
Thief
3.
All The Rage
4.
Ever Interceding
5.
No Hill For A Climber
Line-up
Neal Morse – teclados, guitarras, baixo,
percussão, vocais
Chris Riley – teclados, guitarras, baixo,
vocais
Andre Madatian – guitarras, orquestrações
Johnny Bisaha - vocais
Philip Martin
– bateria (2, 3, 4, 5)
Joe Ganzelli –
bateria (1, 2, 5)
Chris
Carmichael – violino, viola, violoncelo
Amy Pippin, Julie
Harrison - background vocals
Chris West –
trompete, flugelhorn
Desmond Ng –
trombone, bombardino
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