Review: A Plague Upon Thee (APOCALYPSE ORCHESTRA)

A Plague Upon Thee (APOCALYPSE ORCHESTRA)

Despotz Records

Lançamento: 14/fevereiro/2025

Oito anos depois de The End Is Nigh, os suecos Apocalypse Orchestra quebram este longo hiato com A Plague Upon Thee, um disco que reafirma a sua identidade sonora sem desvios nem concessões. A sonoridade de A Plague Upon Thee assenta numa estrutura equilibrada e homogénea, onde cada tema parece um capítulo interligado de uma narrativa antiga. A fusão entre os elementos folk e a melancolia do doom é feita com um rigor artesanal, recorrendo a uma instrumentação diversificada que remete para tempos imemoriais. O peso dos riffs arrastados conjuga-se com corais épicos e batidas de tom tribal e ritualístico, intensificando o seu caráter litúrgico. A nível vocal, a abordagem mantém-se caraterística: as linhas melódicas prolongam-se em notas sustentadas, criando um efeito hipnótico e transcendental. Os guturais surgem apenas de forma pontual, funcionando mais como elementos de reforço dramático do que como uma presença dominante. Esta escolha contribui para o tom solene e contemplativo do álbum, reforçado pela construção densa e algo claustrofóbica dos temas. Uma densidade sonora que apenas pontualmente abre o seu espectro sonoro em temas como Glass And Sun e Sacrament Of Avarice, uma libertação que acaba por permitir que o álbum, na sua totalidade, respire de forma mais ampla. Mas, o grande apogeu surge na última faixa, Saint Yersinia, uma composição majestosa onde a grandiosidade coral se entrelaça com harmonias de guitarra sublimes, de uma maneira imponente e arrebatadora. Mantendo-se fiéis à simbiose entre a solenidade medieval e a densidade esmagadora do doom metal, A Plague Upon Thee não reinventa a fórmula dos Apocalypse Orchestra, mas revela-se uma experiência imersiva, rica em atmosferas profundas e com um meticuloso trabalho de composição. [84%]