Pearl Hunting (BELLE MORTE)
Wormholedeath Records
Lançamento: 24/janeiro/2025
No
universo do metal sinfónico, Pearl Hunting, novo álbum do
coletivo bielorrusso Belle Morte, apresenta-se como um portal para um
mundo de exotismo e ancestralidade. Num género muitas vezes acusado de
estagnação criativa, Pearl Hunting não foge a isso com um inicio muito convencional, seguindo os clichés do symphonic metal com vocalistas
femininas. No entanto, ao longo das suas onze faixas (excluímos a qui a versão
com piano de Exorcism), acaba por se revelar uma narrativa sonora que
transcende as expetativas iniciais, conduzindo-nos a territórios da world
music, impregnados de influências orientais, da américa latina e do Leste
Europeu. De facto, o início do álbum, embora competente na execução, navega em
territórios familiares, com orquestrações grandiosas, mas linhas melódicas e
vocais previsíveis. E é a partir de Blame Me, que as composições se vão
tornando mais ousadas, explorando abordagens criativas e inesperadas. É este o
ponto de mudança para um Pearl Hunting mais brilhante e que se afasta das
fórmulas convencionais para abraçar uma estética cinematográfica, rica em
dinâmicas e atmosferas texturizadas. E é aqui, em Blame Me, que
assistimos a uma das mais impressionantes demonstrações da capacidade e da
sofisticação do coletivo, quando se mostra capaz de inserir arrojadas e
imprevisíveis mudanças de tempo e polirritmos que dialogam com nuances jazzísticas.
Individualizando os temas, outro destaque vai para Krew, uma homenagem
tocante às raízes culturais da região, especialmente à Ucrânia, com a
utilização de três línguas – ucraniana, bielorrussa e polaca – numa celebração
emotiva da diversidade, da tradição e da solidariedade. Ao longo de todo o
disco, os Belle Morte apresentam uma fascinante dança entre
instrumentação tradicional e ancestral e estruturas metalizadas. O
recurso a um elevado número de instrumentos tradicionais provenientes dos mais
diversos países de diferentes regiões e a sua fusão com a instrumentação metaleira
(onde se inclui o nosso Rúben Monteiro no hurdy-gurdy,
oud e saz), revela-se uma aposta completamente ganha. Esta
orientação estilística transforma o álbum numa celebração única de sonoridades globais,
onde cada timbre exótico encontra o seu lugar numa complexa e harmoniosa teia
musical, num convite à exploração de paisagens sonoras ricas e diversificadas e
num tributo às raízes culturais. [88%]
Highlights
Blame Me,
Willow, Wintersleep, Losing Faith, Krew, September
2. Fallen Idol
3. Exorcism
4. Blame Me
5. Wintersleep
6. Losing Faith
7. Black Waters
8. Willow
9. September
10. Jorōgumo
11. Krew
12. Exorcism (piano
version)
Line-up
Belle Morte – vocais
Sergey Butovsky –
baixo, backing vocals, vocals (2, 7, 10, 11)
Maria
Shumanskaya – teclados, violino (5)
Ilya
Rogovoy – guitarras
Ilya
Petrashkevich – guitarras
Rostislav
Golubnichiy – bateria
Convidados
Max
Kerner – bouzouki celta (1)
Caterina
Castiglioni – lira germânica (1)
Yanina
Yakshevich – duda bielorruso, sopilka ucraniana (1)
Ada
Rusinkiewicz - backing vocals (1), (9), vocals (11)
Tero
Kalliomäki - jouhikko (2)
Ulziisaikhan
Khoroldamba - morin khuur (3)
Lernik
Khachatrian - duduk (4)
Ella Zlotos – flautas uilleann,
tin whistle, low whistle (5)
Marta Masciola - Trinity
College harp replica (5)
Carlos
Carty – flautas de pan, ocarina, quena (6)
Maulana Malik Ibrahim
- suling, gamelan, vocais em Sundanese (7)
Emma Spinelli - lute
(8)
Rúben
Monteiro - hurdy-gurdy (8), oud, saz (9)
Hisashi
- koto (10)
Reigen
Fujii - shamisen (10)
Souzan
Kato - shakuhachi (10)
Yaroslav
Dzhus - bandura (11)
Alex
Pilkevych – vocais (11)
Internet
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