Oceans (TALIA HOIT)
Independente
Lançamento: 21/novembro/2024
Talia Hoit e a sua banda estreiam-se no formato longa-duração
com Oceans, após uma sequência de singles que já haviam
despertado o interesse no cenário do symphonic metal. Esta estreia
revela-se uma agradável viagem sinfónica que combina o melhor do metal
melódico com nuances clássicas e apontamentos folk, projetando uma
sonoridade grandiosa que encontra inspiração nos Edenbridge. E, desta
forma, revela mestria tanto na composição como na execução, tornando-se uma
experiência envolvente e memorável. Desde os primeiros acordes, fica evidente
que os vocais de Talia Hoit são um dos grandes trunfos do álbum. Com uma
suavidade e graça naturais, a artista transita com elegância entre graves
acolhedores e regiões soprano cristalinas, mantendo sempre um controlo
irrepreensível. Esta abordagem vocal complementa perfeitamente os arranjos
instrumentais, que são ricos em texturas e emotividade. Musicalmente, Oceans
é um banquete para os amantes do symphonic metal, mas não fica limitado
a esse movimento. Os elementos clássicos são proeminentes, com momentos, como
em Beautiful, a destacar-se pela inclusão de influências barrocas que
acrescentam um toque de sofisticação atemporal. Por outro lado, a presença de
linhas folk em passagens discretas confere ao disco uma ligação às
raízes tradicionais. Os solos de guitarra também merecem um destaque especial.
Extremamente melódicos e técnicos, ajudam a elevar cada tema, criando passagens
de tirar o fôlego sem jamais sacrificar a coerência musical. Esta qualidade é
particularmente evidente em Stolen e Abyss, faixas onde a banda
explora um lado mais complexo e intrincado da sua sonoridade. Aliás, Stolen
é uma obra-prima por si só, movendo-se de um início calmo e melódico para riffs
pesados e muito bem trabalhados, tudo suportado por dinâmicas de bateria
extraordinárias. Aqui (bem, na realidade, como em todo o álbum), o contributo
de Roland Navratil, ex-Edenbridge, é essencial, demonstrando um
talento impecável na criação de uma base rítmica rica e detalhada. Por outro
lado, Vastdeep, é a faixa mais pesada do álbum e aproxima-se do metal
contemporâneo, oferecendo um contraste refrescante com a atmosfera
predominantemente melódica do disco. Este equilíbrio entre peso e melodia é
reforçado pelos breaks estrategicamente colocados ao longo das faixas,
criando momentos de pausa e impacto que mantêm o ouvinte cativado. As duas
últimas faixas levam este trabalho para tons de teatro musical, um toque final
que encerra com pompa e dramatismo um registo que se destaca pela diversidade,
pelo bom gosto, pelo equilíbrio e pela unidade. De facto, uma estreia que consolida
a identidade musical do grupo, apresentando um trabalho maduro e ambicioso. [86%]
Highlights
Unanchored,
Beautiful, Stolen, Infinity, Significance
1.
Castaway
2.
Unanchored
3.
Ocean
4.
Beautiful
5.
Stolen
6.
Abyss
7.
Vasdeep
8.
Island Of Hope
9.
Infinity
10. Significance
Line-up
Talia
Hoit – vocais, piano
Frank PItters – teclados
Max Stoner – baixo, guitarra ritmo
Mat Plekhanov – guitarra solo
Roland
Navratil - bateria
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