Review: Moloch (MOLOCH)

 

Álbum | Moloch   

Artista | Moloch   

Edição | Raging Planet Records   

Lançamento | 02/dezembro/2024

Origem | Portugal

Género | Noise, punk, alternative rock

Highlights | Glenn B.; A Que Arde; Post Lux Tenebras; N. E. S.; Eu, Máquina

Para fãs de | Rage Against The Machine, Blasted Mechanism, Nirvana, Mão Morta, Sonic Youth, Einesturzend Neubauten

Apreciação

Quando um álbum começa com Au Revoir, Betta Splendens, sendo que Betta Splandens é o título do EP anterior, então percebe-se, logo ali, que a banda em questão pretende dar um passo rumo a um destino diferente. Este coletivo em questão são os Moloch que apostam num álbum captado essencialmente num único take, com reduzidíssimo recurso trabalho de pós-produção. Esta opção confere uma sensação de urgência e espontaneidade o que se repercute numa verdadeira extravagância sonora que desafia os limites do noise, do punk e do psicadelismo. Moloch fica marcado por uso de acordes dissonantes que, aliados às brutais dinâmicas da bateria, criam um universo caótico e visceral, onde a experimentação e a intensidade emocional se tornam protagonistas. O uso constante de feedbacks, reverbs e ruídos intricados faz parte das composições, ao mesmo tempo que teclados vintage surgem inesperadamente, enriquecendo o espectro sonoro com uma textura nostálgica. Mas, os Moloch não se limitam à dimensão musical já que desenvolvem muitos momentos em que as letras usadas, em declamações e narrações de raiva angustiante ou de uma calma quase hipnótica, exploram uma ampla gama de influências literárias e filosóficas. Adicionalmente, a repetição de frases e palavras intensifica o caráter ritualístico da obra. Todos estes fragmentos não são apenas adornos, mas sim elementos perfeitamente integrados na orgânica das faixas. Em dois temas, Glenn B. e Nós, Nada, o violoncelo de Francisco Silva, adiciona uma camada inesperada e profundamente emocional às composições, criando um contraste entre o caótico e o sublime ou assumindo a forma de um lamento melancólico, em perfeita harmonia com os versos poéticos. Em conclusão, Moloch é, definitivamente, um álbum que desafia convenções. Entre ruídos minimalistas, poesia declamada e explosões sonoras, o disco evoca sentimentos de desespero, raiva e reflexão - uma verdadeira celebração do caos criativo! [84%]

 

Tracklist

1.      Au Revoir, Betta Splendens

2.      Glenn B.

3.      A Que Arde

4.      Post Lux Tenebras

5.      Nervos

6.      N. E. S.

7.      Eu, Máquina

8.      Nós, Nada

9.      Rádio

 

Line-up

Luís Soares – baixo

André Martins – bateria

João Silveira – guitarras, vocais

Tiago Ramires - sintetizadores

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